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sábado, 27 de dezembro de 2014

Meu acidente



Às vezes eu tento lembrar como tudo aconteceu. Mas é uma tentativa em vão. Meu acidente foi delatado da minha memória. Nenhuma recordação. Nada. O que eu gostaria de esquecer não consigo. Lembro perfeitamente como era jogar futebol com os amigos; jogar vídeo-game; jogar vólei; dançar pagode... Entre outros ritmos. Luzes brancas. Pessoas chorando ao meu redor. Minha mãe de um lado, do outro, meu irmão. Meu colega de trabalho, o Boca, acariciando meus cabelos e dizendo: "Fica bom logo, meu zagueiro. A gente te espera para o torneio." Era a Copa dos Jornaleiros, que eu estava escalado. É impossível esquecer as palavras da minha mãe, quando saí de casa para ir trabalhar: "Não vai de moto, filho. Espera aprender andar bem. Vai de ônibus." Eu não escutei ela. Eu só queria mostrar aos meus colegas de trabalho que havia conseguido conquistar meu sonho. Minha adorada moto. Mal sabia que meu sonho quase me mataria. Aliás, matou; parada cardíaca por 7 segundos. As pessoas me perguntam muito sobre o meu acidente. Vou contar o que aconteceu...
 No dia 04 de março de 2005, uma sexta-feira, fui até à Zero Hora pegar meu Vale Transporte. Após esta tarefa, o Maurício, vulgo Pateta, ficou de me levar na loja para pegar minha moto: Titan preta, 150 ES. A loja da Via-porto ficava na parada 44 de Alvorada. Ao descer da moto do Maurício, fiquei admirando minha nova aquisição. Meu sonho. Quando subi na moto e liguei ela, senti um prazer imenso, uma sensação impossível de descrever. O Maurício e eu andamos lado a lado na Avenida Getúlio Vargas. Na parada 46 nos despedimos e seguimos rumos diferentes; ele seguiu reto e eu dobrei para direta, pegando um atalho para loja Nice Modas, uma filial onde a dona era minha amiga. A Rochele me viu chegando. Sorrindo me cumprimentou, parabenizou pela moto. Conversamos um pouco, subi na moto e segui meu caminho. Eu queria muito chegar em casa, deitar e dormir; acordar às 04:00 da manhã todos os dias não é tarefa fácil; ser jornaleiro é um serviço que exige acordar cedo. Porém, agora de moto, finalmente trocaria de emprego. Ser frentista era meu próximo passo. Eu queria ser frentista...
Ao chegar em casa conversei com a minha mãe. A moto ficou estacionada na frente de casa. Tentei dormir. Tive pesadelos horríveis. Acordei suando frio. Seria um aviso? Deus nos envia avisos o tempo todo, ainda mais quando se trata de perigos eminentes. Não respeitei os sinais e esperei à noite cair; muitas emoções estavam por vim: minha primeira noite de moto. Encontrei meus amigos na casa do Eder (Este, infelizmente, não está mais entre nós), decidimos ir para Gravataí, curtir as festas que rolavam, os 'pegas' alucinantes e manobras inconscientes. De repente, algumas quadras da minha casa, em frente a padaria Makro Pão, parei a moto e businei para meus amigos. Quando eles voltaram, eu disse: "Não vou ir. Preciso acordar cedo para trabalhar. Deixa para próxima." Retornei para casa e guardei minha moto. O que vou escrever a partir de agora, são relatos dos meus colegas, das pessoas que estavam naquele momento. Como disse anteriormente, não recordo do meu acidente...
Meu acidente aconteceu às 06:00 da manhã do dia 05 de março de 2005. Eu peguei minha moto no dia anterior, às 16:00 horas da tarde. Ou seja, meu sonho não durou 24 horas. Durou tempo suficiente para mostrar aos meus colegas, para alguns amigos; levei o Daniel até a casa da irmã dele. Naquela manhã do dia 05, peguei meus jornais como de costume. Contudo. eu não queria simplesmente levar meus jornais até o ponto de venda; estava disposto a fazer um 'pega' com o Maurício. Era uma promessa; surrar ele. Quanta bobagem. Uma Titan 150, motor zero, contra uma Titan 97, motor amaciado. Loucura. Mesmo assim, sem noção do perigo e da minha inexperiência, corremos. Estávamos na Avenida Assis Brasil, o Maurício, o Shampoo e eu. Mas, correr mesmo, só o Maurício e eu. O Shampoo estava só acompanhando; ele viu tudo que aconteceu comigo. Quando chegou na curva que aconteceu meu acidente. Ali no IAPI, naquela curva antes de chegar no viaduto. Passando o Bourboun, sentido centro bairro. O certo era ter deitado a moto. Qualquer motoqueiro sabe disso. Não... Eu não sabia, e simplesmente virei o guidão da moto. Me perdi. Balancei de um lado para o outro, tentando equilibrar a moto. Eu estava em terceira. Ao invés de frear a moto e reduzir, só segurei a embreagem e comecei a frear. Deu certo. Todavia, cometi um erro fatal. Eu queria muito ganhar do Maurício: "Vou buscar esse louco." Não reparei que estava em terceira. Larguei a embreagem de soco e colei o punho. A moto do 0 foi para o 80 novamente, empinou, voou contra um poste de concreto. Eu subi por cima do guidão e dei de cara no poste. Os jornais voaram para todos os lados...
Meus colegas de trabalho entram em desespero. Quase cometeram uma fatalidade: tiraram meu capacete. Me colocaram sentado na calçada e chamavam meu nome. Eu só olhava e não respondia. Assim que a ambulância chegou, desmaiei. Na verdade, entrei em Coma. Minha situação pioraria no hospital. Não existia nenhuma possibilidade de sobreviver: 23 dias em Coma profundo; Clavícula direita quebrada; rompimento do Plexo Braquial; Pulmão direito perfurado; Pulmão esquerdo parou de funcionar; Traumatismo craniano; Infecção hospitalar generalizada; Parada cardíaca por 7 segundos. Os médicos sugeriram praticar eutanásia (desligar os aparelhos), mas minha mãe disse: "Enquanto ele respirar, tenho fé." Os médicos não davam nenhum tipo de esperança. Se sobrevivesse, ficaria cego, louco ou em estado vegetativo. Ou tudo junto. E eis que o milagre aconteceu. Apenas uma sequela: meu braço direito; nunca mais mexi, nem a mão. Quanta a minha cabeça, os médicos estavam certos, de certa forma. Minhas emoções se misturaram, devido a forte batida de cabeça. Eu nunca mais fui o mesmo. Que bom...
Escrever sobre o meu acidente é difícil, porque tenho muitas informações e recordações do dia 04 de março de 2005. Não escrevi sobre o Márcio, o irmão da Rochele, que é meu grande amigo. Ele andou na minha moto. Não escrevi sobre como deram a notícia para minha mãe: meu chefe e o Maurício vieram na minha casa avisar minha mãe sobre o acidente; disseram que eu havia caído e me machucado um pouco, que estava no hospital. Imaginem a reação da minha mãe ao chegar no hospital. Escrevi pouco, mas parece muito...


Fotos tiradas depois do meu acidente:
















  

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Alexandre - O Gestor



Não conheci no mercado de trabalho alguém que tenha o perfil semelhante ao do Alexandre. Um perfil, praticamente, exclusivo. Um senhor com mais de 40 anos de idade, cabelo grisalho, olhos castanhos e um sorriso cativante. Entretanto, com um senso de humor invejável, parece um garoto de 20 anos querendo chamar atenção de todo mundo, repleto de piadas prontas e disposto a zuar nos momentos mais críticos. Não posso dizer que é o melhor gestor que já atuei, pois estaria desmerecendo e ferindo egos que tanto me ajudaram ou ajudam. Sem dúvidas, o Alexandre está entre os melhores que conheço no mundo corporativo.  Ele iniciou sua carreira jovem, dedicando-se ao mundo das vendas. Trabalhou como vendedor de carros importados durante 1 ano e 6 meses, apenas para adquirir experiência na carteira. Ciente do que queria e viria à se tornar, trabalhou no banco Santander por 2 anos e meio, e 2 anos no Sicredi, onde  ampliou conhecimentos sobre economia, investimentos; o mercado como um todo. Ele me ensinou sobre técnicas de vendas, técnicas de posse e muitas coisas valorosas. Para ser sincero, ensina até os dias atuais, basta eu ligar ou enviar um email. O que quero escrever e demonstrar, é um valor que ele me passou durante uma cruzada num corredor. Antes de chegar as vias de fato, vou descrever como é o Alexandre. Na verdade, vou tentar...
Quando o Alexandre entrou na Venda Avulsa, em março de 2010, como coordenador da equipe de Jornaleiros de Porto Alegre, me pareceu um cara um tanto estranho. Nos primeiros contatos, estava sempre quieto no seu canto. Uma vez ou outra, entrava na área de Planejamento para conversar com meu gestor, o Fernando Contini. (Depois apelidou, carinhosamente, de frey Nando. Não me pergunte o por quê.) Conforme o tempo foi passando, ele começou a ficar mais, digamos assim, 'engraçadinho'. No momento da sua evolução na equipe, pensei comigo: "Por que contrataram esse cara? Ele é meio louco."  É impossível não rir perto dele. Tudo era motivo para dar risada. Às vezes meu gestor estava concentrado, focado em números e na busca de uma solução. Do nada o Alexandre chegava e perguntava: "Fernando, eu já te falei aquele piada do índio com a melhor memória do mundo? Não? Vou te contar, então." E assim por diante. É o cara que quebra o clima pesado, que descontraí e diverte os colegas. Por trás de inúmeras piadas de loiras, português, bêbado... Existia um homem muito, muito inteligente e com a cultura elevada. Não se engane com o Alexandre. Têm duas graduações e duas Pós, sendo uma delas em Gestão de Pessoas. Como ele mesmo diz, gosta de trabalhar num 'ambiente leve'. Este é o cara que pediu para eu ter calma, paciência, que me puxaria para a equipe dele. Já relatei em outros textos e artigos que eu não soube esperar, que atropelei tudo e enfiei os pés pelas mãos. Inexperiência. O André comentava: "Não sei da onde o Alexandre tira essas piadas. Deve ficar o dia todo catando na internet. Não é possível." Lógico que ele respondia. Sempre em tom debochado e muito divertido. É um cara sensacional. Frases dele marcante: "Não sou lagoa para refrescar bunda de pato." "Não me interessa se o pato é macho ou fêmea, eu quero que bote ovo" Enfim, o legado que ficou e é aplicado...
Certa vez eu estava indo almoçar e encontrei o Alexandre retornando para sala. Sorridente, me desejou um bom almoço. Curioso como sou, resolvi fazer uma pergunta: "Alexandre, me tira uma dúvida: Tu está sempre motivado?" A resposta dele foi curta. Mas entrou no meu coração e na minha mente, de tal maneira, que nunca mais esqueci. "Mateusinho, eu estou sempre motivado. O dia que eu me desmotivar, saio da empresa." Dito isso, virou as costas e seguiu seu rumo. Durante muito tempo fiquei pensando naquela resposta, naquele estilo de vida. Queria aplicar e não conseguia. Moral da historia: Trabalhei desmotivado por quase 1 ano. Fui embora da empresa sabendo que poderia fazer mais. Contudo, o que o Alexandre me ensinou, apliquei e aplico frequentemente; busco estar sempre motivado, independente da situação. No Correio do Povo, por um motivo ou outro, fiquei desmotivado. O que eu fiz? Pedi para ir embora. O gerente do RH solicitou minha permanência. Agradeci, peguei minhas coisas e parti. Mais recentemente, no Grupo Apisul, busquei outra oportunidade no mercado e saí. Eu entendi que pessoas desmotivadas não vão dar o seu melhor no ambiente de trabalho. Agora, toda vez que fico desmotivado, sem pensar duas vezes peço para ir embora. É o que todo profissional deve fazer. Um recado para meus amigos...
Se está desmotivado e acredita que a empresa não merece teu esforço, peça suas contas e vá em busca de novos desafios profissionais. Não permaneça numa empresa por amizades, fundo de garantia ou seja lá o que for. Não faça gracinha para a empresa te demitir: faltas, atrasos, atestados. Tudo isso só gera desgaste de ambos os lados. O verdadeiro profissional evita desgastes desnecessários, porque sabe que o mundo dá voltas e o amanhã é um eterno mistério. Já pensou se precisa retornar para empresa? Vai ser difícil readmitirem um mal funcionário. As amizades que se faz numa empresa, permanecem se forem verdadeiras. Sou bem recebido pelas empresas que já atuei; sou bem visto por ex colegas e gestores. É uma dica de quem já trabalhou desmotivado. Grande abraço ao Alexandre, que me ensinou a trabalhar sempre motivado. Desmotivado? É hora de ir embora...


Eis o Alexandre...



Andando de Rolimã com o Valtemar. É uma figura.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Tecnólogo - EAD



Eu escolhi mais que um Curso Superior que se enquadra no meu perfil. Escolhi uma modalidade que causa polêmica em diversos acadêmicos e não acadêmicos. Os Cursos de Tecnologia, aos poucos, estão começando a ser mais aceitos pelas empresas. Todavia, existe ainda muita contradição. Algumas pessoas conseguem, não sei como, confundir Tecnólogo com Técnico. A primeira coisa que precisamos aprender: Técnico é nível Médio; Tecnólogo é nível Superior. Ponto. Existem muitas lendas que as pessoas não sabem, mas julgam por verdade única e irrevogável. Mas não é bem assim. O método EAD é muito, muito contestado. Já ouvi pessoas dizendo que é fácil. Simples. Que nem se compara com o ensino presencial. Como acadêmico nesta modalidade, como Tecnólogo, defendo minha posição nos estudos, no mundo dos negócios. Está mais do que na hora de me posicionar sobre tais assuntos...
O que é mais fácil: Fazer uma prova com muitas dicas de um professor ou fazer uma prova apenas com o conhecimento adquirido? É mais fácil estudar em casa ou na sala de aula? Para ambas perguntas, a resposta é uma só: Depende do perfil do acadêmico. O que é injusto, é criticar sem conhecimento. Se EAD fosse 'fácil' como dizem, tenho certeza que o MEC (Ministério da Educação e da Cultura) não regularizava. É fácil chegar em casa, após um dia de trabalho exaustivo e começar a ler um livro técnico? É fácil ter que pesquisar por respostas, por termos desconhecidos? Deve ser fácil ter apenas uma aula presencial por semana para tirar dúvidas. Vai aprender sobre Demanda Agregada, Política Cambial, sem professor. É preciso força de vontade, dedicação. Quem estudou ou estuda na modalidade presencial, aplica muito a teoria do sofrimento, achando que, os que não passam por situações adversas, certamente não adquirem conhecimento. Como assim? Então, porque não vou para faculdade diariamente, quer dizer que não vou aprender sozinho? Para que existe internet? Quem estuda EAD nunca será inteligente? Sabe o que significa ser autodidata? Podem me criticar, dizer que é fácil EAD. Porém, na hora de aplicar o conhecimento, vamos ver quem aprendeu e quem só tem diploma.
Os Tecnólogos são profissionais preparados para o mercado de trabalho de forma mais rápida, mas com muitas técnicas. Os Bacharelados têm mais teorias, uma forma mais filosófica de enxergar e tratar os problemas. São eficazes, com certeza. Respeito. Mas exijo que a recíproca seja verdadeira. Sabia que, nos Estados Unidos da América, eles estudam cursos de Tecnologia desde 1970? (Pesquisa no Google esta informação, assim saberá como me sinto quando leio algo nos meus livros que não sei e tenho que entender.) O Steve Jobs era considerado um Tecnólogo em Marketing. Por que será, né? O Brasil é um país super atrasado, daí, quando chega algo inovador, os reacionários criticam de diversas maneiras. Mas nem todos. Existem muitos Bacharelados que respeitam os Tecnólogos, que entendem esta graduação. Boas pessoas para buscar informação, tirar dúvidas e, por que não, trocar conhecimentos. "Quem estuda Bacharelado sabe mais, porque estudaram mais tempo." Mito. Sim, estudaram mais. Precisaram estudar teoria de tudo. Sem falar em Religião, Filosofia, Sociologia... Matérias chamadas de caça-níquel, por não ensinarem praticamente nada de interessante. E tem outro detalhe muito importante: Eu vou demorar menos tempo e vou poder fazer Pós Graduação, igual qualquer Bacharel. Eu fiz uma escolha: Quero entender de negócios, não como se formou a sociedade, como os filósofos pensavam. Até porque, o mundo não é um parque de diversões e o mercado de trabalho é agressivo. Não tenho nada contra quem fez esta escolha. O conhecimento é infinito. Poderiam respeitar este senhor que vos escreve? Ou para ser um bom líder, entender de negócios, preciso saber teorias?
Encerrando este artigo/texto/desabafo, depende de como cada leitor vai interpretar, apenas quero dizer que tanto faz o tipo de graduação ou modalidade de estudo. Desde que saibam aplicar o conhecimento adquirido. No mínimo, que demonstrem que entendem do assunto. Demonstrar conhecimento, não é ficar no Facebook postando: "Estou na faculdade." "Aula maravilhosa." "Meu professor sabe muito." "Cheguei na faculdade." Para que? Quer mostrar para todo mundo que está na faculdade? Nada vale à pena se o conhecimento não for aplicado, se existir medo no momento de ajudar as pessoas. Tu estuda para que? Para ser mais um ou para ser diferente? Vai se basear na opinião alheia ou vai tirar as próprias conclusões? Escrevo o que penso, o que enxergo, baseado em debates, conversas paralelas que escuto em muitos lugares. Grande abraço aos Bacharelados e os acadêmicos da modalidade presencial. Eu gosto muito de vocês. De verdade. É por isso que estudo. leio e aplico meu conhecimento, para demonstrar que sou tão capaz quanto os senhores...



segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Atitudes de Gestor






O Fernando Contini é uma das pessoas que mais me ensinou sobre Administração. Ele é um homem família, apaixonado pela mulher e pela sua filha, a pequena Julia. Tudo que ele tentou me ensinar naquela época, eu não consegui aplicar. Os motivos são diversos, desde inexperiência até achar que estava acima do bem e do mal. Após quase 3 anos afastado, posso escrever sem medo e com total autonomia: Nunca vi ninguém mexer no Excel que nem ele. Só quem trabalha ou trabalhou com o Fernando sabe do que estou falando. Ele é um monstro quando se trata de raciocínio matemático; fórmulas no Excel. Toda vez que vou mexer no Excel, claro, lembro do meu ex líder. Basicamente sei mexer no Excel, talvez um dia, eu seja bom que nem ele. Enfim, certa vez ele usou uma fala comigo que nunca mais esqueci. É sobre esta fala dele que quero escrever. Tal fala me transformou num Gestor. Hoje sou um PCD respeitado no mercado...
 Quando eu trabalhava na Zero Hora, às vezes saíamos almoçar fora da empresa. Era uma tarde de Outono. O céu estava nublado e ventava sutilmente. Então, caminhando rumo à Pizzaria, a equipe ficou mais a frente, enquanto o Fernando e eu ficamos um pouco afastados. No caminho eu resmungava, reclamava do meu serviço. "O dia que eu for Gestor vou mudar. Daí sim, tu vai ver o que é dedicação, o que é mostrar trabalho. Enquanto este dia não chega, vou fazendo o básico." O Fernando me olhava, balançava a cabeça. Ameaçava um sorriso maroto. Quase debochado. Passado alguns instantes, finalmente ele falou: "Mateusinho, para ter atitudes de Gestor, tu não precisa ter um cargo de Gestão. Tu pode ser Gestor das tuas próprias atividades. Eu confio em ti, sei que tu entende de Cadastro melhor do que eu. Tu sabe os impactos que teu trabalho vai causar se houver falhas. Ninguém vai te dar um cargo de Gestão acreditando que tu vai melhorar. Tu vai ser Gestor, por ser bom no que tu faz e pela tua força de vontade. Só depende de ti..." Dito isso, eu não tinha mais qualquer tipo de argumento. Apenas me restou comer a pizza e me divertir com o restante da equipe. Óbvio que não consegui aplicar o aprendizado na equipe, porém, após encarar novos desafios profissionais, o que o Fernando me disse naquele dia, tomei como verdade única e passei a aplicar constantemente.
Eu parei de me preocupar com meu cargo e passei há ter mais atitude. É simples: Independente de ser Auxiliar Administrativo, Analista ou Operador de Cadastro, é preciso saber se posicionar, valorizar o trabalho e debater melhorias. Quando me tornei Gestor das minhas atividades, nunca mais fui um simples executor de tarefa. Existem muitos profissionais que têm cargo, mas se comportam como executores de tarefa. É o que mais têm no mercado. Pessoas executam tarefas sem nem ao menos saber o por quê estão executando. Entendi. Compreendi. A verdade é uma só: Dê o seu melhor hoje, agora. Não espere o dia de amanhã. Por um motivo ou outro, ainda não tive um cargo de Gestão. Mas estou me preparando há anos, acumulando experiências e aumentando minha visão. Um dia conquistarei um cargo de Gestão. Tenho certeza. Até este dia chegar, optei por ser o Gestor das minhas atividades. É muito bom. Um aprendizado do Fernando Contini, meu ex líder e amigo que cultivo desde 2008.
Antes de encerrar este texto, vale à pena ressaltar mais um aspecto sobre meu ex líder. Nosso contato é muito profissional, no entanto, ele jamais negou ajuda. Durante um período que estive desempregado, me passou orientações. Mesmo atuante no mercado, através de emails e contatos via fone, seguimos trocando informações. Ele poderia ter me virado as costas quando saí do Grupo RBS. Mas optou por seguir me orientando. Eu nem preciso agradecer por tudo que ele já fez ou faz por mim, porque já falei pessoalmente do meu carinho, admiração e respeito que tenho por ele. O Fernandinho... O Freinando!! Muitas historias. Eu sou Gestor das minhas atividades. Aprendi contigo...

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Obrigado, Grupo Apisul!



