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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

PCD nas empresas






Por que as empresas querem contratar PCD? É para cumprir a legislação, também conhecida como lei das cotas. (art 93 da lei nº 8.213/91) Funciona assim:

 até 200 funcionários.................. 2%
- de 201 a 500 funcionários........... 3%
- de 501 a 1000 funcionários......... 4%
- de 1001 em diante funcionários... 5%

http://www.deficienteonline.com.br/lei-8213-91-lei-de-cotas-para-deficientes-e-pessoas-com-deficiencia___77.html

Quantas empresas desenvolvem os PCDs? Quantas têm um plano de carreira diferenciado? É muito confortável contratar PCDs e deixá-los jogados num canto, a merce da própria sorte. O maior pecado das empresas, é achar que PCD é igual aos demais funcionários. PCD precisa de motivação, se sentir útil em relação ao que faz. Não importa que tenha Ensino Técnico ou Ensino Superior, que seja experiente. A maioria das empresas só quer preencher as cotas. É só o que importa; caso não preencham as cotas, a empresa leva multa. Se houvesse auditoria nas empresas, para ver se os PCDs estão sendo desenvolvidos, certamente se apavorariam com os resultados...
Tratando-se de normas e regras gerais da empresa, precisa-se abrir exceções em alguns casos. Por exemplo: PCD não pode ser privado de não receber prêmios devido a consultas médicas. É ridículo. Então é preciso escolher entre a saúde e um prêmio? A saúde sempre será em primeiro lugar. Infelizmente, algumas empresas não conseguem enxergar algo tão simples; praticamente fútil. Falta um RH preparado para desenvolver pessoas acima da média. Sim, todo PCD tem uma forma diferente de ver o mundo, de enxergar os processos existentes; basta fazer um curso, que sua visão amplia rapidamente. Escrevo com total autoridade, pois além de ser deficiente físico, já tive oportunidade de conhecer outros deficientes. Inclusive, ministrei 2 palestras motivacionais para deficientes no GHC. (Grupo Hospitalar Conceição)...


Desenvolvendo um PCD



A integração é muito importante. Mas, por algum motivo, as empresas acham que PCD não precisa fazer. Daí já começa uma série de erros que pode ser prejudicial para o desenvolvimento. Qualquer pessoa precisa conhecer o processo como um todo; conhecendo o processo, saberá o impacto que causará um futuro erro. Quem deve instruir um PCD? Um Administrador; administradores entendem perfeitamente sobre processos. No RH tem Administradores? Sim, um RH respeitável tem administradores. Psicólogas? Importante dentro de um RH, mas não deve se envolver em processos, deve realizar um trabalho psicológico que instigue superar limites; criar processos é com os administradores...
Sabe como o Steve Jobs conquistou o mundo? Ele investiu em pessoas, fazendo elas acreditarem no próprio sonho. Porém, algumas empresas preferem economizar ao invés de investir. Algumas empresas tratam PCDs de forma escrava; atiram num canto, sem gestor, simplesmente destruindo o psicológico. Isto é contra a lei, basta denunciar e mover uma ação. Se o PCD for bem estruído, ficará em silêncio, buscará outra oportunidade no mercado e sairá de cabeça erguida; algumas empresas brincam com a própria sorte...
 Em apenas uma empresa conheci um PCD que ocupava um cargo de destaque: Diretor. Fora esse diretor, não recordo de ver gestores PCDs por onde passei. Uma falha das empresas? Talvez. É que existe uma lei: PCD que ocupa uma vaga dentro de uma empresa, após ser demitido, outro PCD tem que ocupar a vaga dele ou a vaga tem que ser extinta e encaminhada para outro setor. Ou seja, quantos PCDs estão prontos para cargos de gestão? Pouquíssimos, quase nenhum. Eis uma batalha minha particular: motivar PCDs a estudar cada vez mais. Com estudo, mais o conhecimento sobre o mundo, as empresas descobriram do que os PCDs são capazes...
Gostaria de trabalhar com PCDs, ministrar palestras motivacionais; incentivar a seguir em frente, independente do que venha à acontecer. Gostaria de desenvolver outros PCDs, assim como me desenvolveram. Existe um mundo de oportunidades, ninguém é obrigado a se contentar com migalhas. Estou galgando uma oportunidade faz tempo. Assim que conseguir ocupar o lugar que desejo, pretendo puxar mais PCDs para cima. Que Deus me abençoe na minha jornada...

domingo, 29 de dezembro de 2013

Anderson Silva



"A luta vai ser 02:50 da manhã. Hoje dormirei tarde." Foi este comentário que fiz com a minha namorada, sábado, dia 28/12/2013. Após chegar em casa, liguei o computador e me atualizei dos últimos acontecimentos ao redor do mundo. Depois abri meu Facebook para ver o que meus amigos estavam postando; algumas fotos sobre festas, postagem sobre o calor intenso. Tudo normal. Como raramente fico online no bate papo, apenas observei, sem conversar com ninguém; converso só com minha namorada, que sabe que estou offline e me chama...
Por um motivo ou outro, decido escrever sobre minha paixão por fotos. 01:30 da manhã, e eu estava procurando a maneira correta de me expressar, trocando palavras de lugar e vendo quais fotos postaria no blog; tinha que ser fotos que não estão no meu face. Selecionei e comecei a adicionar fotos. Escrevia e adicionava fotos. Gostei de ficar postando velhas fotos; recordar é viver. Mas precisei parar, pois a luta do Anderson Silva estava prestes a começar...
Fumei um pouco rápido, dando tragadas longas. Assim que terminei de fumar, deitei e comecei a olhar a luta. O Anderson Silva tomou um soco atrás da orelha, perto da nuca, tonteou e foi para o chão. O Chris Weidman começou a dar muitos socos na cara do Anderson Silva; jurei que sofreria um nocaute. Mas não, ele conseguiu ficar na guarda. O Anderson Silva é tão rápido que, mesmo no chão, conseguiu desviar das cotoveladas que vinham em sua direção. Eu estava esperançoso que ganharia...
Quando começou o segundo round, com o Chris Weidman indo para cima e o Anderson Silva contendo os ataques, fiquei curioso sobre qual estratégia Anderson usaria. Porém, algo aconteceu que não entendi. Após um chute, o Anderson Silva voou para o lado e se jogou no chão, a expressão era de muita dor. O Chris Weidman ficou feliz e começou a comemorar. Comemorou alguns segundos e parou; percebeu que era grave o que havia acontecido: O Anderson Silva fraturou a perna. O chute que o Anderson Silva deu foi muito, muito forte. Só que, para infelicidade do Anderson Silva, o chute pegou abaixo do joelho, uma das partes mais duras do corpo humano. Resultado: quebrou a tíbia e a fíbula. O mundo assistiu aquela cena aterrorizante. Lamentável...
Na opinião deste blogueiro que vos escreve, o Anderson Silva é uma lenda-viva. Ninguém vai conseguir ficar 7 anos invicto; 10 disputas de cinturão. Assim como muitos fãs do Anderson Silva, torço para que se recupere sem problemas maiores. Se vai continuar lutando ou não, é uma escolha muito particular. É muito triste o que aconteceu. O Anderson Silva não merecia um fim de carreira deste jeito...

#ForçaAndersonSilva

sábado, 28 de dezembro de 2013

Apaixonado por fotos


Fotos são momentos eternizados...







Eu sou apaixonado por fotos. Por que? Porque fotos eternizam momentos. Por exemplo: Não pretendo pegar uma cobra na mão tão cedo. Um passeio divertido, ao lado de pessoas que ficaram para sempre no meu coração. É uma paixão incontrolável, sem dúvidas. Minha câmera digital está comigo, praticamente, o tempo todo; eu nunca sei quando vou reencontrar um velho amigo, ou rever algum parente que há tempos não vejo. As pessoas deveriam tirar mais fotos, para guardar de recordação. Infelizmente, muitas aventuras não pude tirar fotos; não tenho fotos de quando andava de skate; não registrei as muitas festas de garagem que fui quando tinha 15 anos. Lamentável. Mas faz parte da vida...
Hoje tenho mais de 7000 fotos, diversas situações, colegas de curso, colegas de trabalho, amigos e amigas. E isso que fiquei mais de 1 ano sem câmera digital; não pude tirar fotos de muitas pessoas que gostaria. Entretanto, tenho fotos com pessoas que, provavelmente, até esqueceram que tiraram fotos comigo. Uma ex colega de trabalho e amiga até os dias atuais:


 Em 2010, quando houve eleições presidenciais, eu não estava muito bem para tirar fotos. Contudo, aconteceu um passeio nos estúdios da RBS TV. Lógico que eu tiraria fotos, mesmo sem ter condições. Reparem no meu semblante, notarão que, realmente, eu não estava legal para tirar uma foto:


Eu sempre vou pedir para tirar fotos com as pessoas. Se eu pudesse, ficaria o dia inteiro tirando fotos de pessoas especiais. Fotógrafo? Não. Fotos é apenas um hobby. Minha profissão é Administração; converso sobre negócios o tempo todo. Fotos é um hobby, uma paixão sem futuro. Meu amor é por Administração. Um dia vou mostrar para as pessoas meu talento na Administração...
Agora, pretendo mostrar algumas fotos que tenho. Algumas pessoas nunca mais vi. Tenho fotos com alguns famosos...





























quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Natal 2013



Quando eu era criança, passava nas casas dos vizinhos desejando feliz Natal; adorava fazer isso. Com o passar dos anos, o Natal foi perdendo a magia. Não sei explicar o que aconteceu, mas algo mudou. Os últimos Natais passei ao lado da minha namorada e da família dela. Recebi presentes e dei presentes. Mas em 2013 decidi, junto com a minha mãe, que seria diferente dos demais anos. Avisei minha namorada que passaria o Natal na casa da minha tia. Ela não botou nenhum tipo de empecilho, e aceitou a escolha que fiz. Eu queria que o Natal fosse diferente...
Estávamos descendo a rua Campos verdes, em direção ao sobrado. É lá que mora minha tia e meu primo. Meu tio, infelizmente, não está mais entre nós; faleceu há muitos anos atrás. Já passava das 23:00. A rua estava calma, com as famílias sentadas na mesa; esperavam à 00:00. Dos 2 lados da rua haviam enfeites; luzes piscando com intensidade; outras casa tinham estrelas, também piscando. Observei tudo aquilo, com minha mãe ao meu lado, relatando sobre seu joelho, que ela tinha medo que começasse a doer. A casa da minha tia é um pouco longe da nossa, mas valeria o esforço...
Quando chegamos no sobrado, encontramos não somente minha tia e meu primo; as irmãs da minha tia estavam lá. Como minha mãe e eu conhecemos o pessoal, não houve problemas para se enturmar e conversar bastante. Meu primo e eu ficamos bebendo, uma bebida com energético; não recordo o nome, mas estava muito bom. Conversamos sobre relacionamentos, carro, a nova geração, festas... Entre outros assuntos. A conversa estava bem animada. As pessoas já haviam jantado, portanto, jantamos por último; minha mãe cuida de mim como se eu fosse um menino de 10 anos. Após jantarmos, retomei a conversa com meu primo. De repente, algumas bombas começaram a estourar. Meu primo pegou a champanhe e ficou na sacada, esperando o momento de abrir. Daí peguei minha câmera digital e comecei a tirar algumas fotos. Começaram os abraços. O Natal havia começado...
Percebi que meu primo abraçou minha mãe e demorou a solta-lá. Passado alguns minutos, quando ele soltou ela, notei que minha mãe estava chorando. Não entendi o que aconteceu. Meu primo me abraçou: "Obrigado por ter vindo. É o primeiro Natal que passamos juntos. Obrigado." Eu fiquei sem reação, apenas disse que o prazer era todo meu; era uma honra. Passado à meia noite, minha mãe e eu descemos para irmã dela, onde encontraria meu afilhado Mateusinho, que, recentemente, sofreu uma agressão muito forte de algum maluco pervertido. No caminho para minha tia, minha mãe disse o que meu primo falou em seu ouvido: "É a primeira vez que a família do meu pai passa o Natal comigo. Obrigado. Sem palavras." Fiquei emocionado. Às vezes alguém espera nossa presença, mas, por um motivo ou outro, acabamos renunciando. Natal sensacional, ao lado do meu primo. E, melhor ainda, por ter reencontrado meu afilhado. O Natal de 2013 foi especial. Não ganhei presentes; não bebi até cair; tampouco participei de alguma festa. O Natal mostrou-me sentimentos que eu havia esquecido...



O Natal, na minha opinião, é apenas uma data comercial. Tu encontra alguém e diz: "Feliz Natal." E o que mais vai dizer? Muita saúde e paz? Não tem o que dizer. Eu gosto mais do Ano Novo, onde podemos dizer mais coisas bonitas; incentivar pessoas. Porém, o Natal é um momento de reunir a família. Eu não sabia que meu primo tinha esses sentimentos pela minha mãe e por mim; ele sente nossa falta. Eu preciso abraçar mais no Natal, reencontrar algumas pessoas. Enfim, preciso voltar a ser criança, pelo menos no Natal. Não me importo com presentes, me importo mais com as pessoas. Se ganhar um presente fico feliz, caso contrário, um abraço sincero me satisfaz. O Natal me presenteou com um sentimento...

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Um casal diferente




Minha rotina: Chego na academia, coloco o dedo indicador na máquina, que reconhece minha digital e passo a roleta. Após passar a roleta, me encaminho para as esteiras. Independente do treino que vou realizar, caminho 20 minutos na esteira; estou ciente que preciso emagrecer. A parte das esteiras é mais tranquila; a maioria dos homens fica fazendo exercícios mais pesados. Olhei para o relógio, e já fazia mais de 20 minutos que eu estava caminhando, portanto, hora de treinar musculação...
O treino de hoje estava focado em bíceps e costas; 3 exercícios diferentes para as partes. Sentei no primeiro aparelho, para treinar costas. Fiz uma série de 12, bem lentamente, sentindo um alívio nas costas. Sensação boa. Enquanto estava parado, somente descansando, observei um casal entrando. O homem aparentava mais de 40 anos e a mulher acima dos 37. O casal estava acompanhado dos seus filhos: um casal. A menina parecia ser mais velha...
O homem estava de regata, bermuda e tênis; a mulher usava uma leg azul, uma regata e, assim como o marido, usava tênis também. O homem tinha um corpo muito, muito definido. Apesar da idade, tinha braços enormes. Mas não era um simples inchaço, havia muita definição. A mulher tinha 2 tatuagens nos braços; 2 dragões. Barriga? Não. Ela é forte, extremamente forte. A academia parou para observar àquele casal. Completei minhas 3 séries de 12 no aparelho; mais 3 séries de 12 num outro aparelho. Em seguida me encaminhei para a outra sala, onde eu precisava fazer mais um exercício para as costas...
Ali, na outra sala, eu poderia terminar minha série para as costas e iniciar o treinamento de bíceps. Fiquei à poucos metros do casal; eles ficaram revezando no supino reto. A quantidade de anilhas que eles colocavam, fez mais da metade dos caras da academia parar, para observar o treino deles. A mulher era muito forte, mas o marido ajudava na hora subir a barra. E eu ali, com meu pesinho de 5 quilos na mão, fazendo meu treino discretamente...
Houve um momento em que o homem gemia de dor, levantava e descia a barra 8x. Contudo, não sei exatidar quantos quilos havia na barra, mas era mais de 100, com certeza. Terminei meu treino. Antes de ir embora, treinei meu braço direito, com caneleiras de 2 quilos. Observei o casal uma vez mais, e eles estavam treinando no supino inclinado. Nunca vi nada igual, pelo menos, não tão de perto. O casal mais forte que já vi, literalmente...

Não sei quando verei este casal novamente, mas, certamente, puxarei assunto. Se for possível, me arriscarei pedir uma foto. Meus amigos e amigas precisam ver como é bom treinar, cuidar do corpo. Mas academia não é só no verão, tem que treinar no inverno. Eu precisei parar em setembro, e me arrependo muito. Se tivesse continuado, hoje estaria com o corpo melhor. Vale à pena encarar uma esteira, treinar os músculos. Espero rever em breve este casal acima da média. Bem acima...

domingo, 22 de dezembro de 2013

As leis da periferia






Nasci na cidade de Alvorada. Ao contrário da maioria das pessoas, nasci numa casa, e não num hospital. Fui criado no bairro Salomé, vizinho do bairro Umbu, onde dizem ser muito perigoso. Na verdade, qualquer ligar no mundo pode ser perigoso, se não souber levar a vida de um jeito tranquilo, sossegado. Moro há mais de 20 anos no mesmo lugar. E, somente uma vez, durante um pequeno descuido, fui assaltado; na época eu tinha 15 anos. Depois, nunca mais chegaram perto de mim. Tenho acesso livre no meu bairro, podendo andar até de madrugada, que nada me acontece...


Pisou na bola bum


Sou respeitado. Considerado. O motivo é bem simples; entendo as leis da periferia. E quem não entende? O tempo de vida pode ser curto. Inúmeras vezes passei pelos malandros. "O dus mew, consegue um cigarro?" "Me apoia R$ 1,00?" Nunca me neguei em apoiar os manos. Nunca me enchi da onda com ninguém. É só um cigarro, por que eu negaria. Não vou morrer por causa de R$ 1,00. Muitas vezes encontrei os manos pela noite; apenas cumprimentaram e deixaram eu seguir meu caminho. Se tivesse negado alguma coisa, ficaria marcado...
Hoje conheço os malandros à quilômetros de distância. Por isso acho muito engraçado quem quer ser malandro e não sabe como. Não adianta ouvir rap, usar calças lá em baixo e botar um boné aba reta na cabeça, se não entende as leis da periferia. Os verdadeiros malandros eu baixo a cabeça, pois sei que são respeitados e temidos. Agora, quando vejo um 'zé ninguém' querendo ser bandido, trato como cachorro: Olho firme dentro dos olhos, até baixarem a cabeça; eles sempre baixam. Provavelmente sabem quem sou, e quem conheço. Comprar briga comigo pode significar uma guerra...
A lei do silêncio é muito forte. Para que vou falar sobre algo que vi ou fiquei sabendo? Para que entregar os manos da periferia? Acredita que a lei funciona? No máximo os manos vão passar um tempo na cadeia. E quando voltarem, acha que vão procurar quem? Caguete morre cedo. Quando os manos são presos, sabem tudo que acontece na rua. Sinceramente, não faço a mínima ideia de como sabem. Se soubesse, escreveria, ou não... Caguete morre cedo.
No augi dos meus 28 anos, posso dizer que sou muito feliz morando na Salomé; os malandros que estão iniciando atividade, conheço desde pequeno. Sou feliz e livre. Não adianta partir para outro lugar, onde não conheço quem é quem. Estou ciente que sei agir, independente do bairro, mas prefiro ficar onde tenho raízes. Eu trilhei um caminho diferente dos meus guerreiros da periferia, mas eles sabem que têm o meu respeito. Talvez um dia eu more em outro Estado, outro país. A Salomé ficará para sempre no meu coração...

Quando encontrar um malandro na rua que te peça algo, se tiver não nega, simplesmente apoia. Quando não tiver, basta dizer não; eles vão entender. "Se ele tivesse me apoiaria. Ele já apoiou uma vez." É assim que os malandros pensam. Se tu ver algo de errado, fica na tua, não se envolve. Só se tiver batendo em uma criança, ou algo muito grave; caso contrário, fica na tua. Batendo em mulher? Acredite, mulher de malandro gosta de apanhar. Não precisa fazer amizade e sair junto. Entretanto, um oi não mata ninguém. Melhor ser amigo distante, do que ser contra. Com o passar do tempo, certamente passaram a te proteger e te cuidar. As leis da periferia são claras. Quem entender as leis vivera bem. Agora, quem não entende...  
 


quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

A ignorante no ônibus



Aquela situação começou bem do meu lado. Se fosse há alguns anos atrás, certamente eu defenderia aquela mulher; não suporto ver ninguém ser humilhado. Mas o tempo vai ensinando a lutar só quando é necessário. Glorioso Passo da Figueira via Ipiranga, que saia às 16:45 do Beira-rio. Durante mais de 3 anos peguei esse horário. Perdi as contas de quantas brigas arranjei dentro do ônibus. Eu ligava para SOUL, praticamente, todos os dias. Lutei com unhas dentes por mais um ônibus na Ipiranga, pois os passageiros vinham esmagados, literalmente. Briguei por melhorias. Sabe o que consegui? Inúmeras inimizades; pessoas viraram a cara para mim. Se houvesse mais um ônibus, não haveria nenhuma maria roleta encostada no cobrador; diminuiriam as pessoas paradas na porta, conversando com o motorista e atrapalhando o fluxo de quem entra; todos iriam sentados, ou teriam que passar a roleta. Cheguei há uma triste conclusão: As pessoas sofrem porque querem; se lutar, tudo muda...
Eu estava sentado no ônibus, lendo um livro. E, por mais que eu conheça o final da historia, fico preso na leitura e soltando minha imaginação. Uma mulher sentou-se ao meu lado; aparentava mais de 40 anos, carregava uma bolsa e uma sacola. Após observar rapidamente a mulher, retomei minha leitura. A cada parada, o ônibus enchia cada vez mais: subiam mulheres, idosos, adolescentes... A grande maioria eram trabalhadores. Notei que 2 mulheres subiram e, mesmo tendo espaço para passar a roleta, uma delas ficou encostada ao lado do motorista. O motorista ficou tão empolgado, que cruzou um sinal vermelho e quase causou um acidente. As idosas comentaram: "Fica conversado e não presta atenção no trânsito." Eu poderia argumentar, mas segui lendo meu livro, como se nada houvesse acontecido...
Ouvi uma voz, o que fez eu parar de ler e me virar para o lado. A conversa me pareceu agressiva. As perguntas eram direcionadas para quem estava do meu lado:
- A senhora tem algum problema ou doença?
A mulher balançou a cabeça de forma negativa.
- A minha filha está grávida de 9 meses, e não pode ficar em pé. Terá que levantar e dar o lugar para ela. Tu sabe que não pode sentar aí, então por que sentou?
Olhei para o lado, perto do cobrador. Realmente existia uma menina grávida. Sim, uma menina. No máximo deveria ter 17 anos. Ela estava toda envergonhada. "Para mãe, não precisa isso." Mas a mãe dela atacou aquela mulher de todas as formas. Ainda bem que a mulher era educada. Levantou para evitar confusão. A mãe da menina ainda provocou: "Levanta e vai para trás. Vai, vai..." A mulher não aceitou, dizendo que não iria para trás. A mãe da menina passou a roleta e deixou um aviso para menina: "Não levanta daí." Decidi falar, afinal, muitos passageiros estavam me olhando.
- Te peço desculpas por não levantar. É que sou deficiente físico. Caso contrário eu teria levantado.
- Tudo bem. Nem esquenta.
Pedi para segurar a bolsa e a sacola da mulher, mas ela disse que estava leve. Retomei minha leitura...

Se fosse em outros tempos, certamente eu defenderia, botaria a mãe da menina no lugar dela; daria um show de explicações: falaria até sobre leis. Primeiro: O banco que a mulher estava não era preferencial. Portanto, a mãe da menina agiu de forma equivocada. Segundo: Ao observar aquela mãe magra, desajeitada com as palavras, e totalmente sem educação, percebi que seria perca de tempo discutir. Não me meto mais onde não sou chamado. Sempre defenderei as pessoas ao meu redor, mas tem que valer muito meu esforço. Cansei de perder amizades, de ver as pessoas me virarem as costas. Tudo cansa. Sou um guerreiro muito forte, não posso sair batendo nos fracos. Minhas forças são exclusivas para o uso contra o mal; para quem sabe argumentar e aceita perder. O tempo ensina...


quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Perdoando um inimigo


"As pessoas boas devem amar seus inimigos." Seu Madruga.



A vida nos coloca diante situações inusitadas, as quais temos que fazer uma escolha numa fração de segundos. Eu poderia ter sido ignorante. Poderia até, por que não, ter tirado onda. Mas não sou assim. Acredito em algumas coisas que poucas pessoas acreditam. A vingança é legal? Tratar mal pessoas alimenta o ego? Não sei. Só sei que nada disso me satisfaz. Minha escolha é sempre ser categórico e demonstrar o quão humilde sou...
Peguei o elevador rapidamente, pois sabia que o trio que eu queria tirar fotos, há poucos instantes havia se encaminhado para o refeitório. Minha pressa foi tanta, que apertei o botão do térreo, ao invés de ir ao segundo andar. As portas do elevador se abriram, e entrou uma colega minha que estava voltando do dentista. Conversamos um breve momento. Desci no andar que eu queria e caminhei em direção as mesas. Chegando lá, encontro o trio que eu tanto queria tirar foto. Porém, e sempre há um porém, encontro mais uma pessoa junto...
Aquele homem é responsável por boa parte dos meus atuais problemas. Ele já confessou que exagerou, que as coisas tomaram uma proporção maior do que realmente são. Ele estava ali, tomando café com as pessoas que eu queria tirar foto. Num primeiro momento, pensei em desistir da foto. Mas, como eu já estava envolvido na situação, resolvi seguir adiante; puxei a câmera digital do bolso e convidei para uma foto. Ele ficou sem jeito: "Eu posso tirar a foto se vocês quiserem." Senti um aperto no coração, e fiz o certo: "Vamos tirar juntos?" Ele sorriu, levantou-se da mesa e caminhou para junto do restante dos colegas. Pedi para uma outra pessoa tirar a foto...
Tiramos 2 fotos. Na foto ficou evidenciado há felicidade daquele homem; sorridente e cheio de pose. Mais tarde alguém comentou comigo: "Que tiro na água..." Eu apenas respondi que devemos perdoar as pessoas. Todos nós estamos sujeitos há errar e cometer injustiças. Mas, pouquíssimos de nós, temos o dom de perdoar quem nos feriu. Tiraria uma foto com quem já te fez mal? Eu tirei e não me arrependo. Tenho certeza que ele se sentiu bem...

Eu preciso perdoar as pessoas, quem já me fez mal. Só assim posso ter esperança de ser perdoado. Não adianta querer perdão, se não tenho capacidade de perdoar. Quem nunca errou, que atire a primeira pedra. Gostaria de ser perdoado por alguém? Quantas pessoas já perdoou? Alimenta o espirito de vingança? Vingança só é legal em novelas ou em filmes. A vida exige o perdão. Se leu meu texto, se refletiu um pouco, vais aprender a perdoar. Caso insista nesse orgulho bobo, nunca espere o perdão de alguém. Tu só colhe o que planta; plantarás o perdão e receberás o perdão...

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Happy hour



É bom fazer um happy hour, para descontrair com os colegas após um dia árduo de trabalho. Fora da empresa, as pessoas costumam agir de forma natural, ultrapassando as formalidades existentes. Para ser sincero, desde que trabalho e estudo, nunca participei de um happy hour. Mesmo nos tempos de Zero Hora, onde tinha grande afinidade com a equipe; sempre bati meu ponto e fui para casa. Porém, por estudar e saber do assunto, sempre soube como me comportar nesses eventos. Dia 12/12/2013 foi meu primeiro happy hour...
Quando chegou às 18:00, apertei o botão e aguardei o elevador. Ao chegar no térreo, caminhei em direção à roleta; bati meu ponto e fiquei parado em frente a empresa, aguardando os demais colegas. Uma sensação estranha, afinal, sabia que estava prestes a sair com colegas de trabalho, que conheço há pouco tempo. O nervosismo tomou conta, atravessei a rua, caminhei até o balcão daquele bar e comprei uma carteira de cigarro. Saí do bar e retornei para frente da empresa...
Aproximadamente às 18:20 o pessoal começou a descer. Caminhamos pela Avenida Pereira Franco, em direção à Assis Brasil. Na esquina viramos a esquerda e seguimos em frente; atravessamos a avenida Souza Reis e, mais alguns passos, e chegamos no local do happy hour. Eu poderia dizer que era um bar como qualquer outro, mas não; músicas pop rock tocavam; havia quadros do Bob Marley; mesas amarelas na rua. Contudo, o que mais chamava atenção, eram as mesas de snooker profissionais. Lógico que o gestor e mais colegas pegaram os tacos e formaram duplas. Assim que começaram a jogar, senti certo aperto no peito: eu queria muito jogar com eles. No entanto, sentei e tomei meu refrigerante (Fanta laranja), apenas acompanhando com os olhos as jogadas...
O Thiago, o homem mais puro e inocente que já conheci, parecia perdido no ambiente. Convidei para que sentasse ao meu lado, para conversarmos um pouco. Enquanto conversávamos, o pessoal ao nosso redor se divertia com as jogadas bisonhas que aconteciam na mesa de snooker. Uma dupla ganharia todas, sem perder nenhuma: Dioni e Fabio. Não eram jogadores profissionais, mas tinham muita noção do que estavam fazendo. Enquanto ganhavam uma atrás da outra, carne assada e salsichão vinham como aperitivo.
21:00, mais ou menos, minha gata me liga. Questionou se eu iria demorar muito... 
Eu disse que ficaria um pouco mais. Quando retornei, percebi que, se ficasse mais, certamente chegaria muito tarde em casa. Decidi pegar minha pasta e ir embora. Antes de partir, abracei o Fabio e agradeci pela oportunidade, ressaltando que me diverti muito; a recíproca foi verdadeira. Despedi-me dos demais colegas e segui em direção à Assis Brasil. Peguei o ônibus Vila Elza, lotado, onde eu conhecia o motorista e viemos conversando...















Não bebi cerveja no meu primeiro happy hour. Se eu bebo? Raramente. Às vezes bebo com meu sogro, uma ou duas vezes por mês. Antigamente eu bebia bastante. Mas os tempos mudaram e meus limites também. Quem sabe na próxima, me arrisque a tomar uma cerveja. Não tenho medo de nenhum gestor, a questão é outra: conheço meus limites e respeito eles...    

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

As novinhas na parada de ônibus

17 de novembro de 2013


Um doce beijo sempre acontece no portão, momentos antes de ir embora; acaba meu fim de semana e me preparo para segunda-feira. Minha namorada sempre diz: "Me liga, quando chegar em casa." Ela gosta de saber que cheguei bem. Aquele domingo não foi diferente dos outros. Caminhei pela rua despreocupado, ciente que nada de mal poderia me acontecer. Passei pelo CTG e virei a minha direita, entrando na Avenida Maringa. Algumas crianças estavam em frente das suas casas. Segui em passos firmes em direção ao Tele Primas. Neste momento eu estava do outro lado da faixa, caminhando na contramão, na calçada, claro. Pensava apenas em descansar, assim que chegasse na minha casa...
Ao entrar numa esquina, de longe avistei o parque de diversões. Conforme caminhava, o Parque ficava mais próximo. Atravessei o Parque rapidamente; pessoas de diversas idades estavam brincando nos brinquedos. Em menos de 5 minutos cheguei na parada 48. A parada estava repleta de adolescentes de estilos próprios, com tatuagens à mostra. Fiquei parado em pé, observando tudo ao meu redor, enquanto aguardava meu ônibus. Tudo que eu observava era rotineiro no centro de Alvorada: muitos adolescentes querendo chamar atenção. De repente, uma situação me pareceu anormal...
Aquelas duas meninas passaram por mim e ficaram paradas, uns 15 metros de distância, mais ou menos. Elas estavam bem arrumadas, mas não disfarçavam a idade; no máximo, 20 anos. Ambas estavam de calça jeans, blusas curtam que mostravam a barriga. Bonitas as meninas. Olhei as duas e continuei com meus fones no ouvido, escutando uma música eletrônica; elas apenas faziam parte daquele ambiente. Então, do nada, um rapaz se aproxima; usava boné aba reta, camiseta, bermuda e tênis. No princípio achei que era amigo delas, mas pelas risadas percebi que não. Decidi tirar os fones de ouvido e prestar atenção na conversa: estava acontecendo uma paquera diante meus olhos; fiquei curioso para saber como a nova geração fazia para conquistar. Aquele moloque me desapontou em todas estâncias possíveis e imagináveis...
A conversa do moleque começou perguntando o nome das meninas. Porém, o que ele fez na sequência, demonstrou que é uma criança:
- Olha só, meu amigo quer ficar contigo. O que vocês acham de curtir com a gente?
Lógico que elas se negaram, e ele seguiu insistindo, com argumentos cada vez mais ineficazes. Ele se despediu e se afastou. Elas começaram a falar do quão infantil aquele rapaz tinha sido; davam altas risadas. Passado uns 10 minutos, o rapaz voltou acompanhado do amigo. Os dois tentaram de todas maneiras possíveis convencer elas. Mas não houve jeito, elas estavam destinadas a esperar o ônibus e voltar para casa. Quando eles foram embora, achei que tinham desistido. Pensei errado: um deles voltou e fez uma proposta maluca:
- Para onde vocês estão indo? Meu amigo está de carro, e gostaríamos de levar vocês. Somos do bem, e não vamos tentar nada. Era?
Elas recusaram o convite, disseram que preferiam esperar o ônibus. O amigo dele se aproximou, tentando ajudar a convencer. Mas as duas recusaram. Uma delas pegou o ônibus, e eles tentaram convencer há que ficou, sem sucesso. Depois de uns 5 minutos, eles partiram e não retornaram mais...

Fico pensando: E se elas entrassem no carro? Será que seria uma carona inocente ou tentariam algo? Caso não conseguissem, aceitaram o fora numa boa ou forçariam a barra? As novinhas acham que tudo é curtição, nem pensão nos perigos eminentes. Elas foram espertas. Ela me olhou e balançou a cabeça. Eu comentei: "Espera um pouco que eles foram buscar um avião." Ela sorriu. Conversamos um pouco, mas meu ônibus logo chegou. Não pedi Facebook, pois não fazia o menor sentido; indiquei meu blog, e disse que escreveria sobre o fato. Se ela visitou meu blog não sei, mas eis que escrevi...





domingo, 8 de dezembro de 2013

O dia que ofendi alguém sem querer


Eu trabalhava na QI (Escolas e Faculdades QI). Era janeiro, mês que muitos alunos ligavam para saber sobre rematrícula. Eu estava na secretária, auxiliando de uma maneira bem diferente. Como nunca trabalhei em uma secretária, o começo foi bem difícil. Mas eu tinha uma arma bem forte comigo: meu jeito de ser. Meus colegas não conheciam meu poder de comunicação, o quão eloquente sou. Fiz amizades não apenas com colegas de trabalho, mas também com alguns alunos...
Quando chegavam na escola, eu ficava torcendo para que não me procurassem, pois eu tinha medo de não saber atender suas necessidades. E o meu trabalho exigia excelência no atendimento. Como eu faria isso, sendo que sou novo neste tipo de atividade? Ser sincero, coerente, e pedir ajuda aos mais experientes, foram alguns ingredientes que me ajudaram, sem falar nas estratégias de defesa que usei. Algumas vezes os alunos me procuravam para pedir informações. Até aí tudo bem. Quando pediam algo que eu não sabia fazer...
"Meu nome é Mateus Silva, e sou novo aqui na secretária. O procedimento que estás pedindo, não sei fazer. Mas farei de tudo para ajudar. Vou pedir ajuda aos meus colegas, só peço que tenha paciência. Aceita um café?" Assim eu me desdobrava diante as situações. As pessoas sorriam e compreendiam; percebiam que eu queria ajudar mas não sabia como. Enquanto estive atuando na secretária, minha eloquência ajudou mais do que imaginei. Mas aconteceu um fato que chamou muito minha atenção...
Minha colega que ficava no balcão de atendimento, quando ia almoçar, automaticamente eu ficava no lugar dela; atendendo ligações e recepcionando tanto alunos, como as pessoas que chegavam para saber dos cursos. Tudo estava caminhando de forma natural, até que um dia atendi um aluno:
- Escolas e Faculdades QI, bom dia.
- Bom dia. Gostaria de saber quando é a rematrícula da turma de Gestão Comercial.
Informei o dia que a rematrícula começava. E, no final da ligação, me despedi como sempre faço:
- Tenha um bom dia e FICA COM DEUS.
Quando retornei do almoço, o secretário geral me procurou e disse que um aluno tinha reclamado de mim. Fiquei preocupado, porque não fiz nada de errado. O secretário falou qual era a reclamação. Fiquei chocado.
- O aluno ligou e perguntou se tu estava tirando onda com a cara dele, porque mandou ele ficar com Deus. Sei que é teu jeito de ser e agir, mas tenta evitar mandar os alunos ficarem com Deus.
Nossa... quanta ignorância. É a primeira pessoa que fica brava porque mandei ficar com Deus. Deus é ofensa? Será que se eu fosse ignorante ele iria gostar? Lidar com o povo é muito, muito complicado, mas nunca pensei passar por isso. O secretário geral é meu amigo particular; mesmo após sair da empresa, seguimos em contato...

O mundo está tão perdido, que até falar em Deus ofende...

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Deus sempre me escuta



Dia 03 de dezembro de 2013 eu surtei. Escrevi no meu Facebook coisas que não deveria ter escrito. Detonei comigo mesmo. Meus amigos e amigas, que me conhecem como um verdadeiro guerreiro, não aceitaram e enviaram mensagens de apoio de todos os tipos. Quem têm amigos, tem tudo. Eu tenho os melhores amigos que a vida poderia ofertar. Porém, como qualquer mortal, sofro e choro quando sou afetado. Pedi para Deus falar comigo. Meus ouvidos estavam atentos a tudo que me falavam. Eu sabia que Deus se manifestaria através de alguém que não conheço, ou que falo pouco. Aguardei a manhã toda, mas não ouvi a voz que eu precisava. Na parte da tarde, Deus colocou a pessoa certa no meu caminho...

O Administrador 


Fiquei sentado naquela mesa a manhã toda, praticamente. Meus pensamentos oscilavam entre executar uma ação ou simplesmente esperar um fato novo. Deus não havia se comunicado até então. Enquanto fiquei ali, perdido num espaço temporal estranho, as pessoas sentavam na mesa, conversavam comigo; solidarizaram com meu caso e ofereciam um ombro amigo. As lágrimas estavam contidas em minha face, mas custavam certo tempo para rolar até meus lábios...
Tomei uma decisão. Eu sabia que estava rumando ao desconhecido. A reação poderia ser qualquer uma quando minha presença fosse percebida. Tentaria fazer contato com alguém alto dentro da hierarquia; estava ciente das consequências. Antes de tentar a sorte, tomei um chá. Enquanto tomava, fiquei ensaiando um discurso mentalmente...
Discurso ensaiado. A questão era apenas levantar e seguir meu destino. Desci as escadas escuras, lentamente. Encostei meu crachá no sensor e atravessei a roleta. O sol batia forte no meu rosto. Botei a mão no bolso e peguei meu cigarro. Acendi e dei uma longa tragada, enchendo meus pulmões e soltando a fumaça; o veneno que estava em minha mente era mil vezes pior do aquela fumaça. Ao retornar, peguei o elevador e fui direto ao terceiro andar...
Abri aquela porta de vidro temperado e virei para esquerda. A porta que eu tinha que entrar estava poucos metros de mim. A porta estava aberta, mas a pessoa que estava lá era diferente da que eu imaginava. Bati na porta e pedi licença para entrar. Eu fiquei cara a cara com alguém de responsabilidades gigantescas, com amplos conhecimentos. Ficamos de conversar na parte da tarde...
Infelizmente, por um motivo ou outro, a nossa conversa não foi longa, pois haviam atividades que não podiam ser paradas. Respeitei e entendi. Mesmo assim, solicitou que eu sentasse e falasse o que estava incomodando. A conversa durou uns 15 minutos, mas foram 15 minutos que mostraram o caminho que eu deveria seguir. Resolvi meu problema em 15 minutos. Um problema que estava se arrastando por mais de 2 meses. Um Administrador me ajudou; falou na língua que entendo, sem nenhuma tentativa de invadir meu psicológico. Os administradores têm uma visão muito ampla de qualquer processo existente, enxergando detalhes que poucas pessoas veem...

Deus


Eu pedi para Deus falar comigo. Ele não falou. Mas colocou a pessoa certa no meu caminho. Basta ter fé e acreditar. Ontem eu estava entregue ao inimigo; hoje Deus me concedeu, não a vitória, mas sim, a sabedoria para saber agir. Não importa se está sofrendo, a beira da loucura. Mas fale com Deus, que com certeza ele ouvira e atenderá teu chamado. Deus não quer nada, apenas quer que acreditamos. Já pedi desculpas para meus amigos, pelo texto que escrevi, ontem, no Facebook. Deus me perdoou e me mostrou o caminho. Eu não sou evangélico, mas pratico a palavra de Deus de uma forma diferente. Algumas pessoas entendem, outras não. O importante é que Deus me entende. Obrigado, Deus todo poderoso, por colