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terça-feira, 18 de dezembro de 2018

As Vantagens do PCD




Precisamos entender que existem dois tipos de deficiência: Adquirida e Nascença. Adquirida é quando tu sofres um acidente ou acontece alguma coisa que faz ser deficiente. Nascença é quando tu já nasces deficiente. Tornar-se deficiente foi algo muito difícil para mim. Nos primeiros anos, sonhava intensamente em mexer meu braço direito novamente. Aos poucos, meu sonho foi sucumbindo, até ir de encontro com a realidade. Certa vez estava triste, cabisbaixo. Meu amigo Gustavo, disse: "Infelizmente, para recuperar os movimentos do teu braço vai demorar. Tu precisas ver o lado positivo e aproveitar. Anda de ônibus de graça; veja a questão dos carros com isenção; não precisa mais ficar em fila. Enquanto não te recupera, aproveita as vantagens. E são muitas. Pesquisa para ti ver." Isto foi em meados de 2006, mas nunca esqueci. Muitos anos depois, o Gustavo seria minha inspiração nos estudos.
Na atualidade, conheço muitos benefícios que os deficientes têm direito. Posso debater sobre deficiência com qualquer intelectual, sem dificuldade, principalmente o que tange acessibilidade. Já ouviu falar em cota para deficiente em faculdade? Existe cota para negro, pobre, índio e sei lá mais o quê. Deficiente? É enquadrado como qualquer pessoa. Pode ter adaptações para fazer uma prova, e só. Vou escrever sobre as vantagens, com a finalidade que entenda que nem tudo é o que parece ser. Algumas situações não são preconceito, as pessoas simplesmente desmerecem um PCD. Em outros casos, complicam o que poderia ser simples, demonstrando total desrespeito. A maioria das pessoas acreditam que deficiente compra um carro zero km quando bem entender; acreditam que basta pegar um ônibus e andar de graça. Continua lendo que vou escrever uns detalhes que vocês não conhecem.

Digamos que tu és deficiente e quer comprar um carro com isenção (para de achar que deficiente tem desconto). A isenção se refere a IPI e ICMS (não paga IPVA). Para ter um carro com isenção, precisa comprovar tua deficiência. Vai numa CFC que vão te encaminhar para o médico. Após o médico examinar, vai te encaminhar para junta médica do DETRAN; eles vão dizer as especificações do carro. Por fim, serás encaminhado para Receita Federal, para conquistar as isenções. Depois de alguns meses, ao ir na concessionária, descobre que carro com isenção é até 70 mil reais; acima é isento somente de IPI, vai pagar IPVA normalmente. A Toyota tinha um Corolla específico para PCD. Custava 69 mil reais e alguma coisa. Com as isenções, o preço ficava em 54 mil. Daí começa os detalhes assustadores: retiram todos os itens; nem rádio o carro tem. Um carro pelado, com rodas de ferro. E não é só a Toyota que faz isso. A Hyundai oferta um Creta. Adivinha? Sem nada. E o preço é salgado. Sem falar no tempo de espera, que varia de 30 a 90 dias. Geralmente ultrapassam o tempo. Eles mandam o pedido para fábrica produzir um carro específico para ti. Recentemente li um comentário de um deficiente que esperou mais de 1 ano para pegar o carro. Podemos dizer que carros para PCD são diferentes, não somente pela deficiência em si, mas por perder muitos detalhes originais. Carro sem rádio!? Grande vantagem, né?
Não obstante, pesquisei e encontrei duas marcas que entregam carros completos para PCD, sem tirar os itens: GM e Peugeot. Essas duas marcas chamaram minha atenção. A GM oferta até o Cruze 1.4 motor turbo para deficientes. Infelizmente, por ser um carro top de linha, só tem isenção de IPI. A GM banca a isenção de ICMS e o carro de 96 mil, caí para 72 mil. É uma bela aquisição para os deficientes que têm condições. A Peugeot oferta o 208 e o 2008 (SUV). Carros completos e lindos. Aqui, a grande vantagem é a taxa 0. Ou seja, matemática simples e sem sustos. A Honda aparece com um Fit para deficientes. Precisarei pesquisar, e não me assustarei se retirarem os itens.

Os deficientes têm passe livre para andar de ônibus, certo? Errado. Deixa eu explicar, como realmente funciona. Para andar de ônibus de graça precisa ter um laudo atualizado e levar no órgão responsável. Dito isto, ganharás o passe livre interestadual. Quer dizer que poderás se deslocar de um município para outro de graça, em todo estado do Rio Grande do Sul. Agora vem a parte complicada. Se um deficiente vir de Porto Alegre para Alvorada e tentar pegar um ônibus dentro de Alvorada, paga passagem. Para ser isento em Alvorada, é necessário fazer a carteirinha de isenção especifica de Alvorada. Pode andar de município para município, mas circular dentro de um município, não.
Pode pegar trem também, caso haja o deslocamento para outro município. Muito calor e quer ir para praia? Vai na rodoviária e pega a passagem e escolhe para qual praia quer ir. Só tem um grande detalhe. É um lugar por deficiente, no máximo dois. E o ônibus é aqueles "pinga-pinga", que vão parando no meio do caminho. Quer ir direto? Paga.
É deficiente e quer andar de avião? Pode. Só que precisa avisar antes, bem antes. Não é só chegar no aeroporto e pedir passagem. Existe um processo burocrático por trás. Tem que comprovar tua deficiência, laudo atualizado... Blábláblá! Não importa se tu deficiência é aparente, que é uma deficiência permanente. Tem que comprovar. Fazem de tudo para ti desistir e pagar.  As supostas "vantagens" que um deficiente tem, são recheadas de burocracias desnecessárias e limitadoras. Poderia escrever sobre inúmeras situações: Concurso Público, Mercado de Trabalho, Academias, Faculdade... A lista é gigante.

Ser deficiente é uma luta constante. Ter vantagens é uma guerra para adquirir direitos. As pessoas acham que deficiente faz o que quer, a hora que bem entender. Não é assim. Falar de deficiência é um tema muito amplo. Eu não mexo um braço; tem pessoas que não tem um braço; cadeirantes; cego; surdo, mudo; ambos; deficiência mental... São muitos os tipos de deficiência. Se não tiver um dedo, é deficiente. O ex-presidente Lula se enquadra como deficiente. É aposentado por um dedo. Quantas pessoas perdem as duas pernas e têm que trabalhar? Eu não mexo o braço inteiro, não sou aposentado. Cada caso é um caso. Acessibilidade não é colocar uma rampa em determinados lugares para cadeirantes. É importante, claro, mas não é só isso.
À noite da minha formatura, por exemplo. Quando estávamos no ensaio do juramento, precisava levantar o braço direito, e eu levantei o esquerdo. Um dos formandos de outra turma gritou: "Direita, não esquerda. Não sabe a diferença"? E as risadas começaram. Me virei, educadamente respondi: "Eu não mexo o braço direito, sou deficiente". Silêncio total. As pessoas não querem saber se tu és bonito, feio, gordo, magro, pobre ou rico; vão olhar tua deficiência. Ponto. A vida de um deficiente é mais complicada do que muita gente imagina.

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sábado, 3 de novembro de 2018

O Sentido da Morte




O dia 02 de novembro é o dia dos mortos. Os mais antigos chamam de dia dos finados. Eis uma data que nunca chamou minha atenção. Porém, e sempre existe um, este ano o significado mudou. O sentido da morte mudou muito, desde o ano passado. Perder meu pai foi o pior acontecimento de 2017. O que doeu, foi aquele abraço, aquele beijo. Nunca imaginei que seria o último. Só restaram lembranças, e a minha sorte ficou nas mãos de quem não gosta de mim, de quem me renunciou uma vida inteira. Nego-me a humilhação. Meu pai quer que eu ande sozinho e lute por dias melhores, trazendo-lhe honra e paz espiritual.
Então, dia 02 de novembro de 2018 seria diferente. Precisava ir ao cemitério, levar flores, ascender uma vela. Lembrei que não tenho dinheiro. Bom, vou ir para conversar, falar de alguns sentimentos. Sei que pode me escutar, mas não pode responder. Eu o amo, vou ir. Claro que sim. Conforme os dias foram passando, percebi as pessoas se fantasiando, comemorando o Halloween. Na contramão, estava me preparando para ir ao cemitério. Decido escrever um texto no Facebook. As lágrimas começaram a rolar. Questiono Deus, o porquê fez isso comigo. Julgo não merecer ser contemplado. Apago o texto original, pois não sou ninguém para julgar o que Deus faz na minha vida.
Meu irmão comentou o texto, deixando seu ponto de vista. Li atentamente. Pensei, pensei e pensei. Meu pai é tio do meu irmão. Na verdade, também é meu tio. Meu pai biológico mora (ou morou) em São Borja. O nome dele é Altair (ou Atair) é o máximo que sei. Jamais tive interesse em conhecer. Nem quero. Meu pai morreu no dia 06 de dezembro de 2017. Minha mãe biológica eu conheço, respeito. Sei que ela mudou minha vida ao me entregar para o seu irmão (a historia é muito longa), e deu-me uma mãe maravilhosa (Dona Santa, minha rainha). Enfim, no dia 01 de novembro amanheci acordado. No dia 02 tomei uma decisão.

Acabei sendo covarde e não fui no cemitério. As palavras do meu irmão pesaram. Mamãe entrou no quarto e anunciou: "Vou contigo no cemitério". Eu disse que não ia, deixaria o pai descansar. Se fosse, voltaria pior do que já estou. Mamãe entendeu e não fez objeções da minha decisão. Na noite passada já havia falado o que meu irmão disse. Ela concordou com ele.
Entendo que estou fraco, que não é o momento de ir ao cemitério. Quando estiver forte, certamente irei. Homenagear os mortos, como diz meu irmão, é algo que não deveria ser feito. Até entendo. Aumenta a dor, não há respostas, mas sim, inúmeras perguntas. Minha parte fiz em vida, sorrimos, brincamos, e tivemos diversos debates. Ensinou-me sobre trabalho, casamento, como se comportar. O certo, conforme acredito, seria levar flores, ascender uma vela. Conversar, mesmo ciente que não terei resposta. Algo simples. Não tenho coragem. Nos primeiros dias, após a morte do meu pai, queria ir no cemitério. Mamãe impediu, alegando que estava fraco, que esperasse. Acreditei que o tempo me tornaria forte. Um emprego, a realização de sonhos, algo positivo aconteceria.
Nada aconteceu. Continuei desempregado, problemas e mais problemas surgiram. Minha sorte ficou nas mãos de quem repudia minha presença. Dia após dia ficava mais revoltado, ocultando os meus sentimentos, o máximo que conseguia. Para alguns amigos acabei relatando o que me incomodava. Nitidamente, eles não sabiam muito bem o que dizer. Não os culpo, porque a situação é delicada. Desejo que demorem anos e anos para sentir esta dor incontrolável. Qual o sentido da morte?