Me despedir do Grupo Apisul foi algo muito difícil. Foram 15 meses. Para alguns é um tempo curto; para outros, um tempo longo. Eu penso que foi um tempo de aprendizado, onde pude ver todas minhas forças e fraquezas; descobri que meu poder de resiliência é infinito. Para meus leitores que não sabem, o nome do blog tem tudo haver com o Grupo Apisul. A questão é bem simples. Durante uma fase complicada e muito contraditória, passei por situações diversas: do Cadastro para Central de Cópias; da Central de Cópias para o Administrativo; do Administrativo para Central de Cópias; da Central de Cópias para o Fiscal; do Fiscal para Central de Cópias. Depois de certo tempo, conheci o diretor do Cadastro, senhor Antunes, que me levou de volta para o Cadastro e permaneci até minha saída. Neste período fui chamado de guerreiro. As pessoas me chamavam de guerreiro pela minha força, por não desistir e seguir acreditando em dias melhores. Meu legado é muito grande para caber num discurso de despedida. Minha voz ficou tremula, tamanha emoção. Treinei em casa muitas vezes, mas não consegui falar tudo que eu queria. Chorei. Ganhei um presente especial: uma carta com assinatura dos meus, agora, ex colegas. A carta foi entregue num envelope, que tinha um pensamento do Sun Tzu. No final, um desenho feito pelo Pablo Peixoto, que é um grande artista nas horas vagas.  Antes de partir para meu novo desafio profissional, é preciso fazer uma série de agradecimentos, que não consegui realizar durante o meu discurso. Só quero agradecer. Estou saindo de cabeça erguida, e pela porta da frente...
Trabalhei tempo suficiente para ver pessoas queridas saindo da empresa, por N motivos. O Thiaguinho sempre foi sensacional, um moleque cheio de energia que, no auge da desmotivação, bateu de frente pelo certo e encarou o sistema. Nunca esquecerei dele, independente do lugar que eu estiver. Além do Thiaguinho, existiram outras pessoas especiais: Guilherme, Lucas, Almeida, Nathali, Luana Perdigão, Rihan, Marília... Entre outras pessoas que contribuíram muito na minha evolução. Não posso deixar de citar a dona Teresinha, que era para ser minha coordenadora, a pessoa responsável por mim. Talvez, unicamente talvez, ela não estivesse preparada para trabalhar com um PCD que nem eu: questionador, visionário e, como fiquei conhecido, um tanto cri-cri. Ela me limitou de certa forma, o que gerou desentendimentos entre nós. Entretanto, verdade seja dita: Quando me perdi e meu psicológico ficou fraco, ela me orientou e ajudou muito. Sou grato por tudo que aprendi com ela. Hoje ela é funcionária pública, exercendo uma função de acordo com seus estudos. Mais que um colega, um grande amigo: Ederson Bassani. Almoçávamos juntos, praticamente, todos os dias. Ele quem ouvia boa parte dos meus problemas. Mas nossa amizade não se limitava somente à problemas. Riamos bastante. Conversávamos diversos de assuntos. Um amigo que mora no meu coração. Não terei condições plenas de escrever sobre todas as pessoas que me ajudaram. Cito o Éder, porque todos sabem da nossa amizade. Eu precisaria de muitos parágrafos para escrever sobre o Diogo, Talles, Wagner, Paulinho, João, PC, Priscila, Carlos, Launi, Letícia, Emilson... Muitas pessoas. Mas deixo um abraço especial para o Gérson da Reguladora, que me incentivou e sempre acreditou que eu triunfaria. A Débora, também da Reguladora, além de me ouvir, outra pessoa que me incentivou muito. A pergunta marcante do Will, que atua no comercial: "Podia ser pior, né?" O cara sempre tentou me incentivar, independente da situação. Existem muitas pessoas que eu gostaria de escrever e agradecer. Quem sabe no meu futuro livro.
O senhor Antunes é um homem muito respeitado no mercado de seguros. Uma verdadeira fera que conhece todas as entradas e saídas dentro do processo de cadastro. Qualquer problema que acontecesse, ele sabia onde deveria atuar com mais força. Orienta com maestria os demais setores da empresa. Ele é corintiano. Legal, né? Enfim, ninguém é perfeito. (Risos.) Nunca vou esquecer quando o time dele ganhava: chegava feliz na empresa. E quando o Corinthians perdia? Culpa do juiz, claro. (Mais risos.) Ao senhor Antunes, mais do que meu respeito e admiração, deixo meu carinho. Por que? Porque ele me resgatou da Central de Cópias e delegou funções administrativas. Desenhou meu perfil profissional. Ninguém, absolutamente ninguém, jamais me deu uma função de acordo com o que gosto e sei fazer. O senhor Antunes... Toda vez que eu entrava em sua sala, as pessoas tinham 'certo medo'. O que acontecia naquela sala, era algo mais do que natural: Relatórios de Produtividade. Nosso assunto principal. Minha luta constante para defender melhorias para os operadores. Mais havia um grande empecilho: Eu ainda era um operador. Sem poder de execução. As pessoas vão questionar por muito tempo: "Por quê o diretor não deu um cargo para ele?" Ele até tentou, mas não conseguiu. Apesar de ser diretor, segue preso há inúmeras burocracias da empresa. Ele me fortaleceu psicologicamente. Percebi, de forma rápida, que as pessoas passaram a me respeitar mais. "Se o diretor acredita nele, com certeza deve ser bom." Acho que as pessoas pensaram isso. Ou não. Não faz diferença. Pensa num paulista gente boa. (Fora o senhor Antunes.) A resposta: Fábio Senna. Outra pessoa que precisa ganhar um destaque na minha despedida. Toda vez que nós conversávamos, ao vivo ou no ambiente virtual, ele repetia: "Você vai ser valorizado, no mercado interno ou externo. Tenha calma" Querido não só por mim, mas pela grande maioria. Quem conhece minha trajetória vai se perguntar: "Não vai escrever nada sobre o Cleiton?" Não. Deus fez o que tinha que ser feito. Só torço para ele ser um profissional mais humano, que busque compreender mais as pessoas. Ler livros ajudaria bastante. Desejo o melhor para ele. Perdoei nossas diferenças do passado. Gostaria de escrever e contar muitas historias. Mas preciso, finalmente, encerrar este parágrafo e agradecer de forma geral.
Quero agradecer pela paciência que tiveram comigo no decorrer da minha jornada pelo Grupo Apisul. Peço desculpas, caso tenha magoado alguém durante algum debate. Ou por alguma brincadeira. Não foi minha intenção magoar. Saio do Grupo de cabeça erguida, ciente que fiz meu melhor. Lógico que não tive 100% de aprovação. Ninguém consegue, nem Jesus Cristo conseguiu. Forte abraço aos guerreiros e guerreiras do Cadastro, que lutam incansavelmente por dias melhores. Aos colegas do Monitoramento, agradeço por cada sorriso, por aceitarem minha amizade. Principalmente, os que vi entrar na empresa. Satisfação gigante poder ver pessoas maravilhosas entrando e permanecendo no grupo. Aos gestores de outros setores, que conheci por atuar na Central de Cópias, agradeço pelo carinho e compreensão com que me trataram. Obrigado pelas fotos que tiraram comigo. As fotos eternizam momentos. Ao Diego, do Primavera, sentirei falta dos cafés que me foram servidos. Dos almoços de ótima qualidade, onde cortavam minha carne, salada... O que tivesse que cortar. Nunca esquecerei das muitas brincadeiras. Sorrisos. Mesmo quando eu estava triste. Uma hemorragia de prazer estar perto de pessoas agradáveis. Um beijo no coração do Diego, na família toda. O Thiago e o Serginho, amizades que fiz na Central de Cópias. Sem palavras. Acreditaram no meu trabalho, na minha força de vontade. Eu chegava dançando na Central de Cópias. O Serginho se matava rindo. "Aquela do passinho pra trás é foda!!" Dizia meu amigo. O Thiago, que foi incansável na divulgação do meu blog. Ele nunca admitiu, mas sei que ele enviou emails com o endereço do meu blog. Ele diz que é meu fã. Mas eu que sou fã desse garoto sensacional. Um homem de Deus. Eu amo todas as pessoas, mesmo aquelas que me negaram um sorriso, um oi. Não sei quem vai me perdoar por eventuais falhas, mas perdoo todos que me feriram por diversos motivos. Fiquem com Deus e sigam batalhando, afinal este é o meu legado: Lutar por dia melhores. Obrigado, Grupo Apisul.
Agora vou para meu desafio profissional em paz. Atuarei na Federação das Industrias do Estado do Rio Grande do Sul. (FIERGS) Vou trabalhar com meu ex professor e amigo, Leandro Iablonovski. Uma nova equipe, novos processos, novos conhecimentos. O primeiro dia, após assinar contrato, já mostrou-se bastante verdadeiro. Motivador. É uma equipe cheia de energia e conhecimento, com responsabilidades gigantes. Eu já sei o que fazer, e como fazer. As pessoas vão me conhecendo aos poucos. Devagar. Estou pronto e motivado para galgar atrás dos meus sonhos. Que Deus me ilumine e proteja...





