2

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Obrigado, Grupo Apisul!



Me despedir do Grupo Apisul foi algo muito difícil. Foram 15 meses. Para alguns é um tempo curto; para outros, um tempo longo. Eu penso que foi um tempo de aprendizado, onde pude ver todas minhas forças e fraquezas; descobri que meu poder de resiliência é infinito. Para meus leitores que não sabem, o nome do blog tem tudo haver com o Grupo Apisul. A questão é bem simples. Durante uma fase complicada e muito contraditória, passei por situações diversas: do Cadastro para Central de Cópias; da Central de Cópias para o Administrativo; do Administrativo para Central de Cópias; da Central de Cópias para o Fiscal; do Fiscal para Central de Cópias. Depois de certo tempo, conheci o diretor do Cadastro, senhor Antunes, que me levou de volta para o Cadastro e permaneci até minha saída. Neste período fui chamado de guerreiro. As pessoas me chamavam de guerreiro pela minha força, por não desistir e seguir acreditando em dias melhores. Meu legado é muito grande para caber num discurso de despedida. Minha voz ficou tremula, tamanha emoção. Treinei em casa muitas vezes, mas não consegui falar tudo que eu queria. Chorei. Ganhei um presente especial: uma carta com assinatura dos meus, agora, ex colegas. A carta foi entregue num envelope, que tinha um pensamento do Sun Tzu. No final, um desenho feito pelo Pablo Peixoto, que é um grande artista nas horas vagas.  Antes de partir para meu novo desafio profissional, é preciso fazer uma série de agradecimentos, que não consegui realizar durante o meu discurso. Só quero agradecer. Estou saindo de cabeça erguida, e pela porta da frente...
Trabalhei tempo suficiente para ver pessoas queridas saindo da empresa, por N motivos. O Thiaguinho sempre foi sensacional, um moleque cheio de energia que, no auge da desmotivação, bateu de frente pelo certo e encarou o sistema. Nunca esquecerei dele, independente do lugar que eu estiver. Além do Thiaguinho, existiram outras pessoas especiais: Guilherme, Lucas, Almeida, Nathali, Luana Perdigão, Rihan, Marília... Entre outras pessoas que contribuíram muito na minha evolução. Não posso deixar de citar a dona Teresinha, que era para ser minha coordenadora, a pessoa responsável por mim. Talvez, unicamente talvez, ela não estivesse preparada para trabalhar com um PCD que nem eu: questionador, visionário e, como fiquei conhecido, um tanto cri-cri. Ela me limitou de certa forma, o que gerou desentendimentos entre nós. Entretanto, verdade seja dita: Quando me perdi e meu psicológico ficou fraco, ela me orientou e ajudou muito. Sou grato por tudo que aprendi com ela. Hoje ela é funcionária pública, exercendo uma função de acordo com seus estudos. Mais que um colega, um grande amigo: Ederson Bassani. Almoçávamos juntos, praticamente, todos os dias. Ele quem ouvia boa parte dos meus problemas. Mas nossa amizade não se limitava somente à problemas. Riamos bastante. Conversávamos diversos de assuntos. Um amigo que mora no meu coração. Não terei condições plenas de escrever sobre todas as pessoas que me ajudaram. Cito o Éder, porque todos sabem da nossa amizade. Eu precisaria de muitos parágrafos para escrever sobre o Diogo, Talles, Wagner, Paulinho, João, PC, Priscila, Carlos, Launi, Letícia, Emilson... Muitas pessoas. Mas deixo um abraço especial para o Gérson da Reguladora, que me incentivou e sempre acreditou que eu triunfaria. A Débora, também da Reguladora, além de me ouvir, outra pessoa que me incentivou muito. A pergunta marcante do Will, que atua no comercial: "Podia ser pior, né?" O cara sempre tentou me incentivar, independente da situação. Existem muitas pessoas que eu gostaria de escrever e agradecer. Quem sabe no meu futuro livro.
