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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

As novinhas na parada de ônibus

17 de novembro de 2013


Um doce beijo sempre acontece no portão, momentos antes de ir embora; acaba meu fim de semana e me preparo para segunda-feira. Minha namorada sempre diz: "Me liga, quando chegar em casa." Ela gosta de saber que cheguei bem. Aquele domingo não foi diferente dos outros. Caminhei pela rua despreocupado, ciente que nada de mal poderia me acontecer. Passei pelo CTG e virei a minha direita, entrando na Avenida Maringa. Algumas crianças estavam em frente das suas casas. Segui em passos firmes em direção ao Tele Primas. Neste momento eu estava do outro lado da faixa, caminhando na contramão, na calçada, claro. Pensava apenas em descansar, assim que chegasse na minha casa...
Ao entrar numa esquina, de longe avistei o parque de diversões. Conforme caminhava, o Parque ficava mais próximo. Atravessei o Parque rapidamente; pessoas de diversas idades estavam brincando nos brinquedos. Em menos de 5 minutos cheguei na parada 48. A parada estava repleta de adolescentes de estilos próprios, com tatuagens à mostra. Fiquei parado em pé, observando tudo ao meu redor, enquanto aguardava meu ônibus. Tudo que eu observava era rotineiro no centro de Alvorada: muitos adolescentes querendo chamar atenção. De repente, uma situação me pareceu anormal...
Aquelas duas meninas passaram por mim e ficaram paradas, uns 15 metros de distância, mais ou menos. Elas estavam bem arrumadas, mas não disfarçavam a idade; no máximo, 20 anos. Ambas estavam de calça jeans, blusas curtam que mostravam a barriga. Bonitas as meninas. Olhei as duas e continuei com meus fones no ouvido, escutando uma música eletrônica; elas apenas faziam parte daquele ambiente. Então, do nada, um rapaz se aproxima; usava boné aba reta, camiseta, bermuda e tênis. No princípio achei que era amigo delas, mas pelas risadas percebi que não. Decidi tirar os fones de ouvido e prestar atenção na conversa: estava acontecendo uma paquera diante meus olhos; fiquei curioso para saber como a nova geração fazia para conquistar. Aquele moloque me desapontou em todas estâncias possíveis e imagináveis...
A conversa do moleque começou perguntando o nome das meninas. Porém, o que ele fez na sequência, demonstrou que é uma criança:
- Olha só, meu amigo quer ficar contigo. O que vocês acham de curtir com a gente?
Lógico que elas se negaram, e ele seguiu insistindo, com argumentos cada vez mais ineficazes. Ele se despediu e se afastou. Elas começaram a falar do quão infantil aquele rapaz tinha sido; davam altas risadas. Passado uns 10 minutos, o rapaz voltou acompanhado do amigo. Os dois tentaram de todas maneiras possíveis convencer elas. Mas não houve jeito, elas estavam destinadas a esperar o ônibus e voltar para casa. Quando eles foram embora, achei que tinham desistido. Pensei errado: um deles voltou e fez uma proposta maluca:
- Para onde vocês estão indo? Meu amigo está de carro, e gostaríamos de levar vocês. Somos do bem, e não vamos tentar nada. Era?
Elas recusaram o convite, disseram que preferiam esperar o ônibus. O amigo dele se aproximou, tentando ajudar a convencer. Mas as duas recusaram. Uma delas pegou o ônibus, e eles tentaram convencer há que ficou, sem sucesso. Depois de uns 5 minutos, eles partiram e não retornaram mais...

Fico pensando: E se elas entrassem no carro? Será que seria uma carona inocente ou tentariam algo? Caso não conseguissem, aceitaram o fora numa boa ou forçariam a barra? As novinhas acham que tudo é curtição, nem pensão nos perigos eminentes. Elas foram espertas. Ela me olhou e balançou a cabeça. Eu comentei: "Espera um pouco que eles foram buscar um avião." Ela sorriu. Conversamos um pouco, mas meu ônibus logo chegou. Não pedi Facebook, pois não fazia o menor sentido; indiquei meu blog, e disse que escreveria sobre o fato. Se ela visitou meu blog não sei, mas eis que escrevi...





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