A morte não tem sentido. Ninguém sabe quando ela vai chegar. Hoje estou aqui, sentado, ouvindo músicas e escrevendo. Amanhã posso estar morto. Para alguns existe céu e inferno. Vai chegar o momento de conversar com Deus e confessar os pecados. Deus, na sua sabedoria infinita, decide se vai para o céu ou inferno. Outros acreditam que a morte é apenas uma passagem. Retornamos para o nosso verdadeiro lar. Estamos aqui para aprender e espalhar o amor. E claro, tem as pessoas que não acreditam em nada. Apenas vivem, se morrer, morreu. "Do pó vieste, ao pó retornarás".
São teorias e mais teorias. Escolha uma que se adapta e acredita no que julgar melhor. Desde que não julgue a crença dos outros, tudo certo. Respeite o próximo. Qualquer teoria vai ter uma prova, um acontecimento único. O importante é ter uma noção do que é a morte. Confesso que só busquei compreensão em 2017. Antes, era muito básico. As coisas mudam radicalmente quando a morte leva alguém tão próximo. Dói demais. Meu pai fez uma transição, está em outro plano. Claramente tenho inclinação para o lado espirita. Nada me impede de ir à igreja. Até porque, espirita fala de Deus, Jesus. Só o contexto que muda, mas a base é a mesma. O que fazer?

Eu disse para buscar compreensão, ter uma noção. Por favor, não fique pensando na morte o tempo todo. Viva tua vida da melhor maneira. Ama teus pais, beija e abraça, enquanto pode fazer isso. Encha eles de orgulho. Dê carinho, diga que ama. Não somente teus pais. Teus irmãos, parentes, amigos... Até inimigos. Não existe inimigo sem qualidades. Ama o máximo que puder; ultrapassa teus limites. Independente da tua fé, deve praticar o perdão. Perdoar é sensacional. Uma dadiva. Quem nunca errou? Só queres ser perdoado e não sabe perdoar? Melhor rever teus conceitos. Tuas atitudes e escolhas nesta vida vão refletir em outro lugar. Vai amar e perdoar. Entenda a morte, mas não foca demais.

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quinta-feira, 1 de novembro de 2018

O Aprendizado de 2018




O ano de 2018 poderia ser um ano como qualquer outro. Entretanto, este foi um ano eleitoral. Um ano eleitoral poderia ser como qualquer outro. Contudo, foi um ano diferente dos últimos 20 anos. Esquerda vs Direita. Muitas amizades terminaram, outras se fortaleceram. Intelectualmente, posso dizer que cresci muito em 2018. Foram aprendizados incríveis. Minha vida não pode ser resumida em política. Outros fatos foram marcantes e causaram dor.
Vai fazer 1 ano que não vejo meu pai. E nunca mais vou ver. Somente o dia que atravessar para o outro plano. Até lá, estou ciente, a saudade vai cortar meu coração, me fazer pensar. No silêncio da noite vou chorar. Lamentarei tudo o que aconteceu, da forma que aconteceu. Enquanto escrevo faltam 60 dias para encerrar o ano de 2018. Escreverei sobre minhas expectativas para 2019, o que analisei nesta guerra política sangrenta aonde todos perderam, amizades foram sacrificadas em nome de ideologias. Amigos de infância romperam os laços. A partir do momento que a política fica acima da amizade, os envolvidos estão derrotados.
Escreverei sobre uma característica que não gosto. Na verdade, faz anos que tento mudar. Chegou o momento. Não dá mais. A base do texto é política, então, se pretende ler com a finalidade de brigar comigo, por favor, não faça isso. Apenas não lê.

Sou um político natural. Por ser Administrador, óbvio que conheço os problemas do país. Confesso que nunca entendi muito bem a questão de Direita e Esquerda. Algumas vezes pesquisei, até que encontrei aonde tudo começou. Na França, século XVIII. De forma resumida: A Esquerda representava a evolução, enquanto a Direita, queria manter as coisas como estavam. No caso, a Direita é reacionária. Depois desta breve explicação, fiquei mais tranquilo e julgava que tinha noção do assunto. Porém, e sempre existe um, chegaram as eleições e o pessoal enlouqueceu. O Jair Bolsonaro lançou sua candidatura como presidente, e ele é de Direita. Do outro lado temos a Esquerda, representada por muitos políticos, mas o principal, Fernando Haddad. Começou a guerra verbal no Facebook. Escrevi muitos textos, falando mal de todos os candidatos, inclusive do presidente eleito, Jair Bolsonaro. Estava preparado para anular meu voto. Foi quando um ex-gestor e amigo, após comentar um dos meus textos, demonstrou seu ponto de vista de uma forma diferente. "Eu não vou casar com o Bolsonaro, mas sonho com uma economia liberal. É a nossa única chance. Olha o Ministro da Fazenda dele, Paulo Guedes, depois me diz o que acha".
 A partir desta fala, comecei a ver alguns vídeos de entrevistas do Paulo Guedes. Me apaixonei. PhD em Economia, deu aula no Chile e prestava consultorias para o Governo. Veja quem é o Chile, na atualidade. Conhecer o Paulo Guedes e seu trabalho foi um fator determinante para minha decisão. Não obstante, precisava conhecer política mais profundamente. Baixei um livro: "Por que o Brasil é um país atrasado? - Luiz Philippe de Orleans e Bragança". Este livro explica perfeitamente a questão de Esquerda e Direita. Entendi, finalmente, que é uma questão de mercado. Aprendi o significado de Democracia, como ela nasceu. Aprendi, também, a diferença entre Capitalismo Liberal e Capitalismo Keynesiano, que é o que vivemos no Brasil. Tudo certo, estava preparado para escrever e repassar meu conhecimento. Só que as pessoas estavam fora de controle. Qualquer texto que escrevesse, a favor da Esquerda ou Direita, geraria confusão. Analisei os comportamentos. Fiquei assustado.

Meus amigos da Esquerda estavam enfurecidos com a falta de emprego, a economia em queda livre, violência aumentando, educação sendo uma das piores do mundo, pessoas morrendo em hospitais, professores apanhando em sala de aula. Todos insatisfeitos com o governo. De repente, quando começou as campanhas eleitorais, parece que sofreram uma perda de memória repentina e passaram a defender a Esquerda com unhas e dentes. Aquilo tornou-se estranho demais. Ao invés de debater Saúde, Educação e Segurança, debatiam algo totalmente diferente. O assunto era racismo, homofobia, ideologia de gênero, comércio de armas e sei lá mais o quê. Nada produtivo. Sem falar que todos se preocuparam com os pobres, como se a Direita fosse matar todos. Economia? Não foi um assunto prioritário. Oportunidade de crescimento? Menos. Uma bobagem atrás da outra. E uma palavra foi muito utilizada para ofender quem é de Direita: Fascista. A maioria das pessoas nem sabe o que isto significa. Conhece o Benito Mussolini? Um dos fundadores do Fascismo e Ditador Italiano. É dele o conceito: "Tudo para o Estado, nada contra o estado, nada fora do Estado". Tem um viés autoritário nacionalista. Parece familiar? Falam do que não sabem no Facebook.
Todas as vezes que tentei debater com meus amigos da Esquerda, só perguntava se concordavam com o país atual. Adivinha? Queriam mudanças com o mesmo governo. E atacavam a Direita com bases especulativas, obviamente lançadas pela Esquerda, como o fim da Democracia e o início do Fascismo. Enfim, acabou as eleições e vamos torcer para tudo dar certo. Boa parte da população anunciou que vão ser "resistência". São pessoas que têm seus motivos. Devemos respeitar para evitar mais perdas. Após esta contextualização, o que foi possível aprender?

A política nunca vai mudar. É uma questão de mercado, Esquerda vai agir de uma forma, Direita vai agir de outra. Qualquer decisão política reflete na bolsa de valores; dólar pode subir ou descer; o real pode ser valorizado ou desvalorizado. Empresas abrem, fecham... Por isto é uma questão de mercado. Essas questões aprendi lendo, conversando com pessoas mais politizadas.
As pessoas que me surpreenderam nessas eleições. Dependendo do que acontecer, a política vai estar acima da amizade. No calor da emoção acabei escrevendo demais, o equilíbrio que preservo, quebrei puxando para Direita. Como Administrador e Escritor, não posso participar da forma que fiz. Foi um erro grave. Lógico que devo escrever, me posicionar. Infelizmente agi de forma errada. Muitas perdas seriam evitadas. Me culpo por quebrar o equilíbrio que tanto cuido. Algumas pessoas que se afastaram, acredito, vão voltar com o passar do tempo. Outras, dificilmente retornam. Minha ansiedade de demonstrar os novos conhecimentos adquiridos terá um preço mais alto do que poderia imaginar.
Em 2019 quero renovar meus textos. Quero aprender a escrever historias. Se for bem-sucedido, criarei outro blog, exclusivo para historias, e manterei este para emitir opiniões, quando necessário, e se necessário; com o passar do tempo quero escrever somente historias. Vou precisar superar meus limites no novo ano que se aproxima. Acabei ferindo 3 pessoas que são importantes para mim. Sem citar nomes: uma amiga que demorei 10 anos para reencontrar; uma amiga escritora; um professor de academia. Machuquei todos e os afastei por causa dos meus textos. Não foi minha intenção, claro que não, mas não pensei direito antes de escrever. Deveria ter analisado bem melhor as formas de expressão que utilizei. Sem falar nas outras que sumiram. Tudo me faz pensar.

Eu sofro muito toda vez que sou excluído. Tenho medo de ser esquecido. É uma característica que preciso mudar. As pessoas não vão me esquecer por causa de uma desavença, uma briga, por política ou seja o que for. Acredito que planto muitas coisas boas, que não serão esquecidas facilmente. Preciso acreditar que meus textos alcançam olhos que nem imagino. Tenho que parar de acreditar que só meus amigos e as minhas amigas leem o que escrevo. Por essas e outras que, ao escrever em 2019, preciso retomar o equilíbrio das minhas posições.
Este ano sofri demais pelas perdas. Obtive ganhos, como a força dos meus amigos e das minhas amigas. Os inúmeros elogios que recebi pelos meus textos. Em vários momentos me senti importante, um grande escritor. Daí começou as campanhas políticas, estudei sobre o assunto, me qualifiquei para escrever e dividir o conhecimento. Eis algo que me arrependo. Novamente, perdi pessoas que gosto devido ao meu estilo agressivo, praticamente desrespeitando as pessoas e suas opiniões. Por mais que eu estivesse certo pelo que li, não deveria jamais ter feito o que fiz. A cereja do bolo foi anunciar meu voto. Enfim, preciso esperar por 2019 e recomeçar tudo de novo, esquecer os erros de 2018. Encerro este texto pedindo desculpas, caso tenha ofendido mais alguém. Garanto que não é intencional.


