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sexta-feira, 13 de outubro de 2017

A Evolução Textual - Dicas




No feriado de 7 de setembro de 2017 fui à igreja. Mamãe sempre me convida para ir junto, e estava precisando reforçar meu lado espiritual. Chamei um Uber para nos levar à igreja. Chegando lá, ouvimos a palavra, cantamos e nos divertimos. Tudo perfeito. Retornamos para casa eram 17 horas e pouco. O tempo estava agradável. Na frente da minha casa tem uma quadra de sete (já foi um campo, depois fizeram duas quadras de sete e uma praça no meio. Desmancharam tudo e ficou jogado ao lixo. Agora tem uma certa quadra aberta. Bom, é outra historia) e algumas pessoas estavam jogando futebol: meminos, meninas, casais; tinha até mulheres mais velhas acompanhando a partida. Mamãe entrou para dentro de casa e avisei que ia assistir ao jogo.
Eu conhecia algumas pessoas que estavam na quadra e, ao me aproximar, me convidaram para jogar. Gentilmente agradeci e recusei, pois tenho medo de me machucar (às vezes brinco com as crianças). Os times decidiram que era melhor trocar de lado e caminharam em direção contrária a quadra. Neste momento, um amigo meu se aproximou e puxou assunto, perguntando como eu estava, se já tinha arranjado trabalho e essas coisas. De repente, do meu lado, apareceu o Cristian, meio sem jeito. Decidi puxar assunto com o menino. Não perguntei somente de trabalho, mas sim, sobre sua produção textual. Em outra oportunidade havíamos conversado sobre textos, e ele relatou que tinha dificuldade com ponto e vírgula, não sabendo quando usar. O Cristian é muito querido e tem força de vontade, sempre desejando evoluir. Ele faz muitas perguntas quando conversamos.
Mas afinal, quem é Cristian? É um menino que converso às vezes. Chamo de menino, porque sou mais de 10 anos mais velho. O Cristian quer escrever melhor. Pessoalmente passei algumas dicas, agora pretendo me aprofundar na questão e deixar registrado um pequeno e valioso conhecimento sobre textos. Assim, sempre que houver dúvidas ou se perder, poderá consultar. As dicas não são somente para o menino Cristian, mas para todos que desejam evoluir seus textos e adquirir maior conhecimento. Tudo será divido em subtítulos, para facilitar a compreensão.


A Leitura


A leitura é peça chave na engrenagem do conhecimento. Sem ela, é impossível ser inteligente e, muito menos, escrever bem. Não tem como. Nunca conheci alguém que escreva bem e não goste de ler. Escreve bem? Lê muito. Escreve mal? Não lê. Simples assim. Presta atenção em alguns textos do Facebook. As pessoas escrevem "Fasso", "Saldade", não sabem a diferença entre "Mas" e "Mais", "Este" ou "Esse". Enchem um texto de vírgulas, não sabem quando botar ponto final. Ou, pior ainda, escrevem textos retos, sem vírgula e ponto. São extremamente limitadas e desconhecem palavras e formas de expressão. O que é isso? De novo: Falta de leitura.
Então, o primeiro passo para escrever bem é a leitura. Através dela que vai conhecer palavras, formas de expressão, saber usar virgulas, ponto, dois pontos, ponto e vírgula. Claro, a leitura vai fazer tu falar melhor, saber comunicar o que deseja. Esta é uma dica básica sobre a importância da leitura. A próxima dica é como ler. É um processo muito simples, mas as pessoas complicam e acabam desgostando. Veja como deve começar...

Aprendendo a Ler


O primeiro passo é ler o que gosta; nada de leituras obrigatórias ou livros pesados, com palavras difíceis. Tem que ser devagar. Uma ótima forma de começar é lendo gibis. Pode até ser algo mais infantil. Este senhor que vos escreve ama os gibis da Turma da Mônica e lê até hoje. Não gosta de gibis? Que tal ler as notícias? Não precisa ler sobre Economia ou Política. Entra num site e escolhe uma notícia. Ou lê um jornal, somente o que julgar interessante, sem necessidade de ler tudo. Pode ler também um site sobre Jogos, Moda, Tecnologia; o que quiser e se sentir bem. Faça este processo constantemente. Adivinha? Iniciou o processo da leitura. Os teus olhos vão acostumar e teu cérebro vai pedir, toda vez que ousar parar. "É só fazer isso que começo a gostar de ler?" Sim, sim. Leia tudo que gostar, sem forçar. "E quando posso ler livros?" Boa pergunta.
Os livros seguem a mesma lógica: ler o que gosta. Mas geralmente acontecem indicações. Por exemplo, eu posso indicar O Alquimista ou Um Amor para Recordar. Ambos são leves e trazem um aprendizado importante. Quando pegar o livro, nunca caía na besteira de olhar quantas páginas ele tem. Porque vai estar mais interessado em acabar do que realmente ler e entender. O primeiro livro que ler, pode apostar, vai demorar. Portanto, não tenha pressa. Leia uma página ou duas por dia. Devagar, sem perceber, vai estar lendo 5 ou 6, porque vai começar a entrar na historia, imaginar os personagens e vai querer saber o final. Com o passar do tempo, não se assuste ao ler um livro em um dia ou dois. É a magia da leitura.
Bom, agora que já sabe a importância da leitura, como ler, que tal começar a escrever? Não tenha medo...

Os Primeiros Textos

O Facebook é a rede social ideal para escrever, já que não existe limite de caracteres. É só escrever. Mas o que tu vais postar? Depende só de ti. É necessário iniciar. Ao invés de compartilhar vídeos e fotos, que tal escrever o que realmente pensa? Só compartilhar com frases curtas não simbolizam nada: "Eu penso assim.", "Falou tudo.", "Grande pensamento." O ideal é escrever um texto em cima. Pode compartilhar o que quiser, mas escreva. Demonstra teu ponto de vista. No começo vai ser difícil. Teus amigos vão achar engraçado, outras tantas pessoas vão reparar nos teus erros. Sim, tu vais errar. Mas faz parte do aprendizado. Não adianta ler muito e não praticar. Conheço pessoas que leem muito, mas são desastrosas ao escrever. Não praticam. Só leitura não é garantia de escrever bem. É preciso praticar, analisar erros e acertos. O mais importante: não use abreviações. Escreva sempre por extenso. Caso contrário vai virar um vício e vai querer abreviar tudo. Quando precisar escrever por extenso, nem vai saber como, porque só quer abreviar. Não abrevia. Escreveu mal, se expressou mal? Lê mais. Escreveu bem, se expressou bem? Lê mais ainda. É um processo sem fim, cabe a ti a evolução. Apenas toma cuido ao escrever. Ficar dando indiretas no Facebook, principalmente sobre amor e carência, é um ato infantil que resulta em muitos erros. Não faça isso. Escreva sobre teu dia, novas amizades que fez, o que te faz feliz. Se for escrever sobre o que incomoda, presta atenção. Quanto mais tu escrever, maior será tua evolução. O dia que precisar escrever um email ou fazer uma redação, verás o quanto é fácil e simples, afinal, tu escreve diariamente, né? Ou quase diariamente. Emails vai precisar enviar cedo ou tarde. Redação? Vestibular exige redação. Viu como é importante saber escrever?
Finalmente, vamos para as duas últimas dicas...

Palavras erradas e vicio de linguagem


Tu só vais errar uma palavra se quiser. Toda vez que tiver dúvida, basta digitar no Google a palavra. Vai aparecer o significado e formas de usar. Este recurso é fenomenal. Por essas e outras, me assusto quando vejo alguém escrevendo uma palavra errada. Daí tu deve estar imaginando: "Leio muito, escrevo bastante, não vou errar." Vai, claro que vai. Uma curiosidade: Ao ler, teu cérebro vai memorizar a palavra inteira, nunca letra por letra. Entende por que vai errar? Percebe o quanto é importante pesquisar uma palavra e seu significado? Se não souber escrever uma palavra e não quer pesquisar, têm duas opções: escrever errado para aprender ou não usar a palavra e mudar todo contexto. É contigo. Só não diga que não avisei.
Vicio de linguagem demonstra claramente tua pobreza de expressão. "Tipo assim", "Top", "Papai", "Mano", "Cara"... Entre outras tantas expressões e gírias. Tu vais usar com determinadas pessoas, amizades mais íntimas, digamos. Não pode carregar estas expressões por onde for. Se puder evita, elimina do teu vocabulário. Ninguém é de ferro e somos filhos da periferia, portanto, não faz mal, às vezes. Mas não exagera...


Espero que essas dicas possam ajudar na tua evolução textual. São dicas simples, que vão ajudar nos primeiros passos. Eu resumi o máximo que consegui, porque é um assunto muito longo e com vários macetes. Meu ponto forte é a comunicação, como escrever. Dicas de Português sugiro que busque ajuda de um professor, já que não sou. Concordância Verbal e Nominal, Regras de Crase, pretéritos e afins, são coisas que se aprende com o passar do tempo, usando a Gramática como auxilio. Regras de Português se contradizem e existem milhares de exceções. Se for ficar "apegado" nas regras, escrever vai ser muito mais difícil e até mesmo chato. Professores de Português podem ler meus textos e achar erros. Mas são erros mínimos que não comprometem em nada minha comunicação e o contexto geral. Bom, qualquer dúvida que tiver sobre comunicação ou as dicas que passei, pode me escrever um email que responderei. 