O senhor Antunes é um homem muito respeitado no mercado de seguros. Uma verdadeira fera que conhece todas as entradas e saídas dentro do processo de cadastro. Qualquer problema que acontecesse, ele sabia onde deveria atuar com mais força. Orienta com maestria os demais setores da empresa. Ele é corintiano. Legal, né? Enfim, ninguém é perfeito. (Risos.) Nunca vou esquecer quando o time dele ganhava: chegava feliz na empresa. E quando o Corinthians perdia? Culpa do juiz, claro. (Mais risos.) Ao senhor Antunes, mais do que meu respeito e admiração, deixo meu carinho. Por que? Porque ele me resgatou da Central de Cópias e delegou funções administrativas. Desenhou meu perfil profissional. Ninguém, absolutamente ninguém, jamais me deu uma função de acordo com o que gosto e sei fazer. O senhor Antunes... Toda vez que eu entrava em sua sala, as pessoas tinham 'certo medo'. O que acontecia naquela sala, era algo mais do que natural: Relatórios de Produtividade. Nosso assunto principal. Minha luta constante para defender melhorias para os operadores. Mais havia um grande empecilho: Eu ainda era um operador. Sem poder de execução. As pessoas vão questionar por muito tempo: "Por quê o diretor não deu um cargo para ele?" Ele até tentou, mas não conseguiu. Apesar de ser diretor, segue preso há inúmeras burocracias da empresa. Ele me fortaleceu psicologicamente. Percebi, de forma rápida, que as pessoas passaram a me respeitar mais. "Se o diretor acredita nele, com certeza deve ser bom." Acho que as pessoas pensaram isso. Ou não. Não faz diferença. Pensa num paulista gente boa. (Fora o senhor Antunes.) A resposta: Fábio Senna. Outra pessoa que precisa ganhar um destaque na minha despedida. Toda vez que nós conversávamos, ao vivo ou no ambiente virtual, ele repetia: "Você vai ser valorizado, no mercado interno ou externo. Tenha calma" Querido não só por mim, mas pela grande maioria. Quem conhece minha trajetória vai se perguntar: "Não vai escrever nada sobre o Cleiton?" Não. Deus fez o que tinha que ser feito. Só torço para ele ser um profissional mais humano, que busque compreender mais as pessoas. Ler livros ajudaria bastante. Desejo o melhor para ele. Perdoei nossas diferenças do passado. Gostaria de escrever e contar muitas historias. Mas preciso, finalmente, encerrar este parágrafo e agradecer de forma geral.
Quero agradecer pela paciência que tiveram comigo no decorrer da minha jornada pelo Grupo Apisul. Peço desculpas, caso tenha magoado alguém durante algum debate. Ou por alguma brincadeira. Não foi minha intenção magoar. Saio do Grupo de cabeça erguida, ciente que fiz meu melhor. Lógico que não tive 100% de aprovação. Ninguém consegue, nem Jesus Cristo conseguiu. Forte abraço aos guerreiros e guerreiras do Cadastro, que lutam incansavelmente por dias melhores. Aos colegas do Monitoramento, agradeço por cada sorriso, por aceitarem minha amizade. Principalmente, os que vi entrar na empresa. Satisfação gigante poder ver pessoas maravilhosas entrando e permanecendo no grupo. Aos gestores de outros setores, que conheci por atuar na Central de Cópias, agradeço pelo carinho e compreensão com que me trataram. Obrigado pelas fotos que tiraram comigo. As fotos eternizam momentos. Ao Diego, do Primavera, sentirei falta dos cafés que me foram servidos. Dos almoços de ótima qualidade, onde cortavam minha carne, salada... O que tivesse que cortar. Nunca esquecerei das muitas brincadeiras. Sorrisos. Mesmo quando eu estava triste. Uma hemorragia de prazer estar perto de pessoas agradáveis. Um beijo no coração do Diego, na família toda. O Thiago e o Serginho, amizades que fiz na Central de Cópias. Sem palavras. Acreditaram no meu trabalho, na minha força de vontade. Eu chegava dançando na Central de Cópias. O Serginho se matava rindo. "Aquela do passinho pra trás é foda!!" Dizia meu amigo. O Thiago, que foi incansável na divulgação do meu blog. Ele nunca admitiu, mas sei que ele enviou emails com o endereço do meu blog. Ele diz que é meu fã. Mas eu que sou fã desse garoto sensacional. Um homem de Deus. Eu amo todas as pessoas, mesmo aquelas que me negaram um sorriso, um oi. Não sei quem vai me perdoar por eventuais falhas, mas perdoo todos que me feriram por diversos motivos. Fiquem com Deus e sigam batalhando, afinal este é o meu legado: Lutar por dia melhores. Obrigado, Grupo Apisul.
Agora vou para meu desafio profissional em paz. Atuarei na Federação das Industrias do Estado do Rio Grande do Sul. (FIERGS) Vou trabalhar com meu ex professor e amigo, Leandro Iablonovski. Uma nova equipe, novos processos, novos conhecimentos. O primeiro dia, após assinar contrato, já mostrou-se bastante verdadeiro. Motivador. É uma equipe cheia de energia e conhecimento, com responsabilidades gigantes. Eu já sei o que fazer, e como fazer. As pessoas vão me conhecendo aos poucos. Devagar. Estou pronto e motivado para galgar atrás dos meus sonhos. Que Deus me ilumine e proteja...