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terça-feira, 11 de setembro de 2018

Uma Boa Conversa




Eu adoro conversar com pessoas. As minhas conversas vão evoluindo com o passar dos anos. No começo de tudo, lá na origem, Orkut e MSN, incomodava muita gente. Tudo porque eu não sabia o momento de parar de falar. Visivelmente as pessoas não queriam mais falar comigo. Mesmo assim, insistia de diversas maneiras. O verdadeiro chato. Talvez ainda seja um pouco, mas nada comparado aos velhos tempos. Hoje basta uma palavra e já sei que o assunto terminou. Compreendo perfeitamente quando devo sair de cena e ficar quieto.
Pessoalmente é mais fácil identificar, porque o corpo fala o que a boca não diz. São sinais simples de desconforto ou desinteresse total pela nossa oratória. Isto se aprende através de leituras e observação constante. Não é difícil, nem precisa ser graduado nisso ou naquilo. Só pesquisar um pouco que já é possível aprender e entender.
Quero escrever sobre as situações diárias. Não é um texto que trata das situações de identificação quando uma mulher não quer mais falar. É geral. Converso com muitas mulheres, mas também converso com muitos homens; todos emitem o mesmo sinal quando não querem seguir adiante uma conversa. O que vou escrever serve para WhatsApp, Facebook, Instagram, email... Qualquer meio de comunicação digital. Antes que alguém questione, sou um simples escritor emitindo uma opinião sobre o que observo. Não fiz nenhuma pesquisa, portanto, não tem valor cientifico. Garanto que será bom para conversar e aprender a ficar quieto na hora certa. Se desejar, pode continuar insistindo nos teus erros até ser bloqueado ou, pior ainda, ser taxado de chato.

Uma das regras mais básicas que aprendi ao longo de 12 anos na internet, conversando com inúmeras pessoas, é bem simples: toda conversa deve ser uma troca sincera e justa. Se eu falar contigo, mostrar interesse em determinado assunto, o mínimo que espero, é que responda com certo entusiasmo. É triste demonstrar interesse, e a pessoa responder somente "hum". Após este "hum", deve haver um complemento. Uma pergunta, uma afirmação. Caso não aconteça, fim de conversa. Sem chance de prosseguir. Mas, se insistir, bem provável que só vai receber respostas curtas, sem brechas para argumentar. "Sim", "Não", "Talvez", "Aham". O último recurso de quem não quer falar é visualizar e não responder. Vai demorar para responder diante tua tentativa desesperada de conversar. Quando argumento de forma incansável e recebo uma resposta curta, imediatamente fico quieto e aguardo uma nova oportunidade.
Quando alguém visualiza e demora certo tempo para responder, temos duas possibilidades: está fazendo "charme" ou está conversando com pessoas mais interessantes e tu és uma segunda opção. Talvez terceira, quarta, quinta opção. Nesses casos é recomendável aguardar a pessoa argumentar, puxar algum assunto. Senão, preferível finalizar a conversa de forma amistosa e mais digna possível. São poucas pessoas que trocam mensagens no Facebook, a maioria solicita o WhatsApp, porém, os sinais nunca mudam.
Um fenômeno estranho acontece no Instagram. As pessoas têm o que chamo de "ataque de estrelismo" e simplesmente visualizam mensagens e não respondem. Talvez seja por haver muitos filtros divertidos, o número de seguidores. Sei lá! Meus amigos e minhas amigas que me perdoem, mas é algo que não concordo. Visualizar uma mensagem e não responder, na minha opinião, é falta de educação. Lógico que não sou ignorante. Diante uma afirmação, ou envio de "correntes", geralmente não há necessidade de responder. Mesmo assim, muitas vezes respondo por educação.

Pessoas são só pessoas, nada demais nem de menos. Procure conversar com pessoas que gostam de ti, que apreciam tua conversa e fazem questão. Nos novos relacionamentos, preste atenção no tratamento. Eu tenho amigos e amigas que, se eu não chamar para conversar, eles/elas não chamam jamais. É uma característica. Entretanto, nos momentos que tento conversar, sou bem recebido e o tratamento é maravilhoso. E outras pessoas, fazem exatamente o que escrevi nos parágrafos anteriores. Ou seja, não querem conversar comigo. E do fundo do meu coração, entendo as pessoas na internet e busco ficar quieto.
É loucura achar que todos vão te dar atenção, que as pessoas sempre querem conversar. Às vezes, o dia foi cansativo, stress no trabalho, brigas em casa; namorada(o), família, marido, mulher, irmãos... A lista é gigante de acontecimentos que podem influenciar no desenvolvimento de uma boa conversa. Por essas e outras que é importante interpretar o momento exato de ficar em silêncio. O mundo virtual é cruel; não tem como saber as reações das pessoas que recebem nossas mensagens. Podemos fazer alguém feliz puxando assunto. Ou não.
Tenho meu jeito de conversar, analisar de forma minuciosa os acontecimentos. E sou grato pela evolução adquirida, percebo que os meus amigos e as minhas amigas gostam de trocar ideias comigo em campos diversos; desde política ao futebol. E quem não aceita, simplesmente identifico e aguardo uma nova oportunidade. Nunca desisti de pessoas e vou seguir acreditando. Apenas montei uma estratégia que orienta como devo proceder e evitar problemas desnecessários. Espero que este texto faça tu identificar quando deve encerrar uma conversa. Mais do que isso, lhe ensine a valorizar as pessoas que apreciam tua conversa, por mais chata que seja.

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quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Facebook - A Estratégia




O Facebook é uma rede social maravilhosa que nos mantem conectados com nossos amigos e podemos acompanhar inúmeras postagens. O problema é que nem sempre vamos gostar do que estamos acompanhando. "O Facebook é meu e posto o que eu quiser", é o pensamento predominante. Não existe alguém que aprove 100% todas as postagens feitas no Facebook. E isto é normal. Em tempos de campanha eleitoral a situação piora muito. São pessoas que decidem expressar suas opiniões políticas de diversas formas: textos, vídeos, fotos, links de notícias e por aí vai. E a maioria não tem noção do que está fazendo. Espalham notícias falsas como se fosse verdade e acabam influenciando outras pessoas sem o mínimo de massa crítica. É um lado negativo do Facebook que gera falácias sem fim.
Algumas pessoas são tão radicais que postam: "Vou votar no fulano, quem não gostar pode me excluir". E uma amizade bonita é encerrada por causa de política. A estratégia que vou ensinar serve para evitar este tipo de acontecimento. Não somente na política, mas postagens em geral que determinada pessoa posta e não é legal aos teus olhos. Tenho amigos e amigas que já aplicaram tal estratégia comigo. Não tenho dúvida. Nunca curtiram ou comentaram nada que posto. São pessoas invictas no meu Facebook. Tenho uma estratégia especial para elas, que será divulgada num texto futuro. Agora vamos tratar de como parar de acompanhar postagens desnecessárias. E um conselho importante sobre como tratar pessoas que pensam diferente de ti politicamente.

É possível não ver mais as publicações de uma pessoa e, mesmo assim, continuar sendo amigo. Não precisa ser radical e desfazer uma amizade, tampouco bloquear. Já aconteceu de eu fazer um comentário numa postagem, uma crítica construtiva e receber uma resposta violenta ou, pior ainda, ficar sem resposta e ver outros comentários sendo respondidos. Daí que começa minha estratégia. Ao entrar no perfil de uma pessoa, pelo celular ou computador, abaixo da foto vai estar: AMIGOS, SEGUINDO, MENSAGENS. Basta clicar em seguindo que vai surgir a seguinte opção: DEIXAR DE SEGUIR. Clicando nesta opção, as postagens não vão mais aparecer na tua linha do tempo. E olha só que legal, vão continuar sendo amigos. Se houver necessidade pode mandar uma mensagem no privado e conversar. Se sentir que a pessoa evoluiu e parou com as postagens bobas, é só seguir novamente. É uma estratégia sensacional.
Então, cada vez que ver muitas postagens sobre política que incomoda, que tu sabes que não faz sentido, simplesmente pare de seguir quem está postando incansavelmente. Vai poupar uma amizade e evitar discussões desnecessárias. Até porque, poucas pessoas têm capacidade argumentativa, a maioria briga e não entende o mínimo de política. Saiba com quem está tentando argumentar.

Meu irmão tem uma visão política totalmente diferente da minha. Aqui não cabe nenhuma crítica ou exposição. Ele é meu irmão. Meu sangue. Jamais vou aplicar qualquer estratégia com ele. Só vou olhar e respeitar. Sou muito respeitado politicamente. Escrevo alguns textos e meus amigos comentam, debatem, trocam informações, tudo de forma educada. É a minha rede social, não é regra. Por essas e outras que defendo: não brigue por causa de política e respeite as pessoas. Todos pensam de forma diferente, estudos, experiências. Nada é igual. Outro detalhe importante: não tente convencer ninguém a mudar de ideia através da força bruta verbal. Se a pessoa já decidiu, é perda de tempo tentar convencer do contrário. Quando existe dúvida perante os candidatos, utilize argumentos reais. Seja diferente. Mostra um caminho evolutivo para o país, não apenas para determinado grupo da sociedade.
Pessoas que não entendem de política vão criticar os candidatos sem jamais exaltar as qualidades de quem vão votar. Criticar por criticar qualquer adolescente consegue. Quero ver defender um candidato através de argumentos que fazem a diferença. Ficar isento sem falar nada é uma estratégia simples e muito usada. É bom. Agora, se decidir debater e trocar informações, seja firme e mantenha a postura. Apresente teu candidato e boa sorte na argumentação. Não brigue. Qualquer coisa, para de seguir que é melhor e faz bem para saúde.

Espero que este texto possa contribuir com teus pensamentos de excluir amigos que pensam diferente ou que postam coisas que acabam irritando tua pessoa. É uma estratégia simples e fácil de ser executada. Não dói em ninguém. Até hoje, só apliquei com uma pessoa porque ficava induzindo ao erro e postagens sem sentido algum, politicamente falando. Outras pessoas foram por falta de educação com a minha pessoa. Cada caso é um caso. Espero que saibam usar este recurso tão eficaz. Estou ciente que já usaram comigo. Eu sei...