sábado, 11 de outubro de 2014

Assalto ao Salomé



É muito triste ser assaltado. É horrível ver as pessoas sendo roubadas. E, pior ainda, é ver tudo isso acontecer dentro do ônibus. Nunca passei por tal situação. Aliás, nunca havia passado. Eu só queria chegar em casa, trocar de roupa e curtir minha internet. Mas nem sempre os planos que a gente faz acontecem. Era para ser uma sexta-feira normal, como tantas que já vivi. Ao passar do Triângulo e entrar na Baltazar de Oliveira Garcia, minha sorte começou a mudar. Quando o tiro aconteceu, rapidamente pensei no pior. Uma historia e tanto dentro do ônibus...
 Eu saí da faculdade às 21:30 e caminhei em direção à parada de ônibus. O centro de Porto Alegre é um tanto agitado na parte da noite, mas é um agito um tanto sinistro. Tudo bem, eu sei que só preciso caminhar sem olhar para os lados com muita frequência. Ao chegar na parada, o Salomé já estava encostado, quase arrancando. Como conheço o motorista, fiz sinal para esperar. Ele sorriu. Entrei e sentei no banco único. Ficamos conversando sobre a próxima volta dele, que se iniciaria às 22:35. Fiquei elogiando ele, sua velocidade e firmeza ao conduzir o ônibus. Tranquilo. O ônibus começou a encher. Algumas mulheres ficaram sentadas na frente, inclusive, 2 jovens (vulgo novinha). Por esse motivo, quando subiu uma mulher com uma deficiência na perna, nem pensei em ceder o lugar; uma das jovens deveria levantar, afinal, sou deficiente, também. E aconteceu exatamente isso. A mulher deficiente em questão, subiu na Baltazar de Oliveira Garcia. Umas 2 paradas depois, passei por uma situação que jamais imaginei, apenas ouvia falar...
Escutei um estouro super alto dentro do ônibus. O cobrador começou a falar para o motorista: "Pega a direita. Pega a direita." Meu primeiro pensamento foi que havia estourado o pneu. Entretanto, numa fração de segundos, descobri que não foi o pneu. Estavam assaltando o ônibus. Não somente o ônibus, mas também os passageiros. Tirei o celular do bolso e botei dentro da cueca. Rápido. Preciso. No entanto, eu estava voltando da faculdade, era dia de escrever uma redação. Portanto, dentro da minha mochila estava meu netbook. Na minha carteira tinha uns R$ 30,00, meu cartão de crédito, o cartão que recebo do banco, minha carteira de isenção e meu cartão que recebo meu benefício do INSS. Perder o celular não seria nada perto do netbook, cartões e documentos. Um dos assaltantes pulou a roleta e começou a ameaçar o motorista, caso ele não entrasse na rua a sua direita. O motorista falou: "O sinal está fechado. Tem carros vindo. Não tem como eu entrar. Espera um pouco que já entro." O assaltante estava na minha frente, com a arma em punho. Minha reação foi uma só: virei o rosto para rua e evitei olhar para ele. Se eu olhasse, certamente sobraria para mim. Ele notaria minha mochila. Ele estava muito nervoso; pedi para Deus me tornar invisível diante meus inimigos. Seus parceiros começaram a gritar: "Se o motora não entrar agora, atira na cabeça dele. Mata esse desgraçado." O assaltante mandou o motorista abrir a porta que ele faria sinal para os carros parar. Um dos carros quase bateu no ônibus. O motorista entrou na rua e andou alguns metros. O assaltante da frente gritou: "Pegaram tudo? Deu? Abre a porta motora. As duas. Agora vaza..."
Assim que o ônibus arrancou o motorista gritou: "Ninguém olha pra trás." A mulher que tem uma deficiência na perna começou a chorar. Mais do que chorar, tremeu o corpo... Estava tendo um ataque epilético. O motorista virou a quadra, manobrou como pode e parou na frente do Centro Vida, onde tem um posto da Brigada Militar. Os passageiros estavam em pânico. Desci do ônibus e acendi um cigarro. Fumei calmamente, feliz por não terem roubado nada de mim. Liguei para minha mãe, relatando pelo que havia passado. Reforcei que estava bem, só demoraria um pouco para chegar em casa. A mulher com deficiência na perna, que estava passando mal, foi retirada do ônibus e levada para atendimento. Sinceramente, eu perdi ela de vista. Estava chovendo, uma chuva fina. Leve. Passado uns 10 minutos, surgiram alguns policiais armados, perguntando sobre o ocorrido. Alguns passageiros atravessaram a rua e foram para parada, aguardar o próximo Salomé. Outros ficaram conversando, contando sobre o que perderam: Carteira, celular, dinheiro: uma das passageiras entregou R$ 100,00 que tinha no bolso. No meio das conversas, fiquei sabendo que eram 4 assaltantes. Detalhe: todos estavam armados. Uma noite horrível...
Não tem como saber quando, aonde ou que horas vamos sofrer um assalto. Contudo, é obrigação saber como agir. O primeiro e mais importante passo, é nunca reagir. Em hipótese alguma. Segundo: Evite olhar para o assaltante. Geralmente estão nervosos; um olhar pode intimidá-los e ser mal interpretado. Nada vale mais do que a vida. Melhor levar os anéis e ficarem os dedos, como diz minha mãe. Eu estava prestes a perder muitas coisas, inclusive meu trabalho da faculdade, que estava no netbook. Meus documentos já estava ciente da burocracia. Meu maior problema seria com o INSS. Mesmo assim, se pedissem, eu entregaria sem reclamar ou tentar argumentar. Deus é maior. Sabe o que faz. Espero que ninguém passe pelo que passei. Caso passe, saiba como agir...




quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Vai estudar!!



Existem mil e uma desculpas para não estudar. Ou se impõem algumas condições para iniciar os estudos. Algumas coisas que já ouvi por aí: "Só vou estudar quando ganhar mais." Primeiro vou comprar um carro, daí posso ir para faculdade sem depender de ônibus." "Vou participar do próximo vestibular." "Ainda não é o momento, nem vejo necessidade." A vida passa numa velocidade incrível. As oportunidades, também. Afinal, por que devemos entrar numa faculdade? Mas não basta simplesmente 'entrar' na faculdade, é precisa aprender e aplicar. Escreverei um pouco da minha trajetória nos estudos, por que comecei a estudar e não parei mais. Minha intenção é morrer estudando...
Quando eu trabalhava na Zero Hora fiz uma analise das pessoas que estavam ao meu redor. Percebi que, além de serem grandes gestores, tinham níveis elevados de estudos: no mínimo, estudando curso de graduação. Pessoas inteligentes, que entendiam não somente os processos que estavam envolvidas, mas o mercado como um todo; uma visão estratégica. Eu? Apenas 2º grau completo, com dificuldade de entender uma série de assuntos que ouvia durante o dia. Todos me incentivavam, davam exemplos de como vale à pena estudar. Um dia entrou um colaborador novo na equipe, inclusive, ensinei para ele algumas tarefas que eu realizava. Passado alguns dias, questionei meu gestor por que o fulano que acabará de entrar ganharia mais do que eu. A resposta do meu gestor jamais esqueci: "O que tu sabe ele aprende em alguns meses. O que ele sabe, tu só vai aprender estudando." Nunca mais questionei sobre salário. Uns 2 anos depois saí da empresa, cursando Técnico em Administração. Minha visão, alinhada com a experiência, já havia mudado bastante. Passei a observar as empresas como um todo...
As pessoas estão presas numa empresa ou setor por falta de visão, por não saber como agir, como criar um novo processo. Sabem que o mercado é exigente, que sem graduação fica difícil conseguir um bom salário, uma boa posição. Ficam dependentes de seus gestores, recebendo ordens e executando, sem buscar entender o por quê. Na minha carreira, que não é muita extensa, já conheci muitos gestores. Existem aqueles que querem humilhar seus subordinados, para se sentirem melhor; gestores com boas intenções, mas que não sabem como impôr suas ideias; gestores sem nenhum tipo de conhecimento sobre como tratar a equipe; gestores que cuidavam apenas de amigos. Acompanhei inúmeras situações absurdas.  Nada pude fazer, porque nunca tive cargo de gestão. Mesmo assim, apesar de conhecer muitas pessoas despreparadas, não desisti de estudar. Um dia conquistarei meu espaço...
As melhores oportunidades aparecem para quem estuda. Estude e aumente sua visão sobre os processos existentes. Tire a massa cinzenta do cérebro e preencha com massa crítica. Conheça novos profissionais, aumente sua Rede de Networking. Pare de arranjar desculpas para não estudar. Se comprar um carro, daí que não estuda mesmo: além da prestação, terás que gastar com manutenção; o custo é alto. Se tu ainda não enxerga necessidade de estudar, é porque está na zona de conforto e tem medo de sair. A zona de conforto é, de fato, muito agradável, mas existe um mundo de oportunidades te esperando. Não tenha medo de investir em conhecimento, pois é um bem que não deprecia nunca. Estude e faça parte da estratégia da empresa, do nível tático. Saia do operacional e bote em prática todo conhecimento que tens; almeje voos maiores. Não é errado ter sede de conhecimento. Errado é achar que sabe tudo; errado é debochar de ideias novas; errado é puxar saco de gestor para ganhar cargo; errado é ser chefe ao invés de líder...
Para quem não tem dinheiro e gostaria de entrar para faculdade, indico os cursos EAD. É bom. Muito bom. Eu estudo nesta modalidade e estou aprendendo cada vez mais. Antigamente eu procurava pretextos para não estudar. Perdi muito tempo. Não existe investimento maior. É agradável saber conversar, saber trocar informações. Futuramente escreverei um artigo sobre cursos EAD...






terça-feira, 2 de setembro de 2014

A primeira viagem



Existem algumas coisas banais que todo mundo já fez. Pode parecer mentira, mas muitas coisas eu nunca fiz. Conversando sobre coisas que nunca fiz, meu colega de trabalho e amigo Douglas me fez um convite. Após muitas risadas, anunciou aos meus colegas presentes: "Vou levar esse guri dar uma volta." Eu estava sorrindo. Eufórico. Quando chegou às 18:00 horas, desliguei meu computador e peguei minha bolsa. Caminhei lentamente junto com o Douglas, que se divertia com aquela situação. Ele marcou minha vida, me levando conhecer um lugar que muitos conhecem. Mas eu não conhecia. Que felicidade ao chegar lá...
O Douglas é mais novo que eu, uma diferença mínima de idade. Ele é negro, estatura média, gordinho (chamo ele de bolo fofo). Sambista, conhecedor da noite, muito simpático e querido por todos. Encontrou seu grande amor, motivo de orgulho. Fala constantemente sobre como trata sua amada e de como é tratado. Sorriso puro e sincero. Um amigo para vida toda. Ele se encantou ao saber que eu nunca havia andado de trem. Esfregou as mãos algumas vezes, olhou-me nos olhos, sorrindo, me convidou, fez questão que eu fosse com ele até o centro de Porto Alegre de trem, afinal, precisava ir à faculdade buscar uma prova. Eu poderia ter dado uma desculpa qualquer e me esquivar, mas considerei importante demonstrar ao colega o quanto estimo sua companhia e não exitei em aceitar o convite prontamente. E lá vamos nós...
Atravessamos a rua e caminhamos em direção à Avenida Farrapos. No caminho conversamos diversos assuntos, desde profissional ao particular. Passamos em frente há uma churrascaria famosa de Porto Alegre: Churrascaria Braseiro. O Douglas falava de como é caro almoçar ali, mostrando os carros estacionados na frente; carros do ano, importados. Rapidamente me lembrei do que aconteceu na churrascaria Laçador e eliminei qualquer possibilidade de almoçar no Braseiro. Cruzamos à Avenida Sertório e chegamos na estação de trem. Inúmeras pessoas atravessavam a roleta. Sinceramente, eu não sabia o que fazer. O Douglas mandou encostar o cartão Tri e passar. Quando passei para o outro lado, um mundo distinto diante meus olhos. As pessoas caminhavam depressa. Ao chegar na escada rolante, havia uma multidão. Então, calmamente me posicionei do lado esquerdo, onde conseguia me segurar e subi. A plataforma tinha uma vista linda...
O trem não demorou muito para chegar. Adorei estar naquele lugar; parecia uma criança olhando tudo ao redor. Quanta emoção. O Douglas me olhava e falava: "E aí, Mateusinho, o que está achando? O governo deveria investir mais nos trens. É um meio de transporte rápido, que não pega nenhum tipo de tranqueira." Concordei com os comentários. Em menos de 10 minutos já estávamos no centro. Desci sem saber o certo para onde ir, apenas acompanhei meu amigo. Muito legal. Show de bola. Passado alguns dias, o Douglas me proporcionou outro prazer. Algo que nunca nem sonhei botar os pés. E, mais uma vez, andei de trem. No retorno andei sozinho. O Douglas é um amigo que jamais esquecerei. Um amigo que conquistou seu espaço no meu coração...

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Churrascaria Laçador



Eu sempre nutri certa curiosidade em almoçar na Churrascaria do Laçador. Acreditei que fosse caro, muito caro para alguém que não vivi de aparências. Num final de tarde, conversando com uma colega de trabalho na parada, ela disse que não era caro almoçar lá; em torno de R$ 22,00 mais ou menos. O que, só isso? Não posso perder esta chance... Assim que entrar meu VR vou matar minha curiosidade. Lógico que não iria sozinho, convidei meu grande amigo Éder. Entretanto, logo que entramos no Laçador, nos fizeram uma pergunta muito constrangedora. Eu estava cheio de adrenalina, nem dei muita bola. O Éder olhou atravessado e questionou: "Como assim?" Sinceramente, não pretendo voltar tão cedo ao Laçador. Olha só o que aconteceu...
"Dois lugares para o casal?" Se eu estivesse, digamos assim, menos bobo e mais ligado, mandaria aquele cara tomar num copo sujo. O Éder questionou, pois não estava tão eufórico: "Como assim, cara?" O garçom (não tenho certeza se era garçom) apenas respondeu: "Nunca se sabe, né?" Que situação. Ele nos encaminhou para 2 lugares, numa parte bem afastada e no canto. Resolvi perguntar sobre preços, como funcionava o restaurante. " É bife livre e grelhado? R$ 19,00. Se forem querer espeto corrido, é R$ 49,00." Melhor deixar o espeto corrido para outra hora, vamos comer um grelhado que é melhor. Caminhas pelo bife e nos servimos. É bom ressaltar, que o bife é maravilhoso. Ótimo. Quando entrei na fila para escolher quais carnes comer, lembrei de algo terrível: Não sei nome de carne apenas olhando. Ao chegar minha vez de pedir, perguntei os tipos de carnes. Não gostei da resposta: "Escolhe rapidinho que a fila tá cheia." Quando ouvi esta resposta, já fiquei com vontade de largar o prato e sair do ambiente; quanta grosseria... Péssimo atendimento...
Almoçamos tranquilamente. Entretanto, o clima ficou pesado. Não conseguimos conversar como de costume. Nitidamente que o Éder estava se sentido deslocado. Mal. Eu estava na mesma condição, pensando que o almoço dos meus sonhos foi uma grande decepção. O máximo que conversamos, foi sobre a comida, sobre o ambiente. E só. O Éder comeu pouco. Eu levantei e fui me servir de carne mais duas vezes. Desta vez, melhor atendido, já que não existia fila. Mesmo assim, não esqueci da falta de educação. Nos levantamos, pagamos a conta e saímos. No caminho de volta para empresa, ainda paramos numa loja que restaura motos. Observamos. Depois, mais uma breve parada para ver os instrumentos musicais. E para não quebrar nossa rotina, ficamos um pouco na praça. Queria convidar o Éder para conhecer outras churrascarias. Que tal ir no Freio de Ouro? Mil vezes melhor que o Laçador. Ravena? Também é melhor. Mais uma outra dúvida ficou na minha mente...
Por que o cara perguntou se éramos um casal? Qual de nós 2 estávamos transparecendo ser homossexual? Sinceramente, estávamos arrumados normalmente: O Éder usava calça jeans, sapato e um casaco; eu, de calça social, sapato e blusão de lã. Tudo dentro da normalidade. Um casal? Por que? Não posso dizer que nunca mais vou pisar no Laçador, mas não faço questão. Atendimento péssimo. Ridículo. E, para piorar tudo, ainda chama meu amigo e eu de casal? Inaceitável. Quanta loucura...

Foto retirada do Google...

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Patriotismo



Estamos em ano de Copa do Mundo. A grande maioria dos brasileiros acha que é patriota por torcer pela Seleção Brasileira. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Gostar de futebol, torcer pelo Brasil ser hexacampeão, é algo que nada tem haver com patriotismo. Este senhor que vos escreve, é apaixonado por futebol, por estratégias que existem dentro de campo. Mas, para ser sincero, torço contra a Seleção Brasileira, que tem um time midiático, sem nenhum tipo de formação. Não me agrada ser dependente de um moleque de 22 anos que ganha milhões e milhões através de publicidade. Um time que não treina, apenas conta com a sorte. Estou mentindo? Basta reparar no gol que o Brasil levou contra o Chile: O Hulk não conseguiu passar a bola para um companheiro. Desde 2010 não torço pela Seleção. Mas acompanho tudo que acontece no meu país, estou atento as alianças políticas que acontecem. O que é ser patriota?...
Ser patriota é amar o país que vive, buscar melhorias constantemente, escolher os governantes corretamente; se manifestar quando houver incoerências. Ser patriota está muito além do futebol. O futebol é uma forma de fazer as pessoas acreditarem que são patriotas. Patriota é quem vota consciente, não por favores, por cargos ou dinheiro. Ser patriota é pensar no país como um todo, não somente no próprio bem estar. Ser patriota está no jeito de pensar e agir, lutando todas as vezes que reparar irregularidades. Brasileiro patriota? Só quando a Seleção Brasileira está em campo, daí são tomados por um orgulho extremo, um sentimento incontrolável. Quando acontece algum escândalo político, raramente alguém faz alguma coisa, há não ser piada; ficam reclamando que político não presta, que todos roubam. Então, onde está o tal patriotismo? Por acaso, pesquisa sobre os candidatos, para saber sobre suas intenções e seu passado? Não, claro que não. Mas está atento aos próximos adversários da Seleção, né? E pensa que é patriota? Vai votar na Dilma? Pesquisa sobre ela e suas ações. Não somente ela, mas nos concorrentes. Assim, tu vai começar a querer um país melhor, vai ser patriota de verdade...
Faz muitos anos que a Seleção Brasileira não tem um time talentoso. Como vou torcer por uma Seleção onde os centroavantes são Fred e Jô? Como vou torcer pelo Daniel Alves, um lateral que vai para um lado e outro, e não sabe cruzar. E tenho que torcer porque sou patriota? Por favor, raciocinem mais, saiam deste Modelo Mental sem sentido. O Brasil pode ganhar a Copa do Mundo, por que não? Afinal temos o talentoso Neymar, que faz jogadas mágicas contra adversários fracos. Entretanto, se o time é forte, ele dá uma sumida de campo. Confesso que vejo evolução nas entrevistas; está se tornando mais maduro. Sabe por que ele chorou após ter acabado o jogo? Ele sentiu a pressão que carrega. Se o Brasil não se classificasse, a responsabilidade cairia sobre ele; de herói a vilão. A única certeza que carrego, é que ser patriota não é torcer pela Seleção Brasileira. Um dia as pessoas vão ser patriotas de verdade...
Torcer pela Seleção Brasileira é uma escolha. Se faz tua parte por um país melhor, com mais educação, saúde e segurança, com certeza está sendo patriota. Tens meu respeito se torce pela Seleção e se julga patriota. Perfeito. O que não vale, é achar que só torcendo pela seleção é patriotismo. Não é. Se enxergar bem, verás que política e futebol caminham lado a lado. Torço contra a Seleção não por odiar meu país. Apenas acredito que existem Seleções mais preparadas, que treinaram mais. Posso estar errado, mas tenho minhas convicções para dar credibilidade ao que escrevo. Respeito os torcedores, mas não acho certo querer ser patriota só porque torce pela Seleção...

  

terça-feira, 3 de junho de 2014

A pior segunda-feira



Madrugada de sábado para domingo, mais de 02:00 da manhã. Eu estava pesquisando sobre aplicativos para meu Smartphone. Cada vez que encontrava um aplicativo interessante, abria meu face e deixava uma mensagem para Camila, minha namorada querida; usaria a internet dela para baixar os aplicativos. Entre um copia e cola, e outro, eis que me chamam no bate papo. Fiquei muito surpreso: quem me chamaria de madrugada? A Camila estava acordada? Mas ela dorme cedo! Era meu colega de trabalho, trazendo uma notícia nada agradável. Eu queria que fosse mentira. Não só eu, mas todos colegas do Cadastro...
"Tu sabe da Lamone?" Não vi nenhuma maldade na pergunta. Apenas respondi: "Não sei. Não tenho ele no face." O que ele me disse segundos depois, fez meu coração acelerar... Fiquei sem reação. "Ela faleceu." Que? Não é possível, tem que ser brincadeira. O Launi disse que, infelizmente, ela sofrerá uma parada respiratória. Imediatamente chamei a Janice, que estava conversando com meu colega. Questionei logo: "Me diz que o Launi está brincando. Diz que está tudo bem." Ela ratificou tudo que o Launi havia dito anteriormente. Meus olhos se encheram de lágrimas. Que vida injusta. Muito, muito cruel. Não posso ser hipócrita para dizer que éramos grandes amigos, mas ela sempre me tratou bem, com aquele sorriso lindo que ficará na memória de todos. Uma menina, uma mulher, dona de casa e mãe, apesar de ser jovem: 23 anos. A segunda-feira seria péssima...
Ao chegar na empresa, como de costume, fumei meu cigarro calmamente. Alguns minutos depois, o coordenador Diogo chegou, cabisbaixo, apenas acenou em minha direção; era nítido que estava abalado. Eu sabia o clima que encontraria assim que chegasse no setor. Observei o Éder atravessar a rua e caminhar onde eu estava. Conversamos um pouco, toquei meu cigarro fora e subimos. Após sairmos do elevador e entrarmos na sala, o Éder foi para seu setor e eu para o meu. Uma cena marcante: A Jéssica abraçando a Fernanda, e juntas chorando copiosamente. Silêncio. Simplesmente, silêncio. Olhos vermelhos, semblantes sérios, como se esperassem alguém que não mais viria.  O sentimento existente no ambiente tomou conta de todos. Neste dia não houve piadas, brincadeiras... Nem um único sorriso. Cobranças referente ao trabalho, também não existiram. Um grande choque para todos, que jamais imaginavam uma perca deste tamanho. Mais ou menos às 16:00 horas, os coordenadores ordenaram que a operação parasse. Ficamos todos unidos na sala, ouvindo uma breve oratória sobre nossa perca. Damos as mãos e escutamos nosso coordenador Talles, que é Cristão, orar pela Lamone. Depois rezamos um pai nosso. Um momento que ficará para sempre no meu coração...
A Lamone deixou um legado. Paz, alegria, persistência; lutou para ser Técnico 2, e conseguiu. O legado que deixaste, além das palavras anteriores, reforçou uma teoria minha, que busco aplicar constantemente: dizer mais vezes o quanto as pessoas são importantes. Amar mais vezes, ao invés de de sentir inveja ou outro sentimento negativo. O amanhã pertence a Deus, a vida é muito curta; nunca saberemos nosso futuro. O Cadastro nunca mais será o mesmo, sempre faltará alguma coisa. Vamos seguir nossas vidas sorrindo, pois é a melhor forma de lembrar dela, do que ela significou e representa nos nossos corações. Lamonier, como diria o Gustavo, apelido carinhoso que marcou as muitas tardes divertidas. Que ela descanse em paz, que esteja num plano melhor, onde nos encontraremos novamente, um dia, cedo ou tarde. Lamone eterna...



segunda-feira, 12 de maio de 2014

O Ônibus lotado



Precisei tratar assuntos profissionais após encerrar minha jornada de trabalho. Depois de tudo resolvido, peguei minha bolsa e caminhei em direção ao elevador. Apertei o botão para descer e aguardei. Meu colega João desceu comigo, conversando, me escutando falar do quanto estou feliz com meu desempenho profissional. Nos despedimos e seguimos rumos diferentes. Pensei no quanto minha sorte mudou, no quanto Deus está sendo fiel, após passar por tamanha tempestade. A sinaleira estava fechada, atravessei a rua e cheguei na 3º perimetral, uma antes da Avenida Cairú. Encontrei meu amigo de sempre, o Jaderson (chamo ele de mano), e ficamos conversando, junto com seus colegas de trabalho, esperando o ônibus...
O horário do ônibus Salomé é muito escasso; é deprimente ver tantos outros ônibus passar. Geralmente, se não houver problemas, o ônibus chega as 18:30, 18:40, no máximo. Nesse dia não foi diferente dos demais. Quando o ônibus chegou, inúmeras pessoas começaram a subir. E o fiscal fez seu discurso rotineiro: "Só mais um degrau. O cartão na mão, encostado na roleta. Só mais um degrau..." Como se as pessoas fossem subir no ônibus mais rápido, só porque está falando. Por ser deficiente físico, eu poderia passar na frente e subir antes no ônibus, achar um lugar e sentar. Mas não fiz isso, preferi seguir a fila e contar com a 'sorte'. Infelizmente, a 'sorte' não estava do meu lado; ao subir, percebi que teria que ficar em pé. Fazer o que? Pedir para alguém levantar? Até que não seria má ideia, entretanto, as pessoas estão cansadas, trabalharam tanto ou mais do que eu...
Não seria justo pedir lugar. Fiquei próximo de uma moça que conheço de vista; treina na mesma academia. Nós nunca conversamos, nem mesmo um simples oi. Então, optei por ficar calado ao seu lado. O ônibus começou a encher, encher, encher e encher. Com os fones de ouvido permanecia no meu mundo, curtindo as batidas eletrônicas. O ônibus parou, não sei exatidar em qual parada, e um mar de gente tentou subir. Daí, algumas pessoas alegavam que não tinha mais espaço; outras tentavam passar para trás. O motorista pediu para os passageiros colaborarem e ir para o fundo do ônibus; revolta e indignação. Na verdade, ele estava vendo pela câmera que era possível passar para trás. Neste momento sigo em pé, concentrado. Após ele arrancar, com pessoas grudadas na porta, a viagem transcorreu tranquila.  Mas algo chamou minha atenção, logo na primeira parada de Alvorada...
Uma voz feminina anunciou ao cobrador: "Vou descer na próxima, passa meu cartão, aí!!" Um inicio de discussão, pessoas reclamando. "Porque não pega outro ônibus? Tinha que ser Salomé lotado, para descer na 43?" (Para quem não sabe, a parada 43 fica bem no começo de Alvorada, onde inúmeros ônibus passam: Alvorada, Passo da Figueira, Vila Elza, São Pedro... Entre outros.) Retirei meus fones e fiquei atento. A moça estava na porta, totalmente abarrotada pelos demais passageiros. E não estava sozinha, havia uma outra mulher junto com ela. Ao descerem na 43, olharam para o ônibus com cara de deboche. Olhei todo aquele movimento e balancei a cabeça de forma negativa, pensando mil coisas. Atrás de mim tinha uma loira, que fez um comentário: "O pessoal vai querer me matar, vou descer na 48." Ao contrário do que ela pensou, o pessoal foi recíproco e abriu espaço. Ao invés de subir no ônibus e passar para parte de trás, as pessoas têm mania de ficar na frente ou no meio do ônibus; parece que está lotado, mas, na maioria das vezes, não está. O ônibus começou a esvaziar. Desci na minha parada, acompanhado do meu amigo. Ao chegar em casa, o pensamento era um só...
As pessoas perderam a vontade de ajudar o próximo, importam-se apenas com seu próprio bem estar. É uma triste realidade; cada um por si, Deus por todos. Sabe quando o país vai mudar? O dia que investirem bilhões em educação... Bilhões e bilhões. Caso contrário, a ética não vai existir; a malandragem vai imperar. E qual é a malandragem do brasileiro? Tirar vantagem em cima dos outros, aproveitar-se do fraco. É apenas um ônibus lotado, né? Mais fácil subir no primeiro que vier do que esperar o correto que passa na minha parada. É assim que funciona, infelizmente. Todos os dias encaro a mesma situação e, por incrível que pareça, os mesmos personagens; o mesmo tumulto no meio do ônibus ou na frente. Não há muito o que fazer. As pessoas deveriam ajudar umas as outras, e juntas, buscar melhorias...




quinta-feira, 10 de abril de 2014

Saudade dos tempos de colégio



Nos tempos de colégio meu pensamento era único: "Não vejo à hora de terminar os estudos." Quando estava chegando perto de acabar o ensino médio (terminei após meu acidente), percebi que não eram só os estudos que chegariam ao fim: deixaria de ver muitos colegas. E, depois que entrei no mercado de trabalho, descobri que os estudos não terminam nunca. Sinto saudade dos meus primeiros colegas. Alguns tenho contato até hoje, outros nunca mais vi. Uma doce recordação...
Batia o sinal para o recreio e nos reuníamos: Thiago, Michael, Robson, Marcelo, Vinicius, Fernando; Tati, Letícia, Bruna, Andressa, Ana Paula, Zam... Entre outros ex colegas que não recordo o nome. Ficávamos em cima de um boeiro que havia quase no meio do pátio; muitas risadas, brincadeiras... Fazendo planos sobre a próxima festa, que, geralmente, seria na casa da Tati. Após o término do recreio, alguns retornavam para sala de aula. Ao ver alguma turma jogando futebol na quadra, o desejo de jogar falava mais alto; daí aparecia a Arlete (Esta já faleceu, infelizmente), xingando e mandando ir para sala. Tempo bom. Na época, todos nós regulávamos de idade: a faixa era 15 anos; alguns mais novos. Uma fase sensacional, impossível esquecer. Nossas festas eram especiais...
Os pais da Tati sempre nos receberam muito bem; cuidavam para ninguém se passar nas festas. As músicas daquele tempo eram mais dançantes. Sim, dançante. Nós fazíamos os famosos 'passinhos'; hoje em dia ninguém faz. Dependendo da música, era 2 para cá, 2 para lá... giro para um lado, giro para o outro... rebola daqui e dali; todos no mesmo ritmo: lindo demais. Recordo que ninguém dava muita bola para roupas de marcas. O importante, de verdade, era dançar e curtir. As festas, normalmente, acabavam em torno de 02:00 ou 03:00 horas da manhã. Cedo ou tarde cansávamos; não havia mais 'passinhos' para fazer. Aos poucos as pessoas sentavam-se. De repente... Um começava a se despedir e partia. Quando menos esperávamos, havia apenas meia duzia de gatos pingados. Na segunda-feira, no recreio, novamente nos reuníamos e debatíamos os acontecimentos da última festa. Ao lembrar desse tempo, reparar que faz muitos anos, percebo que estou envelhecendo e guardando boas recordações...
Sei que hoje em dia é tudo muito diferente. O que destaco, sem dúvidas, é a facilidade de comunicação. Quando eu tinha 15 anos, minha comunicação acontecia pelo celular; na maioria das vezes através do telefone residencial. Agora temos acesso ilimitado à internet. Podemos acessar redes sociais de qualquer lugar: Smartphone, Tablet, Notebook... Mesmo assim, parece que o sentimento é o mesmo: "Não vejo à hora de terminar os estudos." Prepare-se para uma grande surpresa. Caso as lágrimas caírem do teu rosto, não se assuste. Garanto que é normal. Diferente do meu tempo, poderás manter contato com pessoas queridas, saber como elas estão. Só espero que entenda, de uma vez por todas: Os estudos nunca terminam. Desejo que se torne um PHD. Se chegar em tal nível, perceberás que será necessário retornar e começar uma nova faculdade. Por que? Porque o mundo não para, e os conhecimentos novos de hoje, são os velhos de amanhã. Curta bastante, procure dançar mais vezes. Para um dia poder olhar para trás e dizer: "Eu me diverti muito. Que tempo bom..."


Tentei achar no Google fotos do antigo colégio que estudei. Como ele foi reformado, achei melhor não postar fotos novas, pois não teria a mesma emoção. Este texto foi sugerido pela minha grande amiga Tati. Agradeço por todas as festas que participei na tua casa. Foram de grande aprendizado...

terça-feira, 8 de abril de 2014

Marketing de Relacionamento vs Puxa-saco



Toda empresa têm um puxa-saco. Aquele que está sempre tentando agradar o chefe ou a liderança da equipe. Concorda com tudo que é proposto; é excelente na execução de tarefas. O Puxa-saco acredita que vai subir na empresa apenas fazendo o que mandam e agradando há quem é subordinado. Assim como existe o Puxa-saco, tem quem prática Marketing de Relacionamento: quem conversa com (quase) todos; desde o pessoal dos serviços gerais, até a alta direção. Carrega grandes informações. Porém, existem diferenças entre um e outro...
O Puxa-saco é burro. Podem reparar: está preso num Modelo Mental; é inseguro; críticas aos demais colegas; a empresa é a melhor, mesmo que atrase seu salário; não pensa em ninguém, apenas em si. O Puxa-saco destrata seus colegas, mas trata seus superiores com muito carinho e atenção. E, na maioria dos casos, está desinformado de acontecimentos externos; não acompanha as noticias do dia a dia. Contudo, quando algo vai acontecer com seus superiores, é o primeiro a defender com unhas e dentes. O Puxa-saco é um bandido disfarçado: cedo ou tarde vai querer o cargo de alguém. Assim que houver uma chance, tentará derrubar seus próprios superiores. Entretanto, por ser fraco, por não saber montar estratégias, torna-se inofensivo. Facilmente é eliminado, pois não busca qualificação profissional, nem tenta entender os processos...
Quem prática Marketing de Relacionamento é facilmente confundido com Puxa-saco. Quem prática tal Marketing, está longe de ser burro; entende o valor que as pessoas têm para seu crescimento. Ao contrário do que a maioria pensa, está buscando constantemente evolução, falando sobre plano de melhorias, visando o bem estar dos colegas. Não tem medo de falar, independente da hierarquia; confia nos seus instintos. Um dos grandes segredos para adquirir poder: delegue poder e receberás o poder em dobro. Não adianta agradar superiores, é preciso demonstrar que entende de negócios e só precisa de uma chance para subir na empresa. Diferente do Puxa-saco, sabe quando deve se manter calado, observando os movimentos ao seu redor...
Eu jurei que ele era um Puxa-saco como tantos outros que conheci. Tudo que falavam ele dava palpite, estava sempre disposto a concordar com superiores. Até quando o assunto era música, dava um jeito de agradar. Cara totalmente sem noção. Na época, sem nenhuma chance de combate, analisei seus passos. Eu não tinha capacidade de escrever de forma clara, que chamasse atenção. Mal sabia interpretar os emails que recebia. Ou seja: Analfabeto-funcional. O tempo passou e calou-me. Quem eu julguei ser Puxa-saco, na verdade criou uma rede de relações, através de um Marketing bem desenvolvido. Burro? Não, lógico que não; sabia (e sabe) mexer no Excel como poucos; muitas pessoas vinham tirar dúvidas com ele. Muito, muito inteligente. Algum tempo depois, após tomar a liderança da equipe, passei a segui-lo constantemente; tornou-se meu líder. Até hoje ele me aconselha, sempre que peço algum tipo de ajuda. Felizmente não precisei mais procurar, porque devo trilhar meu caminho sozinho. Me ajudou não só com ensinamentos de liderança (na prática), como me salvou de inúmeras encrencas e de uma grande tragédia. Talvez ele tenha me esquecido. Talvez. Mesmo assim, jamais esquecerei tudo que aprendi...




Pessoas conhecem pessoas, que conhecem outras pessoas; o mundo é grande... Muito grande. Não adianta 5 ou 6 achar tu uma pessoa muito legal e descontraída. E as outras acham o que de ti? Pensa na seguinte situação: Por um motivo qualquer, de repente, tu está sem emprego. Mas fica muito feliz por uma grande empresa te ligar e chamar para uma entrevista. Legal, né? Chegando lá, encontra aquela pessoa que tu desmereceu, não fez questão de fazer amizade. O que acha que vai falar de ti? Acha que vai te indicar ou falar muito mal? Pode parecer uma situação improvável, porém, acontece muitas vezes. Não estou dizendo que deve fazer amizade com todos ao teu redor. Não, claro que não. Mas não vai morrer se der um oi, perguntar como está. As pessoas gostam de ser tratadas bem. Pode acreditar: As pessoas são carentes de uma boa conversa e atenção. Espero que este artigo ajude a pensar melhor na maneira como trata as pessoas...

segunda-feira, 31 de março de 2014

Racismo



Ser racista é muito reacionário. É algo inexplicável. Estamos no ano de 2014, e ainda insistem em se ofender por algumas coisas absurdas. Tenho muitos amigos negros. Já os chamei de 'negrão', 'macaco'... e ninguém quis me processar. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Recentemente, o jogador de futebol Tinga, sofreu algumas agressões verbais; chamaram ele de macaco. Eu duvido, que nenhum dos amigos dele, durante algum momento, não tenha chamado ele de macaco. Carrego há certeza, também, que ele não fez nenhum tipo de fiasco, tampouco brigou com os amigos. O racismo não está na comparação com os macacos, afinal temos parentesco com eles. Vai muito além do que se pode imaginar...
Racismo é evitar uma pessoa porque ela é negra. Racismo é criar cotas, sendo que muitas nem são preenchidas. Racismo é escravizar, dar ordens imediatas ameaçando com punição caso não sejam cumpridas. Racismo é privar uma pessoa de entrar num lugar, por causa da sua cor. Se acontecer uma dessas situações ou semelhante, é caso de prisão imediata. O resto, é resto. Sofrer racismo, nos dias atuais, é uma questão modal. Se prestar atenção nos casos que acontecem, é tudo porque fulano chamou de macaco, não sei quem chamou de negro. Quando os negros pararem de se incomodar com coisas tão fúteis, certamente vão parar de tentar ofender. Os negros estão em destaque positivo, quase sempre. No esporte, por exemplo, os negros são melhores. Quem é o melhor jogador de todos os tempos? Pelé. O melhor jogador de Basquete? Michael Jordan. Melhor jogador de golf? Tiger Woods. Sem falar no presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa. São muitos destaques. Será que os macacos gostariam de ser chamados de humanos? Acho que não...
Os macacos estão pulando de galho em galho. De repente, por um descuido qualquer, um macaco acaba caindo. Os demais macacos começam a rir, apontam o dedo e chamam de humano. O macaco que está no chão fica revoltado, pois é uma grande ofensa ser chamado de humano; os humanos poluem, destroem o planeta. Os humanos deveriam ser racionais, mas agem por impulso, sem pensar no bem da maioria. Enfim, os macacos não querem, jamais, serem chamados de humanos. E agora, gostaria de saber, qual a grande ofensa de ser chamado de macaco. Alguma explicação óbvia? Nós somos parentes dos macacos. Eles teriam motivos para nos repudiar. Mas nós não temos nenhum...
Enquanto houver preocupação com pequenas comparações, o verdadeiro racismo se manterá oculto. É preciso lutar por igualdade, mas sem apelação. Caso não consiga, não bote há culpa na tua cor. Não ache que as pessoas estão te negando algo por ser racista; isto é ser apelativo. Conquiste com todos os méritos, não apenas por cumprir uma cota. Cada vez que te chamarem de macaco, pode ter certeza, que é só para te irritar, nada além disso. Pode responder assim: "Todos nós, de certa forma, somos macacos." Provavelmente vai calar teu agressor. Quanto aos meus leitores, peço para relerem este artigo e pensarem sobre tudo que acontece. O racismo é apenas para desviar o foco de algum acontecimento importante...


segunda-feira, 17 de março de 2014

Praticando a palavra



É confortável andar com uma bíblia em baixo do braço pregando a palavra. Da mesma forma, é lindo citar passagens bíblicas. Mas quantos crentes praticam, de fato, a palavra de Deus? Quantos chegam em casa e jogam a bíblia num canto? Existem milhares de historias de crentes que, ao chegar em casa, maltratam os filhos. Por vezes, até mesmo surrando. Não sou profundo conhecedor da palavra, mas costumo praticar os ensinamentos. Uma passagem da bíblia: "Nos fins dos dias, muitos ganharam dinheiro com meu nome." Na atualidade, temos pastores milionários. Em outros países, qualquer atividade religiosa não pode ter fins lucrativos. Através de um simples texto, vou demonstrar que, a maioria das pessoas que vão na igreja, não sabem aplicar a palavra. Mas acham que sabem...
Deus ensinou a amar o próximo. Pois então, devemos amar independente de religião, etnia, situação financeira ou seja lá o que for. O que vejo, são crentes criticando outras religiões, julgando de forma equivocada. Deus está em todas religiões, apenas com um nome diferente. É crente e pratica a palavra? Eu te desafio: procura um pai de santo e abraça ele bem forte. Duvido. Qual a diferença do pai de santo e do pastor? Nenhuma. Ambos são filhos de Deus, apenas fizeram escolhas diferentes. É preciso amar, e amar; o amor de Deus é único e verdadeiro: Ele ama todos. Ou acha que Deus te ama mais porque estás dentro de uma igreja? Deus conhece teu coração, sabe o que vai acontecer contigo no futuro. Ama Deus acima de todos as coisas. Este é o principal mandamento. Ama teu próximo como a ti mesmo. É segundo mandamento. Em nenhum momento Deus mandou amar somente pessoas de igrejas, né? Tu me amarás, sem nenhum tipo de preconceito...
Como tu alimenta uma pessoa doente? Alimenta ela aos poucos, ou logo oferece um churrasco? Devagar, né? Então, por quê acha que sair falando de Deus logo de cara vai salvar alguém? Primeiro tem que ajudar, mostrar soluções palpáveis para, só então, começar a falar sobre as obras que Deus opera. Não é julgando, nem exorcizando que a pessoa vai querer ir para a igreja. Calma. Devagar. Algumas pessoas já vieram desabafar comigo: "Mateus, não sei mais o que faço da minha vida. Nada dá certo. Eu nasci para sofrer..." Eu não sou batizado, pouco frequento a igreja, mas tenho minha fé inabalável. "Já procurou uma igreja? Vai lá, quem sabe tu escuta uma palavra que te fortaleça. Deus tem a solução para tua vida. Basta acreditar e ter fé. Dias melhores virão..." Assim falo sobre Deus, sem nunca julgar nem criticar. Imagina se eu sair falando que falta Jesus na vida da pessoa, que o diabo está dominando e destruindo tudo. A pessoa já está com problemas, falar de coisas aquém da imaginação, certamente não vai ajudar. As pessoas devem ir para igreja por vontade própria, nunca por medo. Por falar em medo, algumas igrejas deram para falar que Deus é vingativo. Por que Deus seria vingativo, se ele sabe tudo que acontecerá? Quanta bobagem...
Leia a bíblia e interprete conforme teu coração/espírito santo permitir.Tenha atitudes que demonstrem que acredita em Deus. Não adianta amar Deus e ter fé só nos momentos bons. Não seja tolo. Quer levar mais pessoas para a igreja? Mostre o quanto é feliz e ama todos ao teu redor; seja receptivo com quem tentar se aproximar; não fique falando mal dos outros. Pratique a palavra de Deus, para de ficar achando que é superior a alguém; não deixa o pastor invadir tua mente. Quando entender que é igual a todos, tratando-se de espirito, perceberás como é fácil amar o próximo; o quanto é agradável abraçar quem nos quer fazer mal. Ajudarás quem necessita de uma palavra amiga. Ajudar, sem cobrar nada. Apenas mostre o caminho, não empurre a palavra goela abaixo das pessoas. Todos têm seu tempo. E isso, somente Deus sabe...

quinta-feira, 13 de março de 2014

Gestão de conflitos




É normal passar mais tempo dentro da empresa, do que em casa. Portanto, temos que aprender a respeitar as diferenças. Alguns sabem mais, pois estudam e têm experiência; outros sabem menos, mais têm experiência; E outros, menos favorecidos, não tem uma coisa nem outra, mas subjugam que sabem de tudo. Quando um grupo de pessoas estão juntas, cedo ou tarde, certamente vai acontecer algum desentendimento. É factício. Resolver alguns problemas, é mais fácil do que parece. Infelizmente, normalmente procuramos os caminhos errados; agimos no impulso...
Em meados de 2009 procurei meu gestor. "Não gosto das atitudes do fulano. Acredito que ele esteja me prejudicando de propósito. Estou começando a ficar irritado." Meu gestor me olhou, analisou meu semblante. Como sempre, mediu as palavras antes de falar. Um pouco mais velho que eu, cursando Ensino Superior, Bacharel em Administração, finalmente se posicionou: "Tu já conversou com ele? Explicou que não aprova as atitudes dele? Vamos fazer assim, vai e conversa com ele. Caso não se entendam, daí eu converso. Mas conversarei com os 2. Tentem se entender..." A partir deste dia, nunca mais falei com nenhum gestor sobre atitudes que me desagradavam. Primeiro tento conversar com quem está me atrapalhando, ou ofendendo de certo modo. Quando pressinto que o confronto é inevitável, sim, procuro os gestores. Mas, até hoje, não precisei ser radical. Conversando a gente se entende...
Teus gestores não são teus pais. Tu não estás no colégio, onde levanta a mão e chama o professor para reclamar do joãozinho ou da Mariazinha. Não sabe falar? Acha que alguém vai sofrer algum tipo de castigo severo devido há uma reclamação? O máximo que conseguirás, é que um colega pegue antipatia por tua pessoa; perderás credibilidade. Afinal, um colega comenta com o outro. Quando menos esperar, algumas pessoas vão te olhar com certo desprezo. Neste dia não entenderás. Tu não fizeste nada de errado, apenas tentou corrigir algo que te incomodava. Não importa, colegas reprovam tais atitudes. Para aprender a lição, alguns colegas se afastaram. Sem problemas. O tempo cura as mágoas. Aconteceu um monte de coisas desfavoráveis, porque não foste capaz de chamar um colega e conversar...
Cria coragem e chama para conversar. Tu não vai morrer se fizer isto. Pelo contrário, teus gestores vão admirar tua forma de conduzir conflitos. Para não haver maiores complicações, sempre avisa antes teu gestor. Explica o ocorrido. E deixa bem claro: "Eu que vou conversar. Qualquer coisa tu intervém, mas deixa eu tentar resolver diretamente." É uma atitude profissional. Sabe por que tu deve procurar resolver os conflitos diretamente? Porque os gestores têm mais o que fazer, do que ficar se preocupando com besteiras. É besteira, né? Só pode. Farás teu gestor parar uma atividade importante para resolver algo tão banal? Não, claro que não. As coisas são simples, nós que criamos monstros de 7 cabeças, e fazemos o clima ser pesado no ambiente profissional. Busca aliados, não cria inimigos que, por vezes, podem ser mais fortes que tu...

terça-feira, 4 de março de 2014

Marketing Pessoal



Algumas vezes tu será julgado de acordo com a roupa que está usando. Pode parecer improvável, mas acontece a todo instante. Neste momento, enquanto escrevo, alguém, em alguma parte do mundo, está sendo julgado por seu modo de vestir-se. Marketing Pessoal, é como as pessoas te enxergam. Qual impressão que tu passa? De ser uma pessoa legal, simpática e extrovertida? Ou passa a impressão de ser alguém repugnante, que as pessoas querem se manter afastadas? As roupas falam muito, desde gostos musicais até hierarquia dentro de uma empresa...
Toda vez que entra um novo colaborador na empresa onde trabalho, de uma forma ou de outra, dou um jeito de me aproximar. Converso sobre políticas internas, a maneira de agir dos gestores. Ministro uma pequena palestra de boas vindas. Logicamente não sou remunerado para isso. Mas aumento minha rede de Network. As pessoas, naturalmente, buscam informações de quem sou. Perguntam se sou gerente, analista ou algum cargo alto. Ficam surpreendidas quando descobrem que sou Técnico Operacional. Não é muito normal ver um Técnico Operacional de terno e gravata. E, menos ainda, falando de forma tão convicta a respeito de gestão e processos. Não me comporto como operacional; sigo o raciocínio da Administração. Meu Marketing pessoal diz que sou gestor. Mas não sou. Até almejo ser, e, desde já, me comporto de tal forma...
Quando entro numa loja de terno e gravata, os vendedores veem correndo me atender; disputam minha atenção. Entretanto, se estou de calça jeans, tênis e boné, demora certo tempo para alguém vim falar comigo. Dependendo da roupa que estou usando, subjugam que tenho muito dinheiro para gastar ou acham que sou um pobretão. O engraçado é que, quando vou comprar, estou de calça jeans, tênis e boné. Ou de bermuda e chinelo. Minhas roupas não tem nada a ver com minha educação. Independente da vestimenta, utilizo um português correto e conciso, de fácil entendimento. Claro, algumas lojas que vou, meu português é mais prolixo. Contudo, devo admitir que as roupas ajudam em certas compras...
Ao ver um adolescente usando calça preta, tênis all star e uma camisa dos ramones, é óbvio que gosta de Rock. Jamais vou tentar falar de pagode ou outro estilo musical. A roupa já demonstra quais culturas devo me orientar. No entanto, muitas pessoas, julgam que os roqueiros são burros, drogados, e que só gostam de vinho. Eis um julgamento totalmente preciptado. Tenho inúmeros amigos que são roqueiros.  A maioria deles é inteligente, tendo um nível cultural bem alto. Mas as roupas transparecem outras coisas. Passa a falsa ideia de ser sem cérebro. Alguns, de fato, não tem cérebro. E o mesmo acontece quando enxergamos alguém de carro, com um som bem alto. Pensamos, logo de cara, que o rapaz é bem de vida e tem dinheiro. Será que o carro está com as prestações em dia? O IPVA está pago? Muitas pessoas vivem apenas de aparências...
Consegue entender o que é Marketing Pessoal? É como as pessoas te enxergam sem nem ao menos te conhecer. Sem dizer uma única palavra. Pode ser um grande malandro; um empresário bem sucedido; um pobre incapaz de raciocinar. Tudo depende muito de como está se comportando. Já parou para pensar com as pessoas estão te vendo? Por isso é importante estar bem vestido, preparado para situações inusitadas. Quer queira ou não, as pessoas estão te observando, subjugando ou julgando diretamente.  De repente é por isso que tu tens dificuldade de arranjar emprego, ou conseguir aquela promoção tão desejada. Qual impressão tu passa para as pessoas ao teu redor?






É o meu entendimento sobre Marketing Pessoal, de uma forma bem crua sobre o assunto. Não se faz necessário incluir nenhum tipo de teoria, nem falar a respeito dos benefícios que o mesmo nos traz. Os Administradores conhecessem super bem este assunto, mas trago à tona para meu público, pois considero um assunto interessante, capaz de ajudar muitas pessoas. Se gostarem, pretendo falar sobre Network...

segunda-feira, 3 de março de 2014

Planejamento Estratégico




A usina do corpo é uma academia bem diferente. É uma estrutura inovadora. Existem 2 em Gravataí e 1 em São Paulo. Os aparelhos são de última geração. Além disso, o espaço é amplo, tem estacionamento próprio para 35 carros, bar natural... Entre outras coisas. Os empresários de Alvorada, que são donos de academias, já tem esta informação há muito tempo. Daí que começa o Planejamento Estratégico. Quando sabe que um concorrente deste porte se aproxima, é necessário ter um plano de contingência para, no mínimo, reter clientes. É perigoso esperar para ver o que vai acontecer...
Ninguém é louco para invadir um mercado sem antes conhecer seus concorrentes. As academias de Alvorada, praticamente, possuem os mesmos serviços. O que muda, é somente o espaço. Alguma academia em Alvorada, já pensou em construir um site, onde os alunos pudessem fazer pagamentos das mensalidades ou adquirir um plano anual com desconto? O custo seria alto, mas o retorno bem interessante; eis um diferencial tecnológico para se pensar. Dia 17 de março vai inaugurar a Usina do Corpo - academia, que promete abalar. Conheço algumas pessoas, que conhecem outras pessoas. Recebi informações interessantes...
Alguns empresários já procuraram a Usina do Corpo para tentar fazer uma parceria. Estão dispostos a trocar o nome dos seus estabelecimentos. Mas terão condições de se adequar ao propósito? A cada 3 alunos, 1 professor. Como funciona hoje? Cada um por si e Deus por todos. Se eu fosse empresário, estaria bem tranquilo; meu Planejamento estaria montado e aguardando a posição do concorrente. É simples. É óbvio. Sun Tzu me ensinou: Quando a força do inimigo é maior, evite-o. Não seria insano ao ponto de querer bater de frente. Pela estrutura, pelo que estão ofertando, é nítido que eles vem com um Capital Social alto. Ou seja: dinheiro não vai faltar. A mensalidade não é fixa, existiram vários tipos de pacote, onde será possível treinar sem o auxilio dos professores (os mais experientes têm seu próprio treino). Os empresários têm muito que aprender. Agora não adianta se desesperar, nem se ajoelhar diante o inimigo. Tiveram tempo de sobra, aliás, anos e anos para fazer algo diferente. Um evento que fizesse as pessoas se apaixonar por academia...
Quem tem informação, tem o poder. É assim que funciona. Quem sou? Um simples Técnico em Administração, com 10 anos de CLT, e com experiência numa multinacional. Quer mais? Trabalhei quase 4 anos numa área de Planejamento Estratégico. Sou apaixonado por Administração, estratégias de ataque ou defesa. Queira Deus que um dia eu seja empresário. Antes disso, sonho em liderar uma equipe e motivar. É feriado, né? Quantas pessoas estão trabalhando? Pois é, bastaria cruzar datas passadas, fazer uma média, e descobrir se é necessário ou não trabalhar. A empresa não para nunca? Cruza as mesmas informações, e descubra quantas pessoas são necessárias na operação. Os mais comportados, devem ganhar folga. Ou fazer uma escala. Enfim, amo minha profissão. Sou Administrador...

domingo, 2 de março de 2014

Dinheiro não é tudo



Recusei uma proposta salarial. Recusei porque tenho total convicção da minha capacidade e acredito no meu futuro. Meus amigos acham que é loucura, que o dinheiro melhoraria meu padrão de vida. Lembrei do Jorge Reis: "O dinheiro não traz felicidade, ele manda buscar." Depende. Gosto muito de dinheiro, como qualquer pessoa racional. Porém, não estou disposto a fazer loucuras, nem abrir mão de certas prioridades. Eu recusei um salário de R$ 1.600,00 e vou dizer, ou melhor, escrever o porque não quis. Apenas fiz uma escolha...
No dia da entrevista, eu estava de terno preto, sem gravata. Atravessei uma porta e subi umas escadas. Pediram para eu sentar e esperar. Um homem abriu a porta e caminhou em minha direção. O homem aparentava ter mais de 40 anos. Apresentou-se e me levou para uma sala. Percebi que ele estava com meu currículo nas mãos. A primeira coisa que ele me disse: "A vaga não tem nada a ver com teu perfil, mas vou tentar." Senti certo medo. Estava ciente que a vaga era para monitoramento, e o salário era bom. Entretanto, após receber algumas informações, pensei melhor se valeria à pena...
- O horário depende muito. Tu pode chegar mais tarde. Geralmente, quem cuida do monitoramento, trabalha às 09:00 da manhã até às 19:30 da noite, de segunda à sábado, com 1 hora de intervalo. O salário é R$ 1.300,00 mais 2 horas extras por dia. O que vai dar, aproximadamente, R$ 1.600,00.
- Okay. Mas eu tenho como crescer na empresa? Começo no monitoramento e tenho como ir para minha área de atuação?
- Bah, é difícil.
- E o que a empresa oferece de benefícios?
- VT, VR, Unimed...
- Bom, só tenho a agradecer a oportunidade. Como o senhor mesmo disse, esta vaga não tem nada a ver comigo. Se surgir uma nova oportunidade, dentro da minha área de atuação, ficarei feliz em participar. É uma empresa que respeito muito. Infelizmente, desta vez não farei parte. Muito obrigado.
Levantei, apertamos as mãos e parti. Nem fiquei em dúvida, tenho certeza que fiz certo em recusar...
Trabalhar no horário proposto, acarretaria numa série de coisas. Poderia dizer adeus a Faculdade. Academia? Nem pensar. E, cedo ou tarde, esta jornada de trabalho afetaria meu relacionamento. Nada contra quem monitora câmera, mas não é o que gosto de fazer. Não me importo de ter que trabalhar nos sábados, desde que seja dentro da minha área de atuação. Adoraria ficar horas e horas envolvido num plano de negócios. Analisando planilhas de controle. Gosto de liderar equipes e motivar. Sou profissional na área Administrativa. Gosto de trabalhar usando meu cérebro, pensando em melhorias; criar estratégias de ataque ou defesa. Descobri mais uma qualidade forte que tenho: Criar serviços. Alcançarei meu objetivo...







Em breve pretendo entrar para Faculdade. Não quero trabalhar que nem louco, apenas pelo salário. Quero ter prazer de trabalhar. Se eu aceitasse monitorar câmeras, cedo ou tarde acabaria me frustrando. Desde que saí do Correio do Povo, fiz uma série de escolhas errôneas. Desta vez, farei de tudo para retornar à minha área de atuação. Dinheiro não é tudo. Não adianta eu ganhar bem, mas não ter tempo para comprar um terno novo, não ter um momento de lazer. Eu acredito em Deus, sei que vai chegar meu momento. Eu não estou brincando, todos os dias busco melhorias; luto muito. Por isso existem péssimos profissionais: não amam o que fazem; amam o dinheiro. Seguirei na contramão de tais sentimentos por dinheiro...