sábado, 11 de outubro de 2014

Assalto ao Salomé



É muito triste ser assaltado. É horrível ver as pessoas sendo roubadas. E, pior ainda, é ver tudo isso acontecer dentro do ônibus. Nunca passei por tal situação. Aliás, nunca havia passado. Eu só queria chegar em casa, trocar de roupa e curtir minha internet. Mas nem sempre os planos que a gente faz acontecem. Era para ser uma sexta-feira normal, como tantas que já vivi. Ao passar do Triângulo e entrar na Baltazar de Oliveira Garcia, minha sorte começou a mudar. Quando o tiro aconteceu, rapidamente pensei no pior. Uma historia e tanto dentro do ônibus...
 Eu saí da faculdade às 21:30 e caminhei em direção à parada de ônibus. O centro de Porto Alegre é um tanto agitado na parte da noite, mas é um agito um tanto sinistro. Tudo bem, eu sei que só preciso caminhar sem olhar para os lados com muita frequência. Ao chegar na parada, o Salomé já estava encostado, quase arrancando. Como conheço o motorista, fiz sinal para esperar. Ele sorriu. Entrei e sentei no banco único. Ficamos conversando sobre a próxima volta dele, que se iniciaria às 22:35. Fiquei elogiando ele, sua velocidade e firmeza ao conduzir o ônibus. Tranquilo. O ônibus começou a encher. Algumas mulheres ficaram sentadas na frente, inclusive, 2 jovens (vulgo novinha). Por esse motivo, quando subiu uma mulher com uma deficiência na perna, nem pensei em ceder o lugar; uma das jovens deveria levantar, afinal, sou deficiente, também. E aconteceu exatamente isso. A mulher deficiente em questão, subiu na Baltazar de Oliveira Garcia. Umas 2 paradas depois, passei por uma situação que jamais imaginei, apenas ouvia falar...
Escutei um estouro super alto dentro do ônibus. O cobrador começou a falar para o motorista: "Pega a direita. Pega a direita." Meu primeiro pensamento foi que havia estourado o pneu. Entretanto, numa fração de segundos, descobri que não foi o pneu. Estavam assaltando o ônibus. Não somente o ônibus, mas também os passageiros. Tirei o celular do bolso e botei dentro da cueca. Rápido. Preciso. No entanto, eu estava voltando da faculdade, era dia de escrever uma redação. Portanto, dentro da minha mochila estava meu netbook. Na minha carteira tinha uns R$ 30,00, meu cartão de crédito, o cartão que recebo do banco, minha carteira de isenção e meu cartão que recebo meu benefício do INSS. Perder o celular não seria nada perto do netbook, cartões e documentos. Um dos assaltantes pulou a roleta e começou a ameaçar o motorista, caso ele não entrasse na rua a sua direita. O motorista falou: "O sinal está fechado. Tem carros vindo. Não tem como eu entrar. Espera um pouco que já entro." O assaltante estava na minha frente, com a arma em punho. Minha reação foi uma só: virei o rosto para rua e evitei olhar para ele. Se eu olhasse, certamente sobraria para mim. Ele notaria minha mochila. Ele estava muito nervoso; pedi para Deus me tornar invisível diante meus inimigos. Seus parceiros começaram a gritar: "Se o motora não entrar agora, atira na cabeça dele. Mata esse desgraçado." O assaltante mandou o motorista abrir a porta que ele faria sinal para os carros parar. Um dos carros quase bateu no ônibus. O motorista entrou na rua e andou alguns metros. O assaltante da frente gritou: "Pegaram tudo? Deu? Abre a porta motora. As duas. Agora vaza..."
Assim que o ônibus arrancou o motorista gritou: "Ninguém olha pra trás." A mulher que tem uma deficiência na perna começou a chorar. Mais do que chorar, tremeu o corpo... Estava tendo um ataque epilético. O motorista virou a quadra, manobrou como pode e parou na frente do Centro Vida, onde tem um posto da Brigada Militar. Os passageiros estavam em pânico. Desci do ônibus e acendi um cigarro. Fumei calmamente, feliz por não terem roubado nada de mim. Liguei para minha mãe, relatando pelo que havia passado. Reforcei que estava bem, só demoraria um pouco para chegar em casa. A mulher com deficiência na perna, que estava passando mal, foi retirada do ônibus e levada para atendimento. Sinceramente, eu perdi ela de vista. Estava chovendo, uma chuva fina. Leve. Passado uns 10 minutos, surgiram alguns policiais armados, perguntando sobre o ocorrido. Alguns passageiros atravessaram a rua e foram para parada, aguardar o próximo Salomé. Outros ficaram conversando, contando sobre o que perderam: Carteira, celular, dinheiro: uma das passageiras entregou R$ 100,00 que tinha no bolso. No meio das conversas, fiquei sabendo que eram 4 assaltantes. Detalhe: todos estavam armados. Uma noite horrível...
Não tem como saber quando, aonde ou que horas vamos sofrer um assalto. Contudo, é obrigação saber como agir. O primeiro e mais importante passo, é nunca reagir. Em hipótese alguma. Segundo: Evite olhar para o assaltante. Geralmente estão nervosos; um olhar pode intimidá-los e ser mal interpretado. Nada vale mais do que a vida. Melhor levar os anéis e ficarem os dedos, como diz minha mãe. Eu estava prestes a perder muitas coisas, inclusive meu trabalho da faculdade, que estava no netbook. Meus documentos já estava ciente da burocracia. Meu maior problema seria com o INSS. Mesmo assim, se pedissem, eu entregaria sem reclamar ou tentar argumentar. Deus é maior. Sabe o que faz. Espero que ninguém passe pelo que passei. Caso passe, saiba como agir...