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sábado, 18 de agosto de 2018

Mateusinho Surfista - A Origem





Minha vida mudou muito após meu acidente. Encontrei inúmeras dificuldades para voltar a ser quem sempre fui. Na verdade, nunca mais consegui ser. Até os 19 anos tinha um corpo físico saudável. De repente, acordei com 20 anos sem mexer um braço. A causa de tudo foi um terrível acidente de moto, o que acabou gerando 23 dias em Coma Profundo. A partir de então, sendo deficiente físico, meu mundo desabou diante meus olhos. Faltava coragem para encarar as limitações e conhecer pessoas. Precisei me reinventar e achar um novo caminho. No ano de 2006, quando os acessos à internet estavam começando, uma rede social era conhecida e estava tornando-se uma identidade digital: Orkut. As poucas pessoas perguntavam: "Tem Orkut"? Não fazia ideia do que era aquilo. Então, num belo dia, fui numa lan-house e decidi aprender como mexer nesta rede social. Não era simples, afinal, só tinha Orkut quem recebia convite por email. O dono da Lan-house criou um Hotmail para mim, me enviou convite e falou algo sobre MSN. A partir daquele momento estava nascendo o Mateusinho Surfista.
Nunca soube nadar, tampouco surfar. Mateusinho é o diminuitivo do meu nome, mais as roupas de surf que adorava usar naquela época. Por que não usei meu nome? Naquele tempo as pessoas usavam muitos apelidos ou "nomes fantasias"; poucas pessoas usavam o nome verdadeiro. Pelo menos, minha rede de contatos era assim. Através do Orkut que fiz muitas amizades virtuais, conversei com inúmeras garotas. No começo de tudo não falava nada da minha deficiência. Tirava fotos que só mostravam o meu rosto ou o lado esquerdo do meu corpo. Passaram-se mais de 12 anos que nasceu o Mateusinho Surfista, e faz mais de 6 anos que não uso mais este nome. Entretanto, ele nunca morreu; tornou-se um sentimento. Quero escrever sobre este sentimento, como me recuperei através da internet. Antes, quero explicar um pouco sobre Orkut e MSN, já que não são todas as pessoas que viveram esta fase.

O Orkut é semelhante ao atual Facebook, mas grandes detalhes fazem a diferença. O Orkut era uma página própria, exatamente como no Facebook, onde era possível colocar seus dados pessoais. Uma das grandes diferenças trata-se dos "recados". Por exemplo, se eu quisesse falar contigo, ia até a tua página e deixa um recado. Tu irias ler e responder. Também era possível deixar depoimentos para amigos. Simples: vou na página da pessoa, clico em depoimento, a pessoa lê e aceita. Pronto; aquele depoimento ficaria exposto para todos. Só por essas duas características já é possível imaginar quantas confusões existiram. Recados íntimos que não foram apagados no tempo certo; depoimentos reveladores que a pessoa deveria ler e não aceitar. Muitas situações engraçadas e constrangedoras. As famosas comunidades tinham seu valor. Quando alguém posta uma foto no Facebook e escreve: "Dispensa legenda". Legenda é do Orkut. Ao criar um álbum e colocar fotos, existia a opção de escrever na legenda.
Na outra vertente temos o MSN. O WhatsApp é a evolução, porém, acredito que o MSN era melhor. Tinha as frases que botávamos; rolava várias indiretas. Nunca esquecerei a frase que eu usava: Mateusinho Surfista - A saga de um guerreiro lutando contra seu próprio destino. No MSN havia status diferentes: Online, Ocupado, Ausente e Off-line. Era difícil saber se o status era verdadeiro. A pessoa poderia botar ocupado e falar só com quem deseja. E nos outros status a mesma coisa. Tinha um botão que chamava atenção das pessoas, literalmente. Ao clicar, toda tela da pessoa balançava e ela seria direcionada para quem chamou atenção. Status Ocupado e Off-line não era possível chamar atenção. No status ocupado não dava para ver quem entrava; no status Off-line não dava para abrir WEb Cam. Portanto, as estratégias variavam de caso a caso. As Salas de Bate-Papo do site Terra, UOL entre outras, eram usadas para fazer amizades e conseguir MSN. Percebeu o tamanho da diversão e, claro, dos desencontros que aconteciam? Tempo bom, que não volta mais.

O Mateusinho Surfista nasceu para superar meus medos. Morria de vergonha de ser deficiente físico, por ter limitações. Tudo muito recente para mim e estava me redescobrindo. Através do Orkut encontrei um mundo diferente, onde poderia conhecer pessoas e fazer amizades. Depois que entrei numa rede social nunca mais me senti sozinho. Tirava muitas fotos e postava. Como foi escrito anteriormente, existia a opção de escrever na legenda da foto. Naquele tempo eu escrevia mal e pouco me arriscava. No antigo Orkut, na origem, só podia postar 12 fotos. Com o passar dos anos aumentou para 24, depois 36; enfim nasceu os álbuns e as fotos tornaram-se livres. Aos poucos fui escrevendo mais; cada legenda gerava textos médios.
Quem nunca viveu um amor virtual não sabe o que é gostar de alguém somente pelo seu jeito de ser. Experimentei este sentimento diversas vezes e vivi historias memoráveis. Certa vez me apaixonei por uma menina que morava em São Luís do Maranhão. Eu moro no Rio Grande do Sul. Ou seja, ela estava do outro lado do país. Impossível a gente se encontrar e ficar juntos. Mantivemos um amor virtual durante vários meses. Até que ela conheceu alguém. Eu quase enfartei quando soube. Mesmo sabendo que jamais aconteceria, fiquei chateado e triste por um bom tempo. Hoje ela é casada, tem um filho e está feliz. Torço muito por ela e mantemos uma amizade sincera, apesar que quase não falo com ela. Além desta pequena historia repleta de detalhes que foram ocultos para evitar exposição, outras tantas aconteceram. Algumas garotas conheci pessoalmente, mas nunca se transformou num namoro firme e com sentimentos reais. Estava aprendendo a conversar, comunicar. Mesmo assim, tinha preconceito comigo mesmo; culpava meu braço perante minhas falhas. E o preconceito me travou. Aconteceu de conversar com garotas próximas, possíveis de encontrar. Nunca tentei. Perdi muitos contatos, quase todos dos tempos de Orkut e MSN.

Amizades distantes e amores impossíveis. O tempo foi passando e fui evoluindo. Assim que iniciei meus estudos, leituras e meu mundo expandiu, Mateusinho Surfista deu espaço ao Mateus Silva. Um homem cavalheiro, um guerreiro destemido lutando por dias melhores. Meu lado sonhador tem nome e sobrenome: Mateusinho Surfista. Tenho certeza que muitas pessoas pesquisaram por meu nome nos tempos de Orkut. Não encontraram porque mudei. Dá mesma forma, muitas pessoas evoluíram e nunca mais foi possível encontrar. Posso escrever historias sobre o Orkut e MSN. Hoje só escrevo sobre um sentimento que existiu e fez eu crescer e enxergar um mundo diferente. Talvez um dia eu escreva mais.


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Foto que usava no perfil do Orkut.


sábado, 21 de julho de 2018

Woods




A turma da minha namorada decidiu fazer uma festa para os 100 dias dos formandos. Conseguiram entradas para uma das melhores festas de Porto Alegre (se não for a melhor), a Woods. Quando minha namorada me informou, fiquei um tanto assustado. Primeiro, porque não sei me vestir para festas de tal calibre; segundo, porque custa caro. Ela buscou me acalmar, explicando que tinham conseguido meia entrada. Raramente digo não para Camila, e sei que o momento é mega importante para ela. O processo era simples: Os cards seriam vendidos a 10 reais. Apresentando o card pagaria 25 reais; sem o card, 50 reais. Convidamos um casal de amigos. Na festa estaria a produtora, tirando fotos e filmando os formandos e seus convidados. Com que roupa devo ir? Simples, mas sem perder a elegância: calça jeans, sapato bico fino, camisa bordo e blazer. Certo que não é uma roupa para "curtir" funk, porém é meu estilo e não abro mão.
A festa estava programada para começar às 23 horas. Eu não sabia nada do que poderia acontecer.  Estava ciente que teria um show de um tal de MC Dedé, que nunca ouvi falar. Em nome do meu amor aguentaria uma noite de funk.  Em compensação, conheceria a Woods. Para chegarmos lá, contratei um amigo/vizinho que trabalha na Uber e cobrou um valor dentro do orçamento previsto. Além disso, no caminho, ficou falando sobre o bairro Boa Vista e das pessoas que ali moravam. A massa era formada por empresários e outras tantas pessoas importantes. Chegamos na Woods! Ao descer do carro, olhar aquelas pessoas, a atmosfera do ambiente externo, não demorou muito para ficar vislumbrado. Peguei a mão da Camila e caminhamos em direção as suas colegas que estavam na fila. A partir de então, comecei a analisar tudo que poderia, cada acontecimento: as roupas, as decorações, os seguranças, os processos de entrada e saída, as pessoas. Como imaginei, a festa não começou às 23:00. Demorou mais de 30 minutos para entrarmos. Quando o segurança me revistou, já reparei num processo que não conhecia. Ao entrar imaginei que ouviria muito funk. Estava extremamente errado, o que alegrou minha noite. Escreverei o que vivenciei na Woods. Adorei.

Do outro lado da rua tem um posto de combustíveis. Um posto muito lindo, com uma loja de conveniência acima dos padrões. Do lado, uma farmácia e outros comércios. Avisei a Camila que queria ir ao banheiro e fui à loja de conveniência. Retornando, fiquei feliz ao analisar os homens da festa: a maioria usava jeans, sapato e camisa social. Já acertei no figurino. Perfeito! As mulheres me surpreenderam. Sexta-feira, 13 de julho, estava frio. Entretanto, as mulheres usavam saias, vestidos e até shorts. "Tu deverias ter vindo de saia", comentei com a Camila, que estava linda e elegante, de calça jeans, uma blusa, um casaquinho e salto alto (que não era tão alto).
Os seguranças usavam ternos pretos e camisas da mesma cor. Elegantes. De repente, um colega da Camila argumentou alguma coisa com o segurança. Ele ficou de verificar. No seu retorno, falou que os formandos entrariam pela fila dos camarotes, junto aos seus acompanhantes. Os demais convidados entrariam pela fila normal. Porém, uma colega da Camila reservou um camarote para ela e seus convidados. A fila estava cheia de amigos e amigas dela; bem mais que os formandos. E eu ali, observando tudo ao meu redor e aguardando o momento de entrar e conhecer o ambiente. Então, o segurança liberou a entrada.
Ao me revistar, ele pergunta se tenho uma carteira de cigarro aberta; provavelmente viu eu fumando fora da fila. Respondi que tinha uma aberta e outra fechada. Pediu para ver. Ele olhou atentamente; abriu a carteira de cigarro para ver se tinha algo dentro. Depois, somente analisou a fechada e deixou eu seguir em frente. Avistei o Gustavo e a Pâmela entrando pela outra fila. Caminhei e avistei de longe um balcão, com computadores e recepcionistas. Fui para fila normal, enquanto a Camila ficou na fila dos formandos. A recepcionistas era gentil e direta ao ponto. Entreguei minha identidade e o card que concederia o desconto. Ela me cadastrou no sistema, pegou meu número e entregou um cartão magnético; a consumação. Ao me virar, notei uma escadaria e nela estava um segurança. Acho que seria a entrada para os camarotes. Nós subiríamos as escadas ou atravessaríamos uma porta giratória que tinha logo a frente? Aguardei a Camila junto com o Gustavo e a Pâmela. Não demorou muito para Camila chegar. Ela entregou sua consumação para mim e pediu para eu guardar; estava cinte que, se perdesse, poderia gerar um problema desnecessário e resolvi colocar dentro da carteira.
Peguei a mão da Camila, o Gustavo pegou a mão da Pâmela e nos encaminhamos para porta giratória, conforme orientação de um segurança; a produtora já estava aguardando num lugar reservado. Assim que atravessamos a porta giratória, do lado esquerdo na parede, havia uma espécie de pôster bem grande. Ou melhor, um plano de fundo para as pessoas tirar fotos. Pensei seriamente na possibilidade de parar e tirar uma foto, mas julguei desnecessário e segui em frente. Chegando no salão lembrei imediatamente da minha adolescência, quando saia de noite com meus amigos e minhas amigas. Aquele salão me remetia para os tempos de União, em Alvorada. A diferença é que o União é maior, e tinha duas pistas de dança. Ali, só havia uma. Agora poderia analisar a festa em si, e claro, curtir bastante.

O primeiro passo foi encontrar a produtora. Não foi difícil; estava do lado direito de quem entra, próximo a chapelaria. Havia um pequeno camarote, que, pelo que entendi, o acesso era livre; talvez, somente talvez, por isso os formandos entraram antes. As colegas da Camila começaram a tirar fotos. Eu sentei e aguardei. Enquanto isso, o Gustavo e a Pâmela estavam do outro lado, pegando uma bebida. A Camila e eu tiramos uma foto. Eu gosto de tirar foto beijando. Perguntei para fotógrafa se podia tirar foto beijando. Ela aprovou e já beijei meu amor. Então, a Camila pediu para que chamasse o Gustavo e a Pâmela para tirar foto com ela. Atravessei o salão e fui lá chamar eles. Nós três posamos para as fotos, com a finalidade de marcar aquele momento especial. Enquanto isso, a música tocava de forma alucinante. Músicas antigas com batidas atuais; músicas atuais com batidas alucinantes. Eu estava eufórico. Peguei o celular e comecei a tirar fotos e filmar. Meu grande problema surgiu: não sabia postar mais de uma historia no Instagram. Que desespero! Minha comunicação nunca me deixa na mão, alinhada ao meu poder de observação.
Fomos para pista e começamos a dançar. Nem parecia que a Camila e eu namoramos a quase 7 anos. Fiquei agarrado e beijando muito. Conforme o tempo passava, a festa enchia cada vez mais. Em determinado momento chamaram os formandos para mais uma sessão de fotos e um brinde; só os formandos. Fiquei dançando com o casal de amigos, tirando fotos. De repente, notei que uma colega da Camila estava com um Iphone tirando fotos e postando no Instagram. Não pensei duas vezes, chamei ela e me apresentei. Perguntei como poderia postar historias no Instagram, argumentei que só sabia postar uma. Devido ao som alto, ela não me entendeu. Imediatamente tirei o meu Iphone do bolso e mostrei para ela; em menos de 10 segundos ela entendeu e já estava me explicando como fazer. "Sou muito burro", pensei. Tem o ícone de uma câmera bem em cima, era só clicar ali. Agradeci e fiquei tirando fotos e filmando; até me arrisquei entrar ao vivo, mas não gostei e apaguei. Passaram-se uns 15 minutos e a Camila retornou. Ficamos dançando e, lógico, beijando muito. Aquelas músicas estavam demais.
Um garoto passou por mim e me empurrou, fui para cima da Camila. Alto, magro, vestia um moletom cinza. Não gostei. Mas vi que ele logo se posicionou para tirar uma foto com seus amigos. Talvez, na pressa de tirar foto, acabou me empurrando. Para sorte dele sou mais velho, tranquilo. Senão, certamente quebraria a cara dele. Sentiria a fúria de um deficiente. Apanharia de um homem que só mexe um braço; seria constrangedor para ele (risos). O que importa é a festa, sem essa de confusão por besteira; e nem tenho condições de suportar uma briga. E a festa estava ótima. Muita gente bonita; homens e mulheres. Um detalhe saltava os olhos: mais mulheres do que homens. Elas dominavam a festa. Só mais uma observação entre tantas, porque só queria curtir a festa com meu amor e mais nada.

E o funk começou. Até que era um funk diferente, que agitava a festa e tinha umas batidas muito legais. Mas funk sempre é funk. Olhei o relógio: quase 03:00 da manhã. "Vamos embora", conversei com a Camila e o casal de amigos. Quando nos encaminhamos para saída, a Pâmela lembrou que tinha deixado seu casaco na chapelaria e entrou na fila para pegar. Enquanto isso, a Camila e eu esperávamos um pouco afastados da fila.
Tinha uma menina alta, com uma saia bem curta, encostada na parede que servia de plano de fundo para fotos. Daí, apareceu um garoto, conversou um pouco e beijou. Ele encostado na parede. Que beijo. Estava preocupado com o que poderia acontecer, entretanto, outra cena perto do banheiro das mulheres estava acontecendo que chamou minha atenção. É uma estratégia muito velha (eu nunca usei, mas já vi muitos homens fazendo). É simples e idiota. O homem fica parado perto do banheiro das mulheres, quando elas saem, eles pegam na mão (às vezes vão além da mão) na expectativa de conseguir um beijo. "Ela fez xixi, agora é tudo mais fácil", é o que devem pensar. Não existe lógica nessa estratégia. E os seguranças chegaram; o rapaz estava cambaleando de bêbado. Tentou argumentar alguma coisa. O segurança se irritou e ordenou que saísse, dando um soco na costela do rapaz; doeu em mim. Foi um soco discreto que poucas pessoas notaram. Os amigos do rapaz chegaram, conversaram com o segurança e se afastaram, junto com seu amigo. Não demorou 5 minutos e já havia outro rapaz perto do banheiro das mulheres, usando a mesma estratégia. Com certeza alguma mulher reclamaria com o segurança e tudo recomeça.
Quando o casal retornou, a Pâmela com seu casaco, passamos pela porta giratória em direção à saída. O Gustavo e eu fomos para fila pagar as consumações; muitas pessoas estavam indo embora. Assim que saímos para rua, olhamos o movimento e mais pessoas estavam prestes a entrar; muitas pessoas. E a maioria, mulheres. Fomos para o posto pegar o carro do Gustavo. A festa tinha acabado para nós. Uma experiência incrível.

Resumo sobre a Woods: Uma festa sensacional, com pessoas bonitas e um ambiente maravilhoso. A organização dispensa comentários. Uma administração perfeita, processos simples e eficientes. A Woods fica localiza num bairro nobre, portanto, para curtir a festa é preciso estar ciente que vai gastar um dinheiro considerável. Eu não bebo (raramente), a Camila e o Gustavo também não. A Pâmela bebeu uma caipira. Não sei dizer o preço das bebidas, mas sei que a caipira é 20 reais, uma garrafa de água é 10 reais. Os "famosos Kit" devem ultrapassar 300 reais; o camarote superior deve ser 100 reais ou mais. Se uma água é 10 reais, uma cerveja deve ser 20 ou 25. Não sei dizer exatamente e não quero chutar, apenas uma lógica, que pode variar para mais ou menos. Se for na Woods com muitos amigos e muitas amigas, se todos dividirem, vai sair barato e podem amanhecer bebendo e dançando. Conheci a Woods num dia de Show de Funk. Se tivéssemos ido uma semana antes, poderíamos curtir o show dos Inimigos da Hp; grupo de pagode que gosto. Também têm shows sertanejos. Não tenho dúvida que nesses eventos tudo é mais caro. A oferta aumenta para controlar a demanda. Normal! Se eu recomendo? Com certeza. Se não é a melhor festa de Porto Alegre, deve estar entre as 3 melhores. De acordo com meu ponto de vista e analise, acho difícil uma festa ter tanta organização. Parabéns aos Administradores.


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Na saída.


Beijos no meu amor!





Uma música sensacional.




segunda-feira, 9 de julho de 2018

Passeando em Canoas




Minha namorada precisava fazer um book fotográfico para sua formatura, na produtora ST, localizada em Canoas. Logicamente que me convidou para ir junto, e eu sabia o quanto era importante para ela. Dia 04 de julho, às 15 horas. Não conheço Canoas e seus detalhes, suas avenidas e ruas, mas acredito piamente na minha comunicação. Desta vez não seria diferente. O que poderia acontecer de errado? Nada poderia impedir nossa trajetória.
No horário combinado, peguei o ônibus e fui ao centro de Porto Alegre. A Camila estaria lá, me aguardando para almoçarmos e irmos à estação, pegar o trem rumo à Canoas. Até aquele momento, apenas um casal almoçando e conversando. Conta paga. Agora, era questão de seguir nosso destino. De mãos dadas, sorrindo e brincando um com o outro, chegamos na estação. Da estação em diante uma série de situações se iniciariam. Houve um momento engraçados, logo após passarmos a catraca. Achei estranho a reação do rapaz. Sinceramente, me pareceu muito idiota tal atitude.
O pior estava reservado para Canoas. Jamais pensei que poderia acontecer comigo. A Camila dava altas risadas. Quem não conhece, jamais saberia o significado. Eu namoro faz 7 anos, sei perfeitamente o que significa as risadas dela em excesso. Canoas me surpreendeu. A produtora ST também acabou me surpreendendo.