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sábado, 26 de agosto de 2017

Assalto ao Uber




Mamãe não estava em casa, tinha acabado de sair para visitar sua amiga inseparável, dona Neide. Eu estava sentado numa cadeira, no pátio, mexendo no celular. De repente, percebi que um carro parou na frente da minha casa. Reconheci o carro: Gustavo - O Estudioso. Fazia muito tempo que a gente não sentava para conversar, trocar ideias, debater diversos assuntos. O Gustavo chegou à minha casa era umas 19h00min, mais ou menos. Ficou por quase duas horas. Antes da sua partida, mamãe já havia retornado. Abraçou e beijou o Gustavo, o tratamento de sempre. Conversaram por alguns minutos. Gustavo olhou o celular e percebeu que era tarde, que precisava ir embora. Nos abraçamos e, em seguida, fui até a porta do carro para agradecer sua visita. Meu celular estava sem internet (desligo para conversar pessoalmente) e a bateria fraca. Ao entrar em casa, conectei ao Wi-Fi e avisei minha namorada que havia recebido uma visita, que ia tomar banho e já voltava para conversar com ela. Como de costume, deixei o celular carregando. Rotineiro, nada demais. Uma sexta-feira como qualquer outra. Tudo mudou quando entrei ao banheiro e me preparava para o banho. O que vou escrever é mais que uma historia. Presta atenção que é possível um aprendizado. Caso não entenda, no final do texto deixo uma orientação importante para motoristas de aplicativos. Os taxistas devem saber muito bem. Até mais. Leia.

Ouvi que mamãe conversava com alguém na porta da frente. Estranhei o fato, já que era um tanto tarde. Ao espiar de longe, acreditei que fosse meu amigo Maycon Pacheco, tamanha semelhança: Rosto bonito, cabelo bem penteado, com um cavanhaque. Uma visita sem avisar, inesperada? Quando o rapaz chegou mais perto, vi que não era meu amigo, tratava-se de um estranho. Coloquei de volta minha camiseta regata e fui para porta ver o que estava acontecendo. O rapaz estava apavorado, com os olhos pequenos; louco para chorar. Relatou que trabalha na Uber, que foi atender ao chamado de uma menina, na minha rua. Quando chegou, dois rapazes entraram junto e o renderam. Levaram o carro, um Onix bordo e a carteira com todos seus documentos. O carro não é dele, mas sim alugado.
Humildemente ele pediu um telefone para ligar. Tentou ligar para o 190, mas não obteve sucesso, em repetidas tentativas. Em seguida ligou para seu tio, que também é Uber; passou meu endereço e pediu para busca-lo. Era uma situação tão estranha, inesperada, que nem perguntei o nome dele. Só perguntei onde morava; Porto Alegre, zona norte, Sarandi: estava longe de casa. Mamãe deu para ele uma toalha da igreja abençoada e pediu para ele carregar. Como ele não conseguia falar com a polícia, pensei em pedir auxílio para meu vizinho, que é policial aposentado, talvez tivesse algum contato rápido. Mas eu não tenho o número da casa dele. Chamei o Anderson no Whats, expliquei a situação. Não demorou 5 minutos e o Anderson apareceu, se oferecendo para levar o rapaz na delegacia, já que seu irmão estava na sua casa e ele tem carro. Felizmente o rapaz havia conseguido falar com a polícia e seu tio estava chegando, num Onix preto. Quando o tio dele chegou, mais surpresas.

Acreditei que o tio dele viria sozinho, pegaria o rapaz e partiria. Estava na frente de casa, o Anderson e eu. De repente, no final da rua, avistei um Onix preto vindo. O carro andou lentamente e parou na minha frente. Pela semelhança, visivelmente o tio do rapaz. Então, em questão de segundos, entrou mais um carro na rua, e outro, mais outro, mais um... Havia cinco carros na frente da minha casa, sem falar em mais dois rapazes que apareceram a pé; todos motoristas da Uber. Rodearam o rapaz e começaram a fazer muitas perguntas: quem foi, onde foi, quantos eram, cor do carro, placa entre outras perguntas. Todos educados.
Naquele momento o rapaz já estava dentro do carro do seu tio. O Anderson e eu só observando, falando levemente e tentando ajudar. Decidiram que iriam primeiro para delegacia registrar ocorrência. Depois, acredito eu, tentariam achar o carro; geralmente abondam em algum lugar. Se despediram de forma educada, agradeceram pela ajuda. O Anderson havia acabado de chegar do trabalho, portanto estava cansado. Nos despedimos e retornei para dentro de casa, disposto a tomar meu banho e relaxar. No meio de toda essa confusão, minha namorada já estava ciente. Peguei o celular e avisei que, finalmente, tomaria meu banho. Tudo tranquilo, em paz. Banho tomado, curtindo o computador. Mamãe entra no meu quarto e diz alguma coisa. Tinha mais uma surpresa.

"Tem um carro preto parado quase na frente de casa. Um homem saiu do carro com o celular falando com alguém. Parece o tio daquele rapaz, mas não sei. Apaguei a luz da frente." Levantei da frente do computador e acalmei a mamãe, dizendo que, provavelmente, era o tio do rapaz. Abri a janela da frente e olhei. O Alex, meu vizinho da frente, estava parado no pátio observando. Decidi abrir a porta e sair para rua. De fato, era o tio do rapaz. Ao me ver, caminhou na minha direção. "Engraçado, está mostrando que o celular do meu sobrinho ainda está aqui na rua." Jogaram fora, durante a fuga. Neste momento meu vizinho Alex venho até nós, perguntando o que houve. O tio do rapaz resumiu a situação. O Alex perguntou:

- É um Iphone?
- Isso mesmo.
- Tá comigo. Meu filho achou na esquina. Vou ali pegar...
 
Então o tio do rapaz se virou para mim e perguntou: "Teu nome não é Mateus? Tu não é amigo da Letícia, que mora na Americana?" Fiquei um tanto surpreso. Respondi que sim. Ele disse que era ex-namorado dela e afirmou que me conhecia. Letícia... Mais de 6 anos que não falo com ela; seguimos caminhos diferentes. Nada contra, apenas não conversamos mais; perda total de contato. Não recordo de ter conhecido nenhum namorado dela, mas enfim.
O Alex retornou com o Iphone, a tela toda quebrada. Os ladrões viram que era um Iphone, possível de rastrear, tratam de jogar fora. Conversamos mais um pouco, o rapaz, seu tio, Alex, um outro motorista da Uber e eu. Disse meu nome, nos despedimos. A sexta-feira repleta de emoções diferentes chegava ao fim.

Motoristas da Uber são que nem taxistas; mexeu com um, mexeu com todos. É uma união bonita. Encerro este texto deixando uma dica para os motoristas de aplicativos. Muitos já devem saber, mas é valido reforçar: quando uma menina/mulher solicitar corrida no aplicativo, fiquem espertos. Se chegarem no local e encontrar meninos/homens juntos, perto ou se aproximando, não parem; passem reto. Já aconteceu com um amigo meu que é motorista da Uber. Chamaram ele, uma menina. Chegando avistou dois elementos parados num beco sem saída. O que ele fez? Passou reto. Não vale à pena arriscar. É muito perigoso. O que não pode é haver preconceito: "É mulher, não vou." Não é assim. Vai lá, sente o clima. Observa com cuidado; se sentir maldade, não pensa duas vezes e vai embora. Se o rapaz fosse um pouquinho "malandro", passava reto. Um rapaz educado, de família, trabalhador, de certa forma até puro. Acontece. Fico feliz que esteja bem, que não fizeram nenhuma maldade. Todo cuidado é pouco nos dias atuais, onde não temos segurança, nem para trabalhar...

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terça-feira, 15 de agosto de 2017

Depressão - A Doença Silenciosa




É uma doença que é difícil detectar os sintomas, assim, de forma imediata. São alguns níveis até chegar ao último estágio, onde o suicídio é o caminho para aliviar determinada dor, decepção ou, até mesmo, a perda de um sonho que não foi realizado. Este último caso aconteceu com uma menina que estudou na mesma escola que eu, nos tempos de Ensino Fundamental. Digo menina, mas era uma mulher linda demais, rosto angelical. Era casada. Estava entrando na casa dos seus 28 anos; uma vida inteira pela frente. Tal acontecimento pegou todos de surpresa: amigos, familiares, marido... Enfim, todos que faziam parte da sua vida. Antes do ato final, deixou um texto no Facebook relatando os motivos que a fizeram desejar a morte. Depressão profunda. Este nível da doença já não depende do paciente, mas sim, das pessoas que fazem parte do seu ciclo de amizades. Este senhor que vos escreve não é médico, tampouco especialista no assunto. Sei algumas coisas sobre o tema em questão. Confesso que já encontrei alguns níveis da Depressão na minha existência. Pequenos níveis, nada demais; meus amigos, minhas amigas, mãe e namorada sempre me ajudaram desde o princípio e não deixaram aprofundar a situação. Lutei muito, por vezes ainda luto, mas são casos e casos. O que quero escrever de agora em diante, não é sobre tratamento disso ou daquilo, simplesmente orientações para pessoas que conhecem quem sofre desta doença. Acredita, são pequenos gestos, mas que podem fazer a diferença na vida de alguém.