Estávamos bem adiantados. Ao atravessarmos a roleta e caminharmos em direção à plataforma, avistamos um casal. O rapaz branco, alto, com sua namorada (talvez mulher). Uma loira de estatura baixa. O rapaz foi mexer no bolso e deixou cair uma moeda. Conversou rapidamente com sua companheira e seguiram caminhando. Segurei firme a mão da Camila, caminhei rápido e peguei a moeda do chão, uma moeda de 0,25 centavos. Tentamos alcançar o casal para devolver a moeda, o que não foi possível. Precisamos subir a escada rolante e chegar a plataforma. Então, ao nos aproximarmos do rapaz, a situação ficou estranha. O rapaz muito bonito. Os olhos verdes água, bem claro, seguido de um rosto angelical. Sua namorada também, olhos claros lindos, mas não tinha tanta beleza quanto ele. Tentei entregar a moeda.

- Moço, deixou cair uma moeda.
- Esta moeda não é minha.
- Mas eu vi cair do teu bolso. Estou devolvendo.
- Não é minha. Mesmo que fosse, pode pegar para ti.
- Então, é tua, só quero devolver.
- Não, não (risos). Não é minha.
- Tudo bem, então.

Peguei a mão da Camila e nos afastamos. "Queria ver se fosse uma nota de 100 reais, duvido que ele não ia querer", comentou a Camila. Sei lá o porquê ele negou. Talvez seja uma tradição de família, tipo: se cair uma moeda tua no chão não pegue, pois dá azar. Nem me concentrei na negativa do rapaz. Queria apenas curtir a viagem, minha namorada. Ansiedade por chegar na produtora e tirar fotos. Seria legal, divertido. Porém, ao descermos na Estação Canoas, as confusões começaram. E a Camila dava risada. Nem sempre é um sinal positivo as risadas do meu amor.

As informações que a produtora passou para Camila eram objetivas: descer na Estação Canoas, chegar ao centro, dobrar a esquerda, caminhar até uma passarela de madeira e encontrar uma churrasqueira; a produtora estaria perto. Muito simples, contudo a estação tem duas direções, e o centro é gigante. Atravessamos a roleta e caminhamos para esquerda. Quando estávamos descendo, parei e questionei a Camila. "Será que o centro não é para o outro lado? Vamos perguntar para aquelas meninas". Elas apontaram para direita. Então, descemos e chegamos no centro. Muitos ônibus e comércio dos dois lados. Tinha duas senhoras perto de um carrinho de pipoca. Perguntamos para elas se conheciam o endereço: Av. Dr. Sezefredo Azambuja Vieira, 22. Elas disseram que não conheciam e indicaram o fiscal de ônibus, que com certeza saberia nos informar.
E ele explicou. Disse que estávamos longe, que seria necessário pegar um ônibus. "Eu sei que é longe, mas disseram que era só caminhar. É perto de uma churrascaria", argumentava a Camila. O fiscal pareceu recordar. Falou de uma churrascaria chamada Passoquinha. Disse que precisávamos retornar para estação e atravessar para o outro lado.
Peguei a mão da Camila e retornamos, conversando e dando leves risadas. Ao chegarmos do outro lado, avistamos dois táxis amarelos, parados, numa espécie de praça. Acreditei que seria importante perguntar para um taxista o endereço. Qual foi nossa surpresa? O taxista conhecia o endereço. Orientou que retornássemos para o outro lado. Agradeci e retornamos. A Camila sorria, dava altas risadas. Quando faz isso, é porque está nervosa. E sobra para mim. Entre uma risada e outra, ela me xingava. Paramos no meio do caminho, e decidi retornar e descer aquela rua. Quem sabe, a gente avistava uma churrascaria. Voltamos, passamos pelo taxista de forma discreta, e encontramos um CFC. Novamente pedimos informação. O taxista estava certo, precisávamos atravessar para o outro lado. Retornamos. A Camila dava risada, chamava minha atenção, mais risadas... Quase apanhei.
Chegamos do outro lado, o centro (descobrimos depois que era o centro) e a Camila não queria nem olhar o fiscal de ônibus. Dobramos a esquerda e entramos numa loja de langerie; pedir mais informações. A moça disse que não sabia, mas o dono da padaria que havia na esquina trabalhava no mesmo local há mais de 30 anos. A Camila entrou na padaria e conversou com o proprietário que, de fato, nos mostrou um caminho: seguir em frente até a BR, que haveria taxistas para nos indicar melhor. Chegando lá, falamos com um policial.

"Dobra a direita, sobe, depois dobra a esquerda. Vão avistar a passarela e a churrascaria Passoquinha", disse o policial. Tínhamos 20 minutos para chegar na produtora. Seguimos as orientações e encontramos a tal passarela de madeira. Atravessamos a passarela. Chegamos numa rua estranha. Uma descida. Na esquina estava a tal churrascaria do Passoquinha. "Finalmente vamos chegar na produtora", pensei. Caminhamos. Nada. Olhamos para a direita e avistamos uma ferragem. E lá vamos nós, perguntar novamente. O dono falou que estávamos perto. Que era só dobrar na esquina, subir a rua que encontraríamos o endereço. Meu Deus! Finalmente encontramos a avenida. Ela estava num cruzamento. Dobramos a direita e olhamos os números; quanto mais descia, aumentava os números. Decidimos voltar e caminhar na direção oposta, atravessando a rua.
Tinha uma praça vazia e um terreno baldio. "Esta rua não tem cara que tem uma produtora", comentei com a Camila, que seguia rindo e xingando. Eu tentava acalmar ela. Encontramos um morador, perguntei onde era o número 22, e se ele conhecia a produtora ST. "Acho que tem uma produtora, do outro lado", foram as palavras daquele senhor. Que loucura. Olhei para o relógio, enquanto caminhava de volta. "Para de olhar esse relógio. Está me irritando". Olhei para ela e respondi: "Calma amor, tudo vai dar certo". Busquei descontrair o clima.
De repente, ao atravessar a avenida, observei um prédio. Ali, no portão, estava escrito "Produtora ST", mas era bem pequeno. "Quem é o gestor de Marketing? Não poderia cuidar do Marketing Visual?", pensei e quase falei. O importante é que estávamos na produtora, exatamente às 15 horas. Nos encaminhamos para a recepção. Se imaginasse que a produtora atua de tal maneira, certamente teria fechado contrato para minha formatura de 2017.

As recepcionistas foram gentis com a nossa chegada e iniciaram o primeiro processo: nome, telefone, endereço e horário marcado para as fotos. Enquanto a Camila falava, observei atentamente os detalhes. Do lado da recepção, havia uma parede de vidro e 5 computadores. Visivelmente era onde editavam as imagens. Também tinha poltronas confortáveis para sentar. Depois de confirmado os dados, a recepcionista pediu que aguardássemos na sala de espera. Nos indicou um corredor. Ao chegar no final do corredor, fiquei boquiaberto. Trava-se de uma cafeteria toda decorada. Mesas redondas e cadeiras. Um balcão grande, com uma atendente. Na parede a esquerda de quem entra, uma parede de tijolos, uma série de máquinas fotográficas e câmeras de filmagem antigas, expostas dentro da parede e coberta por um vidro. Quadros e outros aparelhos; E uma televisão grande, ligada num canal esportivo. Abaixo, uma pequena lareira, que aquecia o ambiente e tornava tudo mais bonito. Um ambiente retrô. A decoração transmitia tranquilidade e confiabilidade nos serviços ofertados.
A maquiadora chamou a Camila. Enquanto ela se maquiava, comprei um café e tomei, assistindo os comentários esportivos. Assim que a Camila retornou, tirei minha jaqueta e tiramos umas fotos do celular dela. Eu estava com minha camisa azul social e ela com uma camisa vermelha. Mal tiramos as selfies e chamaram para as fotos individuais. Naquele momento, uma colega da Camila estava na espera, junto de seu marido e filha. Enquanto ela tirava as fotos, conversei com o casal, brinquei com a criança. Depois acabei saindo para rua, fumar um cigarro. Quando retornei, a colega da Camila já tinha ido se maquiar e seu marido estava tomando um café, com a menina no colo. Sentei do lado dele e puxei assunto sobre a Copa do Mundo. Passados uns 10 minutos, uma moça surgiu na sala e fez uma chamada inusitada.

"O marido da Camila para tirar fotos". Subi de cargo e nem sabia. Sorri e caminhei ao lado da moça, que me levou até onde estava a Camila. Chegando lá, a fotógrafa foi muito simpática, querida, nos deixando a vontade. Achei um tanto engraçado. A fotógrafa ficava instruindo a gente: bota a mãe ali, pega isso, olho nos olhos, beija, senta, levanta... Comentei: "Não sei por que quis ser Administrador. Deveria ser modelo...", muitas risadas. Após a sessão de fotos, nos solicitaram que aguardássemos um pouco na cafeteria, que em breve chamariam para escolher as fotos para formatura que vão aparecer no telão.
Levou alguns minutos e chamaram a Camila. Nos despedimos da sua colega e fomos para sala que fica ao lado da recepção. Como desconfiava, realmente era aonde as fotos eram tratadas. A Camila escolheu as fotos. Conversaram valores para um outro pacote que não está no contrato. Nos levantamos e caminhamos rumo à saída. Agora a gente sabia o caminho de volta para estação. Na verdade, até me perdi de novo, mas estávamos no centro de Canoas, e qualquer pessoa poderia dizer onde fica a estação. Sobre a produtora ST? Recomendo. Ambiente lindo. Pessoas cientes do processo; todos com a mesma informação. É a melhor produtora que conheço. Conversamos bastante no caminho. Ao pegarmos o ônibus de volta para casa, encontramos um ex-colega do curso técnico. Mas é outra historia...