Pessoas que sofrem de Depressão não demonstram os sintomas. É quando estão sozinhas que tudo acontece; os pensamentos voam para longe e a negatividade começa a tomar conta. Não quer sair de casa, não quer tomar banho, se descuida com sua aparência, não se alimenta e só quer chorar. Um problema, por mais simples que pareça perante os olhos de outras pessoas, torna-se o estopim para uma atitude sem volta. É o fim. Portanto, se tem um amigo ou uma amiga que está mais em silêncio, socializa pouco e está com algum problema, procura e conversa. Se a pessoa desabafar contigo, relatar como se sente e o quanto sofre, por mais que pareça besteira, não critique. Tenta entender e dá conselhos positivos, construtivos. Uma pessoa que sofre Depressão, a última coisa que quer ouvir é que o problema dela não tem solução. Mostre alternativas, caminhos que pode seguir; faça-a se sentir especial, única e com capacidade de resolver o problema; torne-o pequeno.
A regra geral: o que é um problema fácil de resolver para ti, pode ser uma missão impossível para outra pessoa. O que te faz rir de uma situação pode fazer outra pessoa chorar. Para de pensar que Depressão é besteira. Sabe por que a maioria das pessoas não leva a sério? Porque a maioria dos casos é apenas fingimento para receber vantagem em alguma coisa. É importante saber filtrar os muitos casos que surgem. A família da moça que faleceu detectou que era um caso sério, porém, infelizmente, não puderam evitar o pior; outras pessoas poderiam ajudar e viraram as costas.

Por incrível que possa parecer, é possível salvar uma pessoa apenas conversando. Levar para passear, mostrar as coisas belas que existem no mundo. Transformar os problemas, que são gigantes, em pequenos obstáculos que vão ser atravessados. Fazer uma pessoa sorrir; mostrar suas qualidades e enfatizar sua capacidade de evolução. Nada pode ser mais belo do que viver. É isto que pessoas que sofrem Depressão precisam. Compreensível a situação de familiares que não sabem o que fazer; incompreensível supostos amigos que viram as costas e desdenham de algo tão sério e importante. Uma pessoa que sofre Depressão precisa muito dos amigos próximos; na maioria dos casos, só a família não basta. Tens um papel importante como amigo. Amizade não é somente para celebrar momentos de glória. Na dificuldade precisa estar presente, prestando solidariedade.
Se um amigo teu estiver numa situação difícil e tu fugir, evitar e desprezar saiba que tu és um verme. Não passa de um aproveitador. "Andamos juntos, morremos juntos", é assim que é, assim que deve ser. Qualquer ideia contrária não é amizade de verdade. Tem que ajudar, ficar perto. Imagina: sabe que um amigo está passando por dificuldade, está sofrendo... Depressão. "Ele é um guerreiro, vai conseguir sozinho. Quando se recuperar eu procuro." Que pensamento de perdedor. Digno de quem não sabe liderar. Como seria bom se Depressão fosse possível curar sozinho, sem ajuda de ninguém. Não é assim. Tomara que tu nunca perda um amigo ou uma amiga por causa desta doença. Se perder, não adianta escrever mil declarações e chorar horrores; certamente é o peso da consciência; poderia ajudar e se negou.

Eu costumo dizer que muito ajuda quem não atrapalha. Se não pode ajudar, simplesmente fica no teu canto e torça para que tudo dê certo. Se vai procurar alguém para criticar, falar besteiras e fazer julgamentos alicerçado no teu modo de viver, melhor repensar e ficar quieto. Como escrevi anteriormente, uma simples atitude pode desencadear situações incontroláveis e sem volta. Calma. Respira. Lembra que vai conversar com uma pessoa numa situação extremamente delicada, que quer receber atenção, carinho, se sentir especial. Se não pode fazer isso, não faça. Se insistir e tentar fazer as coisas do teu jeito, acreditando ser o certo, vai atrapalhar, e muito. Carinho, amor, empatia, generosidade, atenção... Nunca esqueça isso quando for falar com alguém que sofre Depressão.

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segunda-feira, 29 de maio de 2017

Gustavo - O Estudioso




Eu nunca conheci uma pessoa que estudasse tanto quanto o Gustavo. Ele abriu mão de muitas coisas na adolescência, tudo por um sonho. É natural as pessoas ambicionarem estudar na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Todavia, poucas pessoas conseguem, porque é muito concorrida uma vaga, independente do curso que escolher. As provas são de alto nível. O Gustavo queria estudar Enfermagem, talvez, quem sabe, sua mãe foi uma inspiração; aposentou-se como Enfermeira. O fato é que ele focou nos estudos e acreditou, de forma cega, que conseguiria ingressar na UFRGS com suas próprias forças, sem cursinho Pré-Vestibular.
Por diversas vezes foi motivo de piada. A maioria das vezes ele estava presente, se divertia com as brincadeiras e afirmava categórico: "Vou vencer através dos estudos, vocês vão ver." A gente dava risada, mas não ousava duvidar. O que estou prestes a escrever aconteceu há mais de 10 anos atrás, e, naquele tempo, eu nem segundo grau completo tinha e estava remando nos estudos. O Gustavo, de piada, tornou-se inspiração. Às vezes ele vem me visitar, daí conversamos sobre estudos, os desafios que nunca param. É uma grande honra ter um amigo de tal calibre, dedicado e focado. Lembro-me de tudo como se fosse ontem. Será um prazer imensurável escrever sobre este amigo, sua metodologia e um pequeno pedaço da sua historia, que é muito ampla. Gustavo - O Estudioso, é uma pequena homenagem para um amigo, irmão, que me inspirou e pode inspirar muita gente que ambiciona estudar e vencer. Presta atenção na forma que ele estudava (estuda) e se autoquestiona: "Eu estudo de verdade?" Eu gosto de estudar, mas jamais alcancei o nível do Gustavo. Nem vou. Imagina, ele sabe de cor as normas da ABNT. Sem chance de competir.


As Redes Sociais Digitais existiam naquela época, e não era muito diferente dos dias atuais. Orkut e MSN, ambas extintas com a chegada do Facebook. Depois surgiu o WhatsApp. 10 anos atrás era normal as pessoas se reunirem em grupos para conversar. Nós éramos vizinhos: Gustavo, Anderson, Maiquinho e Elias (este último sobrinho do Maiquinho) e eu. Às vezes aparecia o Felipe, Rodrigo entre outros. Entre nós, o Gustavo era o que ficava menos tempo. Aparecia um pouco, se divertia, dava risada e já saía, alegando que precisava estudar. A gente insistia para ele permanecer, pelo menos mais um pouco, mas raramente conseguia convence-lo; estudar era sagrado e existia horários pré-determinados para suas atividades. Por mais que não entendesse a magnitude dos estudos, ninguém contrariava sua escolha, apenas respeitava e dava uma risada aqui e outra ali. Nada que ele não soubesse.
O Gustavo, na sua adolescência, um jovem bonito e sorridente, nunca foi de rasgar à noite atrás de baladas intermináveis, bebidas e beijos sem sentimento. Nada de gastar dinheiro à toa apenas para fazer os outros sorrir e arranjar amizades falsas. Sempre optou por ficar em casa, estudando, descansando, se preparando para o grande dia. Nunca ficou postando fotos dos seus estudos ou ficou se gabando dos seus inúmeros esforços. Concentração total. Ele tinha o entendimento que não poderia ter uma namorada, afinal, jamais  conseguiria dedicar para ela o tempo necessário para um relacionamento caminhar e dar certo. Certa vez ele tentou, mas levou um golpe forte do destino e quase pôs tudo a perder (....). Mas o Gustavo é um grande guerreiro.
Uma vez fui à casa dele (morava na esquina da minha casa) e conversamos bastante. Mostrou-me sua metodologia de estudos, o que me deixou espantando. Sem reação. Criou uma tabela com dias da semana, matérias que deveria estudar, hora de acordar, dormir e intervalos. Ele acordava 08h30min, tomava café da manhã leve, seguido de uma fruta. Depois iniciava os estudos. Almoçava meio dia e parava por uma hora, seu intervalo. Retornava e seguia estudando até umas 19h00min. Antes de dormir, revisava seus estudos. Sua rotina de segunda a sábado. Domingo costumava ficar livre durante o dia, mas de noite, uma vez mais, revisava os estudos. Como não era de ferro, a noite entrava no Orkut e mandava alguns recados; conversava no MSN normalmente (na época era internet discada, o famoso bote da meia noite. Os mais velhos vão entender). Algumas vezes transparecia seu stress emocional. Desconfio que lágrimas rolaram por sua face muitas noites, com medo de falhar. Não seria justo com ele, após tanta dedicação, não conseguir uma vaga na UFRGS. Eu não entendia nada de estudos naquela época, e não podia ajudar o Gustavo em nada de útil. Apenas torcer para que tudo desse certo. E o grande dia chegou.


Todos nós estávamos ansiosos pelo retorno do Gustavo. Sabíamos que a prova demoraria bastante. Ele estava focado, preparado. Estudou o ano inteiro. Nada poderia dar errado. Quando chegou do vestibular, parecia tranquilo, ciente que havia dado o seu melhor. O resultado demorou alguns dias; o gabarito oficial.  A vida seria justa com o Gustavo? Ele fez por merecer. Mas a vida não é justa e cobra o preço por um sonho. Ele não conseguiu uma vaga, e foi por pouco. Naturalmente ficou triste. Cabisbaixo. Talvez devesse chutar o balde, curtir a vida e dar um tempo nos estudos. Mas não desistiu e reforçou seus estudos, ingressando num curso Pré-Vestibular.
Em questão de estudos ele evoluiu de forma gigantesca. Magistral. Verdade que se tornou menos presente do que antes. Os estudos exigiam dele força máxima. Agora não estava estudando por conta própria, existiam matérias especificas que pediam atenção redobrada. De manhã sua rotina seguia firme. A parte da tarde que se alterou; agora ia para o curso Pré-Vestibular: chegava de noite e continuava estudando. Uma rotina pesada demais para um adolescente, mas leve para quem tem certeza do seu futuro e acredita em dias melhores. Sua inteligência estava anos luz da "gurizada da vila", e isto inclui este senhor que vos escreve e os nomes citados anteriormente. Num domingo à noite, em frente a casa do Maiquinho, ele deu uma surra intelectual em todos, através de um questionamento simples, mas intrigante: "Por que todos os animais tem rabo e o ser humano não tem? Qual a função do rabo?" A gurizada não segurou as piadas. O Elias então, conhecido por não perdoar nas piadas, mais o Maiquinho dando altas gargalhadas. O Gustavo é baixo, branco, suas bochechas ficaram rosa. Deu algumas risadas e concluiu: "A função do rabo é o equilíbrio. Os seres humanos não tem rabo porque tem o cerebelo (neste momento ele mostrou onde fica). Por isso que, pessoas que bebem, costumam perder o equilíbrio; o cerebelo é afetado." Todos se entreolharam, franziram o cenho, e o silêncio imperou. Já estava na hora do Gustavo retomar os estudos, se retirou feliz.


O tempo passou e uma nova chance surgiu para o Gustavo; ia encarar o segundo vestibular da UFRGS. Desta vez as chances de fracasso eram mínimas; não tinha como dar errado. Ao natural já estudava de todas as maneiras, agregando curso Pré-Vestibular, praticamente tornou-se o "Rambo dos estudos". E o resultado não surpreendeu ninguém: Ele passou. Finalmente, após inúmeros esforços, muita renuncia, realizava seu sonho. Dona Vilma, mãe orgulhosa, colocou uma faixa na frente da casa: "Bixo 2007 UFRGS - Enfermagem", mais o nome e palavras de carinho ao Gustavo, que merecia todas as homenagens. O Elias foi um dos que chorou ao saber que o Gustavo havia passado, emocionado com a conquista do amigo. Não cheguei a chorar, mas tinha uma certeza: ele nunca mais ia parar de estudar e alcançaria voos gigantes; rasgaria as nuvens e buscaria o mais alto grau nos estudos. Visivelmente apaixonado pelos estudos, apaixonado pela Enfermagem.
Os anos passaram calmamente e o Gustavo seguia estudando firme. Em um determinado ano mudou-se para Porto Alegre, pois o acesso a UFRGS ficaria mais fácil. A saudade batia o peito, e às vezes ele aparecia, sempre contando muitas historias. Numa dessas visitas ele anunciou que estava perto de se formar e, naturalmente, convidou todos. Eu não fui à colação de grau, mas fui na festa que ele ganhou, onde acabou discursando para os convidados. Tudo muito bonito. Formado pela UFRGS. Chegou o fim? Hora de curtir? Não. Desde o vestibular eu sabia que ele não ia parar, e de fato não parou; conquistou uma bolsa para estudar Mestrado na UFRGS e seguiu. A partir de então, as profecias dele se concluíram. Ele venceu e segue vencendo, através dos estudos.


Muitos anos depois o Gustavo me confessou: após ser graduado em Enfermagem pela UFRGS, ainda ficou quase um ano sem ganhar um real. Depois que entrou para o Mestrado que as coisas começaram a fluir. Hoje ele é bem sucedido: Enfermeiro num posto de saúde; ministra palestras; escreveu artigos, publicações em revistas na área da saúde. Entre outras conquistas sensacionais, que, por uma questão de ética, não posso revelar. O menino de ouro: este ano, 2017, vai tornar-se Doutor em Enfermagem pela UFRGS, com menos de 30 anos de idade. Ou seja, está a um passo de ser PhD, o grau mais alto nos estudos; torna-se um filósofo. O tão sonhado fim. Mas duvido que pare, certamente vai continuar se atualizando e buscando informações que agreguem. Se quisesse, poderia parar. Quem não conhece o Gustavo pode até sentir inveja, por ter isso ou aquilo. Por outro lado, quem conhece, sente muito orgulho e admiração; um exemplo.
E tu, estás estudando ou mais ocupado em publicar em redes sociais digitais para mostrar o quanto estuda? Quem estuda de verdade, não tem tempo. Aprendi com o Gustavo: quem quer estudar simplesmente estuda, sem necessidade de mostrar para ninguém. No momento certo, demonstra o conhecimento. Um dia ainda vou dizer: tenho um amigo PhD. Que Deus abençoe o Gustavo e que tenha mais glória do que já tem.

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sexta-feira, 21 de abril de 2017

A Baleia Azul - Orientações




Faz certo tempo que estou ouvindo falar no Jogo da Morte - Baleia Azul. Pelo movimento que vejo nas redes sociais e compartilhamentos nos grupos de Whatsapp, é um jogo que propõe para crianças uma série de desafios que precisam ser cumpridos; se mal me engano são 50. E no final, é preciso cometer suicídio. Eu fico pensando nos pais: não percebem a mudança de comportamento de uma criança? Os pais não tem acesso as redes sociais? Acho muito bonito os pais dar liberdade aos filhos, confiar e acreditar. Mas estamos falando de uma criança. É obrigação ter controle sobre quem adiciona, com quem conversa, quais sites costuma frequentar. É preciso vasculhar tudo. E se ver algo errado, não é necessário brigar, mas sim, orientar. Enfim, retomando o foco: Baleia Azul. Eu li alguma coisa sobre hackers, que que enviam links e invadem computadores. Se não clicar no link não participa do jogo, certo? Aliás, impossibilita a entrada de um hacker. O problema é que não é somente através de um link que um hacker invade um computador. Existem outras formas. Este texto não será longo. É apenas uma pequena orientação para os meus amigos e as minhas amigas, das maneiras de orientar as crianças, como proceder na internet. Minha intenção é ajudar com o básico que sei sobre hackers. Sei muitas coisas, mas o básico salva neste caso.


O primeiro passo é orientar as crianças sobre links. Não é necessário usar a palavra "link", mas estimular a não clicar em tudo que vê na internet e, na dúvida, chamar o papai ou a mamãe. Crianças não conhecem o perigo. Se surgir um link, mais ou menos assim: "Clique aqui para ver uma mágica e um doce voar da tela do computador". Ou: "Clique aqui para ver um lindo cachorrinho". Crianças vão clicar. Não tem noção da maldade. Teu filho ou filha têm 14 ou 15 anos? Eles vão induzir de outra forma. Mas vão induzir a clicar onde não deve. Outra coisa muito importante, esta dica vale para os adolescentes: não aceitar arquivos de desconhecidos. Não importa que seja uma simples foto, música ou vídeo. Tu não sabe o que tem por detrás do arquivo. Os hackers costumam inserir vírus dentro de um arquivo qualquer, que desabilita o anti-vírus e invade o sistema. "Que foto linda, vou clicar e olhar". Pronto. Invadiu teu sistema. E a mesma coisa com programas; não instale qualquer coisa. Se teimar e instalar, eles invadem. A partir de então, pegam o IP e tudo que estiver no computador. Estas dicas são importantes não só para crianças e adolescentes, mas para adultos curiosos. Presta muita atenção no que vai fazer para não chorar depois.
Eu não tenho filhos e não sei como é o certo para se criar uma criança. Acredito que tudo seja muito cultural e, de acordo com os valores que se aprende no decorrer da vida, uma criança recebe dos pais aquilo que aprenderam ou julgam ser certo. Acredito que liberdade de crianças e adolescentes tem que ter limite, ou as chances de fazer algo errado e sem conserto seja gigante. Este texto não é para julgar os pais, apenas para orientar sobre internet e seus perigos. Vale uma dica específica para os pais.

Não acredite em tudo que vê na internet; nem tudo é verdade. Existem pessoas especulando, tentando ganhar ibope em cima de algo sério; espalhando falsas notícias. Não é tão simples invadir um computador, celular ou seja lá o que for. É preciso Engenharia Social: descobrem tudo de uma pessoa antes para, só então, atacar. Pode ser o melhor hacker do mundo, se tu não clicar em alguma coisa ou instalar um programa, ele não consegue entrar. Uma vez mais, não acredite em tudo que vê na internet. Oriente seus filhos. Minha parte estou fazendo para ajudar. Espero que essas pequenas orientações possa nortear e evitar problemas.


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sexta-feira, 14 de abril de 2017

A Primeira Gestora - Camila Ribeiro




Ela foi extremamente importante no inicio da minha Carreira Administrativa. Uma mulher diferenciada, educada, gentil, solidária e culta. Uma carga grandiosa de cultura, com certeza. Morou alguns anos no Sul da Espanha, atuou em grandes empresas no Brasil. Na contramão de tais atributos, lá estava eu. Não entendia nada de trabalho em equipe... mal sabia trabalhar. Administrativo? Nunca ouvi falar. Era tudo novidade. Jamais vou esquecer: Meados de setembro de 2008, ao entrar naquela sala, um quadro branco com meu nome. "Bem vindo, Mateus!" Não senti muita emoção, afinal, eu não sabia o que significava tal recepção.
A Camila apresentou-me a equipe que ficaria para sempre no meu coração. Venda Avulsa 2008 - Planejamento Estratégico: Analista: Camila Ribeiro. Assistentes: Alexandre Ferreira (ZH Interior), Fernando Contini (DG), Vanessa Dorneles (ZH Capital). Auxiliar Administrativo: Pedro Drochner (Cadastro de PDV). Jovem Aprendiz: Abraão Mattes. Esta é a equipe de Planejamento Estratégico. Existem mais duas áreas. Recordo de toda equipe (tenho fotos históricas). Todos me ensinaram demais, entretanto, o foco é na minha primeira Gestora - Camila Ribeiro. Quero escrever o que ela ensinou. E uma grande técnica que aprendi só observando e aplico até hoje. A Camila era persuasiva. Eu? Dificuldade na escrita, na fala, não sabia me vestir adequadamente. Ou seja: um desastre. Tropecei bastante. Quase caí. Tempos depois fiquei sabendo de uns comentários. Alguns colegas não acreditavam que eu fosse ficar mais de 1 mês no Administrativo. Acabei ficando 46 meses. Enfim, passaram-se quase 9 anos e muitas coisas aconteceram. Antes de iniciar, quero agradecer a Camila Ribeiro, por tudo que me ensinou, pela paciência. Na tua saída da empresa fiz uma promessa. Não consegui cumprir. No final do texto relembro a promessa. Nunca vou esquecer tua pessoa, independente do país que esteja, cidade. Não importa o tempo.


Antes de entrar para a equipe de Planejamento Estratégico, trabalhei em outros setores, principalmente ajudando o Dilnei Luis e o André Thissen, ambos coordenadores de operações diferentes. Coisas simples: atender ao telefone, anotar recados, levar um documento aqui e ali. Era para eu ser Contínuo, mas mudaram meu cargo e acabei tornando-me Auxiliar Administrativo, respondendo direto para Camila. Se um dos coordenadores solicitasse minha ajuda, atenderia. Mas o foco era o Planejamento Estratégico. Trabalharia ajudando o Pedro nos cadastros e demais demandas do setor. Pela primeira vez estava prestes a descobrir o que é um trabalho em equipe. Descobria o que é ser liderado. Saberia o significado de "amor ao trabalho". Minha apaixonaria de uma forma louca, eternizaria as pessoas na minha mente e no meu coração.
A Camila me assustava no começo de tudo. Eu não sei dizer o que me assustava, afinal, jamais conheci uma pessoa do nível dela, profissionalmente e culturalmente. Uma mulher firme para falar, que olhava dentro dos meus olhos fixamente. Ela tinha muita convicção em cada palavra que saía da sua boca. Eu morria de vergonha, pois não sabia me comunicar, expressar minhas dificuldades. Ouvia atentamente suas palavras, sem entender. Devagar ela foi buscando me conhecer, entender do que gostava, minhas preferências. Quando falou de estudos, respondi que tinha o segundo grau completo. Se eu tinha vontade de estudar? Não. Definitivamente, não. Relatei minha dificuldade em completar o segundo grau, precisando da ajuda de colegas e professores, porque não conseguia escrever com a mão esquerda. A verdade precisa prevalecer: fiz papel de vitima. Queria que a Camila tivesse pena de mim, que entendesse meus esforços para acabar o Ensino Médio. "Não precisa estudar mais. Já está bom", gostaria que ela dissesse. Porém, o argumento me pegou de surpresa. Tal pensamento influenciou na minha vida de tal maneira, que impregnou na minha mente e espalho o conceito para os mais jovens, que estão iniciando agora no mercado de trabalho. Eu fiz, e faço, o que ela orientou.


"Tu precisa seguir estudando e buscar cada vez mais conhecimento. Não importa tua idade, os bens materiais que conquistar. Tudo vai acabar. Exceto o que tu aprender. Isto ninguém pode tirar. Estuda e aprende. O conhecimento é infinito." Uma vez mais, não entendi nada. O que ela queria dizer com buscar conhecimento? Só o segundo grau não basta? Devagar fui aprendendo.
A Camila, apesar de saber das minhas limitações, deixou claro que eu era um membro ativo da equipe, que me trataria da mesma forma que os demais. Minha deficiência não faria ter tratamento diferenciado ou algum tipo de vantagem. Foi um choque de realidade. A partir daquele dia, descobri que, no mercado de trabalho, eu seria como qualquer outro profissional e minha deficiência não simbolizaria absolutamente nada. Eu precisaria ser um bom profissional. E a Camila, aos poucos, foi moldando o profissional que me tornaria. Não somente com palavras, mas sim, através de atitudes. E foi tudo natural. Sempre fui muito bom em observar. Não sabia analisar, mas observava.
Quando o gerente, coordenadores ou demais membros da equipe conversavam com ela, eu ficava encantado com a comunicação. A maneira que ela conduzia, tirava dúvidas ou absorvia novas ideias. Termos técnicos e, ao mesmo tempo, de compreensão simples. Uma vez o gerente notou que havia parado de trabalhar para escutar a conversa. "O que foi, Mateus? Pode continuar trabalhando." Ele achou que, talvez, eu queria ouvir a conversa para fazer algum tipo de fofoca. Mal sabia que só queria aprender. Meu foco foi nos emails que ela enviava. Um português bonito, correto. "Isso eu sei fazer. Vou enviar emails, também", pensei de forma inocente. Os emails que eu enviava cobrando os CDs (Centro de Distribuição) eram grosseiros, sem educação e, para piorar a situação, abreviava algumas palavras. No começo a equipe achou 'bonitinho' os emails. Depois, passaram a chamar minha atenção e conter minha euforia. A Camila me explicou o porquê devemos ser cordiais e o quanto dependemos uns dos outros. E a equipe complementava suas ideias. Então, o conselho sobre buscar conhecimento começou a fazer sentido. Eu estava no meio de gigantes, profissionais que estudavam, graduados, pós-graduados, experientes no mercado de trabalho e, ainda assim, buscando novos conhecimento; a Camila estudava Inglês, junto com o André e o Dilnei; Fernando e Vanessa estavam na faculdade; Alexandre tinha duas graduações (se mal me engano); Pedro era experiente no Cadastro e já tinha atuado em outras frentes; Abraão estudava. Inexperiente e sem estudos: eu. O que fazer? Tentar aprender com eles e rezar para tudo dar certo. Descobri uma qualidade da Camila, que carregaria para o resto da vida, aplicando em todas as situações possíveis e imagináveis. Ela é a melhor, mas faço do meu jeito e nunca falhou.


Ela nunca ligava para os clientes, internos ou externos, e ia direto ao ponto. Sempre conversava, descontraia para, só então, falar o que precisa ou obter uma informação. "Alô, tudo bem? É a Camila do Planejamento. Tudo bem? Calor hoje, que loucura. Muito trabalho aí? Olha só, estou precisando da tua ajuda..." E, desta forma, ela ia conseguindo informações, solicitando trabalhos. Raramente alguém negava; ela tratava as pessoas com muita educação e cordialidade. E suas variações eram imensas. Uma hora falava do tempo, outrora de política, Economia, eventos que aconteciam durante o dia. Ela sabia conduzir uma conversa, conforme sua afinidade com a pessoa. As que ela não conhecia, como clientes externos, tratava da mesma forma, sempre buscando entender. Houve um tempo que, quando tocava o ramal dela, eu ficava parado a ouvindo falar. Não me interessava o assunto em si, mas como ela conversava. "O que tanto me olha, Mateus?", um dia ela perguntou. Fiquei sem jeito. Disse que nada demais e pedi desculpas. A verdade é que estava estudando seu jeito de falar e interagir com pessoas.
Esta foi uma grande lição que a Camila me ensinou - mesmo sem ela saber que me ensinou -, como tratar pessoas e nunca ir direto ao ponto do que se deseja. E eu comecei a aplicar o conhecimento adquirido. Não com a mesma desenvoltura, elegância, firmeza nas palavras... do meu jeito, já conseguia me comunicar melhor e entender algumas coisas. Dia após dia eu evoluía. Superava meus limites, aprendia sobre o Cadastro, alterações de tiragens e outros aprendizados. Fui parando de usar abreviações, até conseguir eliminar totalmente. Perto dos colegas eu ainda não sabia nada, estava engatinhando, entretanto, força de vontade nunca faltou e a equipe percebia isso. Mas as coisas foram acontecendo, ciclos acabando.
O Alexandre foi o primeiro a sair. Fiquei um tanto triste, porque gostava dele. Passado mais um tempo, o Fernando saiu. Sua mulher estava grávida e ele buscou uma nova oportunidade em outra empresa. O Fernando tinha (e tem) uma habilidade matemática fora do comum. Sofri e chorei silenciosamente, a saída do Alexandre, Fernando, Dilnei entre outros membros da Venda Avulsa. O golpe fatal estava para acontecer.


Em outubro de 2009 a Camila anunciou que estava de saída da empresa. Nossa, parecia que uma parte de mim estava sendo arrancada. A Camila, minha gestora querida, que cuidou de mim, que fez meu primeiro aniversário numa empresa, me ensinou tanto... Estava saindo para uma nova oportunidade no mercado; foi para Folha de São Paulo (ela mora em São Paulo até os dias atuais e tem uma filha linda.). Eu sofri muito. Demais. Quando saiu, prometi que cresceria na empresa, que ela ouviria muito meu nome. Infelizmente não consegui cumprir minha promessa, porém, aprendi sobre comunicação, conseguia escrever com facilidade. Eu dominava meu trabalho e me arriscava fazer outras coisas. Fui muito longe, para quem não tinha experiência nem estudos. A Camila saiu e o Fernando acabou retornando. Não como Assistente, mas sim, Analista, gerenciando o Planejamento Estratégico.  De forma geral, conheci muitas pessoas sensacionais, que me ensinaram de tudo um pouco. A última equipe que trabalhei no Planejamento Estratégico: Analista: Fernando Contini. Assistentes: Carina Scottá (ZH Capital), Edimar Rocha (DG), Cláudio Ribeiro (ZH Interior). Auxiliares: Pedro Drochner e eu. Aprendi muitas coisas com o Fernando Contini e, da mesma forma que a Camila, ele cuidou de mim. Uma liderança que admiro muito. Mas é outra historia. Até hoje tenho contato com muitas pessoas da Venda Avulsa. São meus amigos. Eu posso ir lá, entrar, tomar um café e conversar. Sou bem vindo. Estou falando só da Venda Avulsa, se eu citar o Grupo RBS... Conheço muitas pessoas e existem muitas historias. Melhor parar de escrever. Meu coração não aguenta...


A Camila falou sobre estudar e buscar novos conhecimentos: Hoje tenho dois títulos (Ensino Técnico e Ensino Superior), sem falar nos inúmeros cursos complementares; Li e leio muitos livros; ministrei três palestras, duas sobre motivação e uma sobre Modelo Mental; trabalhei em 4 empresas e deixei meu legado; entendo a política; sei criar um planejamento; compreendo estratégias de ataque, defesa ou contenção. Acho que evolui, ao ponto dela sentir orgulho. Para ser sincero, só conheci um profissional com poder de persuasão semelhante ao da Camila. E isto que me inspirou e carrego comigo. A Camila me mostrou o caminho. Eu sei tratar com clientes internos e externos. Tenho calma ao falar e trato como se fossem meus amigos de uma vida inteira (alguns se tornam, de fato, amigos). Minha comunicação é perfeita, não importa a pessoa, o cargo... Vou saber conversar. Sei quando devo ser formal ou informal. Camila, minha primeira gestora, se eu pudesse atuar contigo mais uma vez. Só uma... Tenho certeza que realizaríamos um trabalho maravilhoso e de grande repercussão. Se eu aprendi, evolui, cheguei num nível de estratégia surpreendente, imagina tu, como deve estar; com certeza evoluiu nos últimos anos. Uma vez mais, quero agradecer por tudo que fizeste, pelo conhecimento que transmitiu. Eu nunca vou esquecer de ti e sempre terás um lugar especial no meu coração. A pessoa que me ensinou muito, que mostrou o quanto devemos ser cordiais e respeitar as pessoas. Caso contrário, todo um trabalho pode ir por água abaixo. Muita saudade. Abaixo umas fotos do tempo que atuamos juntos...

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 Almoçando fora.


Eu trabalhando (tentando)


Alexandre Ferreira


Pedro Drochner 


 Fernando Contini

 Minha Gestora, Camila Ribeiro

 Fernando, Camila, Vanessa e eu


Vanessa, Camila, Eu, Dilnei


 Dilnei, Edimar, André, Krüger, Maicon, Fernando e eu

 Aniversário Surpresa


 Ao fundo: Gustavo, Renato e Michele





 Vanessa 


 Camila, eu, Dilnei e o André

Eu e a Vanessa

terça-feira, 14 de março de 2017

A Formatura - Ensino Superior





É um evento que marca a realização de um sonho, a linha de chegada de uma longa corrida. Muitos colegas, infelizmente, não conseguiram participar. Alguns seguiram a jornada, pois estavam pendentes em algumas cadeiras. A grande maioria foi questão financeira, o que é compreensível. Na minha turma havia sete formandos, mais um casal que se formou com nós, vindos de outra turma. Se somente minha turma se formasse, o valor da formatura seria uns 3 mil reais ou mais. Com a finalidade de diminuir os valores, nos formamos com mais quatro turmas, de outros cursos.
A Andressa e eu fazíamos parte das lideranças. A formatura é mais do que aparece nas fotos ou nos vídeos. Alguns formandos fazem parte da Comissão de Formatura, que trata sobre a Prova de Toga, local onde serão tiradas as fotos, modelo dos convites, entrega dos convites, número de convidados entre tantas outras questões importantes. E os bastidores não são agradáveis. Existem muitos debates - alguns agressivos -, informações diferentes. Certas coisas é importante deixarmos no passado. Devemos focar nas vibrações positivas, o que aconteceu de bom. É sobre isso que gostaria de escrever. Os convites, como escrevi o discurso, a emoção de estar lá. No final, vou publicar meu discurso.


Nota: No começo do texto falei sobre bastidores, debates agressivos. Num desses debates agressivos, acabei sendo ofendido. Exclui meu algoz do grupo, com o aval de outro Administrador e da própria dona do grupo. Aconteceu no grupo, fica no grupo, assim, penso eu. Só que não é assim. Algumas pessoas ficam magoadas e levam no coração para sempre. Ele estava lá e, pelo jeito, influenciou outros formandos, que passaram a debochar e me olhar de cara feia. Eu nem dei bola. Só mostra que são mais do mesmo: analfabetos funcionais. Aliás, só fiquei sabendo porque um amigo que estava próximo deles me contou. Que belos gestores estão indo para o mercado.


No Salão de Atos da PUC têm 1600 lugares, divido por 66 formandos, dá uma média de 23 convidados para cada formando. Com a minha experiência em formaturas (me formei no Ensino Médio e no Ensino Técnico), tentei avisar as comissões e meus colegas: não são todos os convidados que vão. Muitas pessoas julgam uma formatura como um evento qualquer e, na maioria dos casos, nem ligam. Esquecem que é um evento mega importante e marcante para os formandos. Eu sabia que ia haver faltas. Mesmo assim, tentei selecionar bem os meus convidados.
Meu coração se partiu em vários pedaços, pois queria convidar muitas pessoas. Montei uma planilha no Excel com 23 nomes e fui jogando. Mandei áudios no Whatsapp  e pedi confirmação. Deixei bem claro: Se confirmar e não for, nossa amizade será abalada. Se disser, desde já que não pode, buscarei entender. 2 convidados avisaram que não poderiam ir. E conforme iam avisando, a lista ia sendo alterada. Desta forma convidei 23 pessoas.  Além do cuidado com os convidados, ainda tinha um pequeno problema para resolver: o discurso. Geralmente um orador não precisa mostrar seu discurso. Mostra se quiser. Como estávamos entre nove formandos, julguei que era importante mostrar meu discurso e pegar opiniões. Só que fiz isso no momento errado; faltando uma semana para formatura. Eles gostaram, porém solicitaram ajustes.


No curso Técnico em Administração aprendi com o professor Carlos Kulzer: "Discurso tem que ser direto, sem enrolação. Ou as pessoas perdem o interesse." Isto entrou na minha mente. No meu coração. Meus discursos não passam de uma folha, mas são carregados de sentimentos. Não é difícil escrever um discurso. Difícil é captar todas as emoções. Eu sou muito humanista, e gosto de escrever nesta linha. Iniciei o discurso centralizando meus colegas. Relatando o prazer imensurável que foi estudar ao lado deles. Falei do curso, do orgulho que sentia. Meus colegas acharam que eu estava centralizando e pediram para eu focar em "nós". Então, comecei os ajustes, apagando aqui, incrementando ali... Discurso 2 pronto. Ao mostrar para os colegas, uma vez mais, acharam bonito, mas faltava emoção. Uma colega mandou áudio: "Tá bom, Mateus. Mas não senti teu coração. O primeiro é melhor. Quem sabe tu mescla os dois." Mais colegas se manifestaram favoráveis a ideia de mesclar.
Enfim, entre mesclar aqui, arrumar ali, acabei escrevendo 4 discursos. No último recebi um auxilio do Rui, que chamo de "papito". Ele me ajudou no primeiro paragrafo, citando Shakespeare e escrevendo palavras que combinavam perfeitamente com a citação. A partir do segundo paragrafo foi comigo. Estava tudo pronto. Apenas uma questão de tirar uma palavra, colocar outra, mudar alguns sentidos. Discurso finalizado. Só treinar e me preparar para o grande dia. Algumas coisas aconteceram (...), E não treinei o suficiente. O discurso é meu, não posso falhar. O texto é meu. Eu sabia as pausas. Mas nem tudo é como a gente gostaria. Fatores externos acabam atrapalhando e afetando o psicológico.


Cheguei no Salão de Atos da PUC acompanho do Rui (papito) e a Ana (esposa do papito). Logo encontramos mais colegas. Era visível que todos estavam nervosos. Me aproximei da Luana, que trabalha na produtora e confirmei os nomes dos formandos. Em seguida, os demais colegas e eu nos reunimos, conversamos um pouco. Do nada, a Andressa questionou: "Alguém ligou para o Valter, confirmando que ele viria?". Meu coração disparou. Bom, no meio de tantas correrias com convites, Prova de Toga, escolha de música, isso e aquilo, nem pensei em ligar para o Valter, meu querido professor. Nós o convidamos em sala de aula; a produtora filmou e ele confirmou presença. O que mais precisava? Um convite dourado? Não. O Valter têm 53 anos. Um Administrador respeitado. Lógico que vai vir. Caso não pudesse, com certeza ligaria ou mandaria email, já que não usa Whatsaap nem Facebook. Jamais vai decepcionar seus discípulos.
Naquela noite mágica e especial, eu ficaria decepcionado. Não somente eu, mas meus colegas. Ele não avisou nada, simplesmente não foi. Aquilo abalou bastante meu psicológico e afetou meu discurso. Um professor de Administração de outra turma foi nos buscar, o senhor Silvio. Foi muito triste. Mas precisávamos seguir em frente, nada poderia abalar nossa sonhada colação de grau. Todos sentados nos seus lugares. Eu fiquei ao lado da Michele e da Denise. A maior parte da formatura fiquei conversando com a Denise, pois fazia tempo que não nos víamos e sempre nos damos bem. A Michele não largava o celular, nem durante a solenidade. É compreensível. A formatura atrasou um pouco e ela precisava pedir para alguém marcar lugar no restaurante onde havia feito reserva. Os demais colegas pareciam tranquilos. Eu estava nervoso, principalmente quando começaram a chamar os oradores. Minha vez estava chegando.


Observei os oradores atentamente. Não somente a postura, mas o discurso em si. Eles falavam de situações vividas em sala de aula, em determinadas disciplinas. Meu discurso era diferente. Bom, é questão de discurso para discurso; cada um seguiu uma linha de raciocínio. É respeitável. Eu achei os discursos maravilhosos. Mas os oradores fizeram uma coisa que não gostei e me causou certo "pânico". Eles pegavam o microfone com uma mão, enquanto seguravam o discurso com a outra, olhavam para seus colegas e falavam. "Eu não tenho como fazer isso", pensava. Chegou minha vez.
"Agora, chamamos para proferir o seu discurso, o orador Mateus Silva!" Anunciaram. Levantei e caminhei lentamente. Ao entregar o microfone na minha mão, rapidamente chamei para perto e disse: "Eu só mexo um braço. Não tenho como segurar o microfone e ler." Ele segurou para mim e iniciei. O Valter estava citado logo no começo do discurso. Então, li o nome do professor homenageado, travei e emendei o nome do professor Silvio. Do nada tiraram o microfone da mão do rapaz e colocaram num pedestal. Parei de falar. Silêncio. A parte complicada foi. Aos trancos e barrancos, mas foi. No momento de agradecer os pais, acabei falhando. Pedi desculpas para o público e li corretamente. Ao virar a folha para iniciar o discurso oficial, anunciei que estava embriagado de sentimentos, muito, muito emocionado. Se eu errasse, que me desculpassem.
No primeiro paragrafo estava escrito, logo após a citação de Shakespeare: "Encontramos na vida acadêmica, situações que nos cativaram fortemente a alma." Eu li: "Entramos na vida acadêmica...", quando percebi que tinha trocado as palavras... Respirei fundo e continuei. A partir de então, não errei mais. Acertei as pausas, as concordâncias e li calmamente, inclusive gesticulando com a mão esquerda. Tudo acabou perfeitamente.
Após os discursos chamaram os requerementistas. A Michele solicitou nosso título. Finalmente, a colação de grau. Um erro técnico. Na minha última formatura, o caminho percorrido era maior; era possível tocar a música desde o começo. No salão de Atos da PUC, não; o caminho era curto. Portanto, minha música tocou apenas o inicio. Só o solo - Primeiros Erros, Capital Inicial. Por fim, todos os formandos tocaram o capelo para cima (chapéu que acompanha a toga) e nos abraçamos. O final de uma jornada.


Vale à pena participar da formatura. É um momento mágico. Único. Representa a realização de um sonho. Não adianta dizer que vai guardar dinheiro para investir em outro curso. 90% das pessoas alegam isso. E 90% param de estudar. Aconteceu no Ensino Médio, Ensino Técnico e, agora, no Ensino Superior. Torço para que meus colegas alcancem voos maiores, que sigam estudando. Quem puder, não deixe de se formar. É muito bom. De acordo com o começo do texto, segue meu discurso completo.



Formandos,

Inicio com uma citação de Shakespeare, que disse: “Se seus sonhos estão nas nuvens, eles estão no lugar certo, agora cabe a você construir os alicerces”.                       

Encontramos na vida acadêmica, situações que nos cativaram fortemente a alma. A importância de aprender e ensinar reciprocamente, o valor de discutirmos ideias a ponto de discordarmos. A habilidade de conviver com a divergência de opiniões e, ainda, algo valoroso, mágico e rico, que levaremos conosco para o resto de nossas vidas: o conhecimento.

Nós aprendemos de todas as formas possíveis e imagináveis. Tudo começou através de uma cadeira. O exemplo central. Ficávamos na dúvida, tentando entender o que uma cadeira tinha haver com nosso aprendizado. Agora a gente sabe. Olhamos uma cadeira e sabemos todos os processos que ela passa até chegar ao consumidor final. Produção, Contabilidade, Economia,  Marketing, Logística... Compreendemos perfeitamente. Não somente uma cadeira, mas o que for.

Esta não é uma noite qualquer; uma formatura qualquer. Hoje à noite é especial: é à noite que estou diante de Administradores. Gestores que sabem fazer, e sabem como fazer. Todos lutaram bravamente para chegar neste momento. Desafios e mais desafios. Na busca por conhecimento surgem diversos obstáculos. O coração apertou, as lágrimas teimaram em cair, mas a vontade de aprender prevaleceu.

No princípio éramos colegas; aos poucos nos tornamos amigos: nasceu uma família. Nos momentos difíceis todos se uniram por um objetivo, onde houve uma troca mútua: eu te ajudo, tu me ajudas; nós nos ajudamos e juntos aprendemos. Para conquistar sonhos é preciso ousar, e jamais desistir perante adversidades. Parabéns para nós. Conquistamos a primeira graduação. É o suficiente? Não. Queremos mais, muito mais. Enquanto tivermos forças, buscaremos novos aprendizados.

Nossos queridos colegas. Muitos não puderam estar aqui, ao nosso lado, celebrando a vitória. Não há dúvidas que esta conquista também é deles. Sem tal união tudo seria ainda mais complicado. Que nossa amizade perpetue, e que o passar dos anos jamais apague cada sorriso, brincadeiras que vivemos em meio à árdua tarefa de aprender.

Até aqui viajamos juntos. Seguimos firmes nas retas e nos abraçamos nas curvas. Uma viagem maravilhosa pelo conhecimento. Mas, de agora em diante, precisamos nos despedir e seguir viagem. Não vamos dizer adeus, apenas um “até logo”, porque o conhecimento é infinito, e a nossa vontade também. Sei que vamos continuar estudando e, portanto, nada impede uma nova viagem juntos. Até logo. Uma vez mais, parabéns para nós. Amo vocês.  

Muito obrigado.


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quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

A Proposta - Consultor de Vendas




Tudo começou quando recebi email de um site de empregos que sou cadastrado. Um informativo: "Temos uma boa notícia para você!". A boa notícia é que uma empresa visualizará meu currículo e solicitou contato. Enviaram o email de uma pessoa . Estranhei o email ser Gmail, ao invés de ser corporativo. Acreditei que fosse mais uma agência de RH. Não demorei e escrevi um pequeno texto, relatando que havia sido notificado por email do interesse no meu perfil. Anexei meu currículo e laudo médico. Finalizei dizendo que aguardava retorno.
À noite caiu e segui minha rotina. Facebook, Whatsapp, sites de notícias e, claro, vagas de emprego. Uma rotina que sigo há muito tempo. É preciso lutar. Confesso que fiquei curioso sobre o interesse de uma empresa no meu perfil. Não estava esperando nenhum cargo de gestão. Auxiliar Administrativo estaria ótimo. Tenho experiência, formação... Um passo de cada vez para realizar objetivos. Deixei meu celular carregando e me preparei para dormir. Certamente receberia uma ligação pela manhã, convocando para uma entrevista. Informariam salário, benefícios, atividades. Mas minhas expectativas foram frustradas no dia seguinte.

Não houve nenhuma ligação. Nada. Despertei de um sono profundo naturalmente. "Por que não ligaram?", pensava. Decidi ligar o computador e olhar meus emails. Na Caixa de Entrada, muitos emails dos sites de emprego que sou cadastrado. Atentei para dois nomes diferentes. Abri o primeiro e comecei a ler:

"Bom dia!
Você foi pré-selecionado para participar da primeira etapa do processo seletivo para área Comercial de vendas, conforme análise e contato com o gestor.

Neste primeiro momento o grupo de recrutamento da empresa irá analisar suas características, comportamentos e comunicação.
Também será apresentada a empresa e sua estrutura e métodos de trabalho referente as vagas em aberto.
Posteriormente a isso, iremos fornecer nossa avaliação para uma triagem na qual o próprio gestor irá entrar em contato manifestando o interesse em fechamento da vaga e contratação.

Segue abaixo as informações para a entrevista:

Data: Quinta-feira - 12/01/2017
Horário: 15h00 (seja pontual)
Empresa: LPs
Local: Av. Nilo Peçanha, 1851, Conjunto 301 - Boa Vista - Porto Alegre

Solicitar na recepção por: 
(Se você pesquisar no Google o endereço, constará o endereço da ANTIGA empresa que ficava neste mesmo local pois nos mudamos recentemente e não esta atualizado, nós somos da empresa Lps)

Orientamos comparecer com currículo atualizado. Aguardo sua confirmação.
Boa entrevista!

Atenciosamente,"

Não gostei quando frisou que eu deveria ser pontual. Como assim? Eu sempre chego meia hora antes nas entrevistas. Também não informou o salário, benefícios. Tudo bem. Ao ler o outro email, o texto e o horário idênticos ao primeiro, mas o nome da pessoa e o endereço eram diferentes. Respondi o primeiro email, falando que havia recebido um email de outra pessoa, com a mesma proposta. Perguntei se a pessoa em questão fazia parte da empresa e pedi referência para encontrar a empresa na Nilo Peçanha. A resposta foi rápida, confirmou que era da mesma empresa e atendeu minha solicitação, passando o nome de uma churrascaria. Beleza! Confirmei a entrevista. Agora, o grande momento: pesquisar a empresa. O que seria LPs? Nunca ouvi falar.
Pesquisei bastante e fiquei surpreso: nada. O máximo que encontrei foi uma LPS Brasil. Será que é a mesma coisa? Meu coração dizia que era roubada, que deveria ficar em casa. Meu senso lógico me mandava ir, pois poderia ser uma oportunidade boa. Se eu não fosse, explicaria o que para minha mãe ou para minha namorada? Simplesmente me neguei? Melhor ir. Já estava ciente que precisaria ir ao Triângulo da Assis Brasil e pegar o T7.
O dia 12 foi bem quente; um típico dia de verão. Encontrar o endereço não foi difícil, já que o cobrador me disse onde começava a Nilo, e um passageiro me indicou a parada do restaurante. O problema foi a proposta. Deveria ter ouvido meu coração.

Desci do ônibus e atravessei a rua; estava de frente com a empresa. Um prédio lindo, com estabelecimentos comerciais ao redor. Caminhei até a portaria e me apresentei na recepção. O recepcionista falou que eu estava no lugar errado; precisei sair do prédio e caminhar alguns metros à esquerda, dobrar à esquerda; em cima de uma garagem. Lá estava a empresa correta. Ao abrir a porta um ar gelado. Bem na minha frente estava escrito, em vermelho: Lopez Imobiliária. Meu coração acelerou. Caminhei em direção as recepcionistas. Pediram para eu preencher uma ficha (ainda vou entender porque as empresas querem que preenchamos fichas. Meu currículo não basta?). Informei que não escrevo com a mão esquerda e a moça preencheu para mim, apenas solicitando dados. Tranquilo. Pediu para eu sentar e aguardar. Havia mais duas pessoas preenchendo fichas. Comecei a observar. Homens de terno e gravata entrando e saindo dos elevadores. Mulheres bonitas, bem vestidas. Uma das mulheres que vi desfilava com um Iphone. O que não gostei foi de um rapaz que desceu do elevador, com um crachá escrito "Ducati".  Não é possível!
De repente, chegou mais pessoas. Algumas ficaram em pé, porque não tinha lugares disponíveis para sentar. O relógio mostrava que eram mais de 15:00 horas, e nada de começar a entrevista. Pelo número de pessoas, certamente seria uma seleção. Comecei a ficar inquieto. "Seja pontual", escreveu no email. Uma pessoa que não é pontual pede pontualidade. Estranho! Uma das recepcionistas levantou e abriu uma porta. "Quem tem entrevista às 15:00 horas pode entrar." Muitas pessoas caminharam até a porta. Eu deixei as pessoas entrarem na minha frente. Fui o último. Caminhamos por um pequeno corredor, no final entramos numa porta que estava aberta, à direita.

Era uma sala estreita e comprida, com muitas cadeiras; visivelmente era uma sala de reuniões. Um notebook cinza perto da parede e um projetor iluminava a parede: Lopez Imobiliária. Todos sentados, inclusive eu. Ninguém falava; todos pareciam assustados. Então, um homem de terno, alto, magro, olhos verdes, barba grande entrou na sala e anunciou que começaria a entrevista. Disse que começaria mostrando um vídeo da empresa. Ele parecia nervoso. O vídeo não funcionou. Chamou uma moça para arrumar. Não conseguiu. Ele desistiu do vídeo e começou a falar. Primeiro falou a diferença entre corretor e consultor. Corretor vende moradia; consultor vende investimentos. Falou sobre 5% de comissão sobre os investimentos, que não baixam de 300 mil reais, das premiações. Nossa, ele falando parecia que vender um imóvel é a coisa mais fácil do mundo. Em dado momento ele encheu a boca para falar: "Eu tenho 32 corretores trabalhando comigo." Corretores? Tu vende moradia? Acabou de falar que quer consultores. Nem o conselho reconhece consultores, apenas corretores. Começou a falar bobagem: "Nós fazemos parcelas baixas. Qualquer um pode pagar. Imagina, qualquer passeio no final de semana gasta 500 reais." Aonde ele vai que gasta 500 reais por semana? Sem noção. Ou tem muito dinheiro. Perguntei para ele sobre a Bolha Imobiliária. Ele não gostou.
"Para eu falar sobre isso tu precisa ter estudado o assunto. O que tu sabe?" Respondi o que sabia. Quando a Bolha Imobiliária estourou nos Estados Unidos, imóveis que valiam mais de 1 milhão de dólares, baixou para 100 mil. "Não é assim. A Bolha aconteceu nos Estados Unidos porque mais de 80% do PIB era em imóveis. Aqui, no Brasil, não chega a 10%." E emendou. "As pessoas estão comprando mais. Existe mais facilidade. É o momento para investir em imóveis. Todo mundo quer." Percebi que estava falando com um maluco desinformado. Não sabe que a população brasileira esta endividada. Que o PIB está quase negativo. E eu não perguntou como originou a Bolha, e sim o que aconteceu quando ela estourou. Enfim... Fiquei só ouvindo.
Ele falava de situações que não são simples de acontecer; dicas de como prospectar clientes. Deu exemplo de um posto de gasolina. "Eu sempre abasteço no mesmo lugar. Compro na loja de conveniências. Proprietário de posto gasolina adora comprar imóveis. Se tu já é cliente fiel, falar com o dono é fácil. Ele não vai se negar falar com um cliente." Também citou restaurantes, da mesma forma, se é cliente, é fácil se aproximar do proprietário.
O rapaz que estava na ponta se irritou e questionou: "É para trabalhar com o que, afinal? Não disseram sobre a vaga." Então, o homem que falava foi direto ao ponto: "Eu tenho duas vagas para gerentes e quatro para consultores. Primeiro vocês vão vender, depois vou selecionar dois gerentes." Uma mulher ao fundo falou: "Vocês não pagam salário, só comissão, é isso?"  Hora da verdade.

A empresa só paga comissão. Ou seja, passagem e almoço saem do meu bolso. Plano Médico? Esquece. O que a empresa faz é treinar, ceder computadores, telefones para ligar. Caso não consiga clientes, a empresa oferece um mailing (Banco de dados com clientes potenciais). Mas não é só isso. Para trabalhar é preciso fazer um curso de TTI (Técnico em Transações Imobiliárias). Custa em torno de 1.800 reais. A empresa paga a metade do curso. Mais um detalhe: é preciso se inscrever no CRECI (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) e já pagar anuidade; um pouco mais de 200 reais. Então, para trabalhar na Lopes é preciso pagar. Pagar curso, pagar conselho, pagar almoço, pagar passagens. Se tu não vender o gerente chama: "O que está acontecendo? Tu não quer trabalhar?" Palavras do homem que fez a proposta, quando alguém não vende ou não comparece a empresa.
Depois que ele explicou tudo, no final fez o convite: "Vou chamar aqui a psicóloga para fazer um teste. Os que forem aprovados eu ligo. Quem não se interessar e quiser ir embora, sem problema." Eu e mais 3 pessoas levantaram. De 9 ficaram 5. Acreditaram numa fantasia. Além de pagar para trabalhar, ainda precisa fazer teste psicológico. A pior proposta que já ouvi na minha vida. Fui para parada de ônibus pensando nas bobagens que ouvi. Uma empresa que ganha milhões e milhões, não tem capacidade de pagar um fixo, VA e VR. Quanta exploração. Eu sou Administrador, sou formado, sei como funciona, mas insisto em erros "juvenis". Cheguei em casa e falei para minha mãe da proposta. Ela deu risada. Experiência.

Existem regras para uma entrevista. Saber o cargo, salário, benefícios, atividade que será desenvolvida. Pesquisar a empresa. Por que eu não fiz isso? Bom, eu tentei pesquisar a empresa, pequei no restante. A situação está tão difícil, que fiquei com medo de ser chato e acabar perdendo. Mas não adianta. É preciso questionar. Este texto é para tentar ajudar pessoas que possam cair nessa cilada. Assim, eu penso. Quanto vai gastar até conseguir vender? Se vender um imóvel de 300 mil, 5% é 15 mil. Almoço, passagens, curso, conselho... sem falar nas despesas de casa. Digamos que leve 3 meses para vender. Tem que pensar. É melhor ficar desempregado e sem dinheiro, do que pagar para trabalhar e gastar o que não tem. Quando alguém disser que imóvel é o melhor investimento, tome cuidado. Os melhores investimentos são aplicações que rendem juros. São diversos tipos de aplicações. Imóvel é bom, mas não é liquidez imediata. Se tua casa vale, digamos 200 mil reais, tu acha que tem este dinheiro disponível? Não, claro que não. Com certeza quem comprar vai querer dar entrada e parcelar o restante; tu não consegue pegar o dinheiro imediatamente. Este é o meu pensamento, alicerçado nas aulas de Economia e os muitos artigos que já li.
Tua opinião pode ser diferente da minha, afinal somos seres humanos. Respeito quem pensa diferente. Se acreditar que é fácil vender imóveis e ganhar muito dinheiro, o endereço da empresa está no texto. Vai até lá e peça uma oportunidade. Para mim não serve...


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