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segunda-feira, 2 de julho de 2018

Precisamos Discutir Mais



Precisamos entender o que é uma discussão e o que é um debate. A diferença entre um e outro é simplória. Aprendi no meu curso Técnico em Administração e nunca mais esqueci, na aula de Comportamento Organizacional. Saudoso professor Carlos Kulzer. Basicamente, discussão é uma troca de ideias, conceitos, nada mais nem menos. O debate já é mais agressivo. É quando uma pessoa quer impor o ponto de vista dela sobre o teu. Praticamente torna-se uma guerra verbal, onde é possível acontecer muitas ofensas; amizades terminam; inimigos nascem. Por essas e outras que é preciso ter cuidado. Uma discussão saudável é maravilhosa para crescer, conhecer pensamentos alheios. Porém, senão prestar atenção, a discussão vira debate.
Podemos analisar a questão em si sobre outra perspectiva. Jornalistas discutem muito com políticos, por exemplo; fazem perguntas, citam exemplos. Os políticos respondem e, muitas vezes, acabam se enrolando, ficando bravos e chamando para um debate (impor seu ponto de vista). Nas eleições, independente de cargo, ouvimos falar de Debate Político, e o motivo é óbvio. Eles não querem discutir o melhor para o país, mas sim, mostrar que sua ideia é melhor e a do adversário é ruim. Ficou clara a diferença entre debate e discussão? Creio que sim.
A partir de agora, conforme o título, escreverei porque acredito que devemos discutir mais. Este senhor que vos escreve já discutiu/debateu com inúmeras pessoas. Amigos, amigos de amigos, pessoas cultas, pessoas sem noção, fanáticos, futebol, política, racismo, deficiência, machismo, feminismo... A lista é gigante. Como devemos nos comportar diante uma discussão ou, até mesmo, o início de um debate? Posso garantir que sempre é bom, que o crescimento intelectual acontece. Certa vez discuti com a Renata, uma amiga querida, casada com meu ex-colega de trabalho, o Edimar. Veja o que aprendi.  Perceba que não existe vitória nem derrota, apenas crescimento intelectual. Precisamos discutir mais.

Certa vez escrevi no meu Facebook sobre a série Casa de Papel. Na postagem, afirmava que não via nada de interessante, que era pura perda de tempo. Seria melhor ler um livro. Escrevi ciente que alguém viria para cima de mim, e eu estava disposto a debater. Só que não esperava que fosse surgir a Renata com uma discussão saudável que desmontaria meus argumentos. Ela deixou claro, de forma educada, que uma série é um entretenimento como futebol, novela e tantos outros que existem. Que as pessoas assistem para relaxar, descontrair; esquecer os problemas. Após essas considerações, entrei na discussão de cabeça e contrapus o ponto de vista dela. O que aconteceu? Ela argumentou mais forte, quebrando minhas defesas. Se teimasse e iniciasse um debate, certamente levaria uma surra intelectual. Concordei com ela e encerrei. Naquele momento fiquei curioso para assistir uma série, por causa dos argumentos da Renata. Aprendi muito com ela. Se ficasse no meu mundo, não respondesse ela, jamais aprenderia.
Mês passado fiz um comentário numa postagem de outra amiga. Ela postou algo sobre aborto, útero alheio e por aí vai. Comentei que existiam meios de prevenir uma gravidez antes de pensar em aborto, citei camisinha e anticoncepcional. Eu esperava discutir com a minha amiga, porém aconteceu o que eu não imaginava. As amigas delas vieram para cima. Nitidamente eram feministas. Partiram para o debate direto, sem conhecer meu ponto de vista. Já saíram me acusando de machista, que o corpo é da mulher e blábláblá! Meu posicionamento foi simples. Educadamente expliquei que não era machista, preconceituoso ou algo do tipo. Falei que era favor do aborto, desde que se criem critérios. A questão jamais pode ser encarada como abortar por abortar. Nesse caso seria contra. Cada vez que argumentava, elas me atacam mais e mais. Contudo, somente pontos sobre feminismo, sociedade machista e homem querer mandar. Percebi que minhas perguntas não eram respondidas. Encontrei o ponto nevrálgico e comecei a bater em cima, despejando muitas perguntas, carregadas de informações. Pronto. Acabou o debate. (Não olhei mais a postagem, ciente que não haveria argumentos e tudo seguiria em cima de feminismo vs machismo; algo que não me acrescenta em nada.)


Em uma discussão aprendi com a Renata. Durante um debate só perdi meu tempo e pouco ou nada aprendi. Eis algo importante para aprender: avaliar situações de forma diferente. Diante um assunto que tem uma opinião formada, pense: Vale à pena iniciar uma discussão? A pessoa é receptiva ou ignorante (no sentido de ignorar)? Posso aprender com ela? A amizade não será afetada? Pontos simples que exigem avaliação. Já fui excluído do Facebook somente por pensar diferente. Após avaliar e dar início a discussão, procure saber por que a pessoa pensa daquela forma. Se posicione, mas faça perguntas que te farão crescer e aprender. Tenha curiosidade. Respeite, seja educado. Jamais entre numa discussão pensando em vencer. Não existe vitória nem derrota, só aprendizado. Esteja pronto para aprender e ensinar. E o mais importante, entenda que é somente uma discussão; não queira perder amizades por alguém pensar diferente de ti. Se virar um debate, e sentir que teu adversário é agressivo e hostil, simplesmente saia e não insista. Certas pessoas não querem debater, querem ofender e destruir; isto é totalmente errado. De certa forma, infantil.
Ontem discuti com meu amigo de muitos e muitos anos; do tempo da Locadora do Márcio, onde jogávamos vídeogame. Tudo iniciou a partir do futebol, Copa do Mundo. De repente, estávamos falando sobre política, Lula, Temer, Administração, Propaganda, Marketing, significado da palavra Piegas, manipulação... Fugimos muito da discussão inicial. Meu amigo querido, educado, com uma visão e tanto. Cada argumento dele tentando sobressair sobre os meus, geravam textos gigantes. Achei divertido. Agradeci o crescimento, a troca de ideias e encerrei. Eu poderia insistir, que nossa amizade não mudaria em nada. Algo muito legal e raro de acontecer. Por isso é importante fazer uma avaliação de com quem vamos conversar sobre determinado assunto. Senão houver avaliação de forma correta, certamente amizades vão acabar, ofensas vão acontecer. Mágoas e mais mágoas.

É importante discutir. Conhecer o ponto de vista de outra pessoa. Imagina que legal as pessoas discutindo sobre política, o melhor para sociedade. As discussões acontecendo para evolução. Infelizmente não é assim. A maioria das pessoas ocultam seus pensamentos, não estão abertas para aprender e ensinar. Cada um por si. As pessoas pensam mais no benefício próprio do que no coletivo. São poucas, pouquíssimas pessoas com capacidade de aprender e ensinar. Defendo que devemos discutir mais, trocar ideias evolutivas, tudo com respeito, educação e serenidade. Para discutir não é preciso ser formado nisso ou aquilo, tampouco ser mega inteligente. No caso de um debate, sim, é preciso ter conhecimento sobre o que se fala.
Espero que este texto possa ajudar nas futuras discussões; que discuta mais e busque aprender, evoluir.



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quinta-feira, 24 de maio de 2018

O professor Leandro





Eu estudei com o Leandro em meados de 2012. Ele ensinou para turma sobre como montar um Plano de Negócios: Economia, Marketing, Planejamento, Contabilidade, Financeiro entre tantas matérias importantes para fazer um negócio funcionar, ser lucrativo e se manter. No final do módulo ganhei de presente uma camiseta da Puma. Não demorou muito para afirmarmos uma amizade sincera, que dura até os dias atuais.
Passado alguns anos, nos tornamos colegas de trabalho no Sistema FIERGS. Sendo colegas, conheci mais o Leandro e a gente pode debater diversas vezes, algumas até mais calorosas. Entre tantos debates, um ficou marcado na minha mente. Em meados de 2015 o povo saiu para rua, reivindicou direitos, parou o trânsito; milhões de pessoas exigiam melhorias na Saúde, Educação e Segurança. Naquela época, o Leandro ficava revoltado, afirmava que não ia adiantar, que o governo tem muitas manobras. Era perda de tempo e só atrapalhava trabalhadores. Eu dizia que era certo, que tinham que parar mesmo, fazer bagunça, até o governo melhorar as coisas. Passaram-se mais de 3 anos e, hoje, entendo perfeitamente o que o Leandro quis dizer. Entendo o ponto de vista.
Enquanto escrevo este texto o país vive uma greve dos caminhoneiros, por causa do aumento da gasolina. Tal greve vem afetando não somente o abastecimento de gasolina, mas afeta a distribuição de insumos importantes. Daqui a pouco não vai haver gasolina (em vários estados não tem), dinheiro, comida, remédios, não vai ter ônibus... A lista é longa. Dá mesma forma que o movimento "O Povo Acordou" morreu cedo, acontecerá o mesmo com os caminhoneiros. Concordando com o Leandro, escreverei o porquê tal greve não faz sentido. Até certo ponto foi legal, mas não vai adiantar em nada. A visão cavalar impede de enxergar a verdadeira mudança.


O lado positivo desta greve dos caminhoneiros é que não envolve partidos políticos. É uma luta da classe trabalhista. Mas a luta perde o sentido a partir do momento que atrapalha outras pessoas que nada tem a ver com isso. Pelo que os caminhoneiros estão lutando? Redução do Diesel. Talvez a gasolina. É a luta deles. Melhorias na Saúde, Educação e Segurança? Não, não. Definitivamente, não. Tudo vai seguir da forma que está.
Provavelmente vão reduzir o preço em alguns centavos. Não tenho dúvida que vão conseguir. O que vai acontecer posteriormente é que me assusta: o governo vai aumentar o preço gradativamente. Da mesma forma que faz com as passagens; todos gritam e fazem protesto, o governo aceita e reduz, depois aumenta e ninguém fala nada. É uma manobra que todo governo realiza, independente do partido. A historia mostra isso.
Por quê todo o esforço dos caminhoneiros é em vão? Porque as pessoas vão votar nos partidos de sempre, os políticos de sempre. Ou seja, as chances de algo mudar verdadeiramente, é zero. Os impostos vão continuar, a carga tributária e trabalhista vai seguir da mesma forma. O país está sofrendo por causa de alguns centavos. As pessoas enxergam os caminhoneiros como heróis, seres celestiais que vão revolucionar o país. Não é assim. "Os caminhoneiros mandam no país", pensam diversas pessoas. E se os bancos pararem de trabalhar? A Corsan, CEEE e outros tantos profissionais? Já pensou se todos que pensam mandar no país pararem de trabalhar? Vai ser um verdadeiro caos.
Entenda que os caminhoneiros estão defendendo o que lhes interessa. Não é por todos. A luta é na hora de votar, escolher o que é certo para o país, não somente no próprio bem-star. Pode votar em quem quiser: Lula, Dilma, Marina, Bolsonaro, Ciro, Capitão América... Tanto faz. Porém, que seja alguém capaz de administrar o país, não somente teus interesses pessoais.


A verdadeira mudança está na política, jamais em protestos, greves e paralisações. E a questão não é votar em presidente. A política está em todos setores. Escolha bem teu vereador, prefeito, governador, senadores... Todos são importantes. Depois não adianta reclamar, chorar. Vote pensando no país. Busca entender o que acontece. Por que o preço da gasolina subiu? Como funciona o Bolsa Família? Quem paga? O que o PT fez? O que o PT não fez? E os governos anteriores? Leia, veja vídeos, converse com pessoas qualificadas e imparciais; não escute somente o que quer ouvir; uma opinião diferente é importante.
É triste ver pessoas sendo manipuladas por políticos, postagens mentirosas. Rindo de uma situação séria e babando em cima de um governo corrupto, que matou milhares de pessoas nos hospitais, através da falta de segurança. E é triste, lamentável, ver pessoas dependendo de caminhoneiros para melhorar o país. Acreditando numa evolução inexistente. A luta é pela redução do Diesel. E só. Quer outras mudanças? Pensa antes de votar. Pesquisa. Aprende. Não fique dependendo de fatores pitorescos para evoluir. Coloca de uma vez por todas na tua cabeça: o que muda um país é o voto. Qualquer coisa contrária, é mera ilusão. Bom, outra coisa que pode fazer mudar, é a guerra civil. Mas como diz o Leandro, o povo não tem coragem para isso.


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quarta-feira, 23 de maio de 2018

Gasolina





O preço da gasolina está cada vez mais alto. As pessoas estão revoltadas, indignadas e, claro, tem razão. Mas existem diversos fatores que muita gente não enxerga. Por isso, fica simples usar elas como massa de manobra, através de informações falsas e ilusórias. Podemos analisar toda esta situação da gasolina através do Diagrama de Causa-Efeito do Kaoru Ishikawa - Teórico da Administração das companhias japonesas. O diagrama faz parte da Gestão da Qualidade. A teoria é muito simplória, e sua eficácia é inegável: relação entre dois eventos, sendo o primeiro a causa do segundo. Neste ponto definimos o aumento da gasolina sendo o efeito; população revoltada, insatisfação, inúmeros protestos e aumento dos produtos e serviços. E a população, de forma geral, só enxerga o efeito, jamais a causa. Neste texto vou escrever sobre a causa do aumento da gasolina.



Grande parte da população acredita que a culpa é do governo atual. Acreditam que, se o PT estivesse no governo, a gasolina seria menos de R$ 03,50. Eu acredito no oposto: a gasolina estaria acima de R$ 05,00. O PT e seus aliados roubaram mais de 200 milhões de dólares da Petrobras. Com certeza alguém vai pagaria esta conta. As estatais, o governo e os envolvidos no roubo é que não vão pagar. Para quem sobra? Exatamente. O povo. Então, não adianta reclamar, chorar. O aumento aconteceria de qualquer forma, independente do governo. Senão houvesse roubo, quem sabe, até poderia diminuir o preço. Porém é algo que nunca vamos saber. O que é visível são os acontecimentos posteriores: petistas posando de vítima, falando de governo golpista e jogando dados falsos nas redes sociais. E muita gente acreditando, compartilhando e defendendo tais informações. Ao invés de procurar uma solução, ficam protegendo partidos e políticos, conforme suas intenções subversivas. Cada pessoa faz o que acha melhor para si. Errado é ocultar a verdade, tentar fazer com que as pessoas enxerguem somente um lado da historia. Podem acreditar no Lula, Dilma, PT, Papai Noel ou Coelhinho da Páscoa. Tanto faz. Mas a causa do aumento da gasolina é porque roubaram a Petrobras, certo?


"Eu voto no Lula, se ele não concorrer, voto em quem ele indicar, entendeu?" Isto é ser manipulado e não pensar no país. Para quem pensa assim, infelizmente: merecem o país que tem. Ainda não aprenderam e gostam de acreditar em mentiras. É verdade que muitas pessoas se beneficiam no governo PT. Claro, dão bolsa isso, bolsa aquilo. Incentivam as pessoas a não trabalharem e ficarem em casa, apenas recebendo. Enquanto isso, os trabalhadores, empresários que geram empregos, precisam pagar através de impostos para manter as regalias de milhões. O que acontece? Desemprego, empresas fechando, pois não conseguem segurar a alta carga tributária e trabalhista. Consegue enxergar uma causa para o desemprego? Tudo é Causa-Efeito, basta prestar atenção. Quando algo acontecer, pare de procurar culpados e veja a situação como ela realmente é, e não como gostaria que ela fosse. Entendeu? Exija melhorias, mas não fique defendendo este partido ou aquele, porque todos fazem parte da mesma coisa.


Espero que este texto possa ajudar a refletir mais. Pense antes de compartilhar informações. Não acredite em tudo que ver em redes sociais. Pergunte para pessoas mais qualificadas; não é feio perguntar. Pesquise e busque aprender, entender. O país, hoje, realmente está uma bagunça e existem muitas opiniões diferentes. Mas nada pode mudar os fatos, nada justifica tudo que aconteceu até agora. Contudo, podemos parar e pensar em como tudo aconteceu e o porquê.


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segunda-feira, 12 de março de 2018

O Profissional de Marketing - Academia




Eu queria ter uma oportunidade para poder atuar no Marketing de uma empresa pequena. Uma Consultoria, talvez. Com a finalidade de fortalecimento da Gestão de Clientes, Gestão do Produto/Serviço e Gestão da Marca, visando o lucro em longo prazo. Introduziria o Marketing 3.0, que envolve toda empresa e seus stekeholders (parceiros estratégicos).
A maioria dos profissionais atuantes no mercado pratica o Marketing 1.0; produção em massa, gerando demanda e vendas (o importante é a venda, não importa o custo). Alguns profissionais evoluíram para o Marketing 2.0; direcionamento de um produto/serviço no mercado. Mas pouquíssimos praticam o Marketing 3.0; não é mais uma ferramenta, e sim, faz parte de uma estratégia.
A partir de agora, vamos imaginar uma situação fictícia. Fui contratado para gerenciar o Marketing de uma academia de bairro. A academia X. Então, qual seria meu primeiro passo como Gerente de Marketing? Lembre-se que é uma empresa pequena, onde não existem acionistas ou diretores. Me reporto diretamente ao proprietário, que certamente vai querer novos clientes e retorno financeiro. Devo lançar promoções para atrair novos clientes? A academia tem condições de suportar novos clientes? Meus primeiros passos no Marketing.


Após a contratação conversaria com os funcionários. Quero saber sua formação, se está estudando. Caso seja formado, está buscando atualização? A empresa incentiva seus estudos? É uma empresa pequena, é fácil conversar com os funcionários. A recepcionista é a que mais me interessa. Ela que recebe os clientes. Ela sabe técnicas de venda? Como ela apresenta a academia para os clientes? Preciso entender o processo, o que a equipe faz. Sem informações, é impossível introduzir o Marketing. Os funcionários precisam entender o quão importante é o trabalho deles.
Depois dessa conversa inicial com os funcionários, agora preciso conversar com o proprietário, explicar que a Missão, Visão e Valores vão nortear nosso trabalho e a busca por resultados, sempre visando o bem-estar dos alunos. Se os alunos estiverem bem, o lucro será uma consequência natural. Trabalharei com o Marketing um para muitos. Ou seja, alunos (as) felizes com seus resultados postando nas redes sociais e divulgando para outras pessoas. Começara o fortalecimento da marca.
Após a conversa com o proprietário, explicando termos técnicos e seus efeitos, pensei bastante sobre nossa Missão diária. Entendendo que o proprietário, o senhor Augusto Ferraz, ambiciona expansão dos negócios, também já sei qual será nossa Visão. Sabendo que a minha equipe é educada e está pronta para novos desafios, foi fácil criar os Valores. A partir de agora, a academia vai ter um Slogan. O projeto inicial está pronto e ficou assim:

ACADEMIA X - Supere seus limites.


  • Missão: Ajudar os alunos(as) a alcançar seus objetivos e superar limites.
  • Visão: Ser referência na busca por resultados de excelência e estar entre as melhores academias do município.
  • Valores:  Paciência com os alunos; Respeito; Cordialidade; Foco em resultado; Integridade com todos.
Estamos norteados. Agora vamos tratar da estratégia. Será realizada uma pesquisa simples com os alunos, para saber qual o grau de satisfação. Através das respostas, poderei reunir a equipe e conversar sobre o que está dando certo e o que os alunos estão reprovando, tanto em treino como em atitudes que não sejam profissionais. Aplicarei o conceito de Cocriação para definir melhorias no layout da academia. A cocriação diz que os clientes são capazes de melhorar os serviços existentes em qualquer empresa, e na academia X não será diferente. Farei isto de duas maneiras: pesquisa e SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor). Sim, a academia X agora tem este serviço de vital importância: academiax@gmail.com ficará disponível e será responsabilidade da recepcionista cuidar os emails. Ficarei com o email aberto no celular para ajudar ela em casos mais complexos. A primeira estratégia está pronta.

Os professores estão orientados a circular pela academia e ajudar a todos de forma igual. Os (As) alunos (as) que tiverem dificuldade terão maior atenção, enquanto aqueles que já sabem executar seus treinos receberam dicas para melhorar suas performasses. Caso o (a) aluno (a) julgue não ser necessário as dicas, o professor não vai insistir, respeitando a decisão (respeito, um dos valores).
A recepcionista vai tornar-se uma vendedora. Ela vai mostrar para os clientes potencias a academia, apresentando os professores e os aparelhos disponíveis. A recepcionista terá salário fixo mais variável. Não posso incumbir metas agressivas de vendas. É uma academia de bairro, o espaço não é gigante, portanto, preciso fazer uma média dos alunos ativos nos horários de funcionamento. E antes de tudo, ela vai precisar aprender mais sobre os aparelhos, os treinos e todos os serviços ofertados. E isso demanda tempo. Sem falar nas técnicas de vendas que vou ajudar a desenvolver.

Conseguiu perceber o que o Marketing faz? Não é somente lançar produtos/Serviços que nem louco. Antes de buscar novos clientes, o importante é manter os que têm. Além disso, estar preparado para receber novos clientes. Os funcionários precisam estar cientes da estratégia. São meus primeiros passos. Existem muitos outros: analisar as despesas, a formação de preço, estabelecer um período para manutenção preventiva dos aparelhos, observar tendências; o que a economia diz sobre academias. São processos simples, mas a maioria dos empreendedores não faz; falta conhecimento ou vontade. Faça o teste. Entre numa academia e pergunte: "Por que devo treinar aqui?" A maioria não vai saber responder. Se fosse minha funcionária, responderia sem exitar: "Porque nossa academia vai te ajudar a alcançar teus objetivos e superar teus limites..."                 







Fonte:


Marketing 3.0 - Philip Kotler

Info Escola - Missão, Visão e Valores: Os princípios essenciais. Disponível em https://www.infoescola.com/administracao_/missao-visao-e-valores-os-principios-essenciais/ acesso em 08 de março de 2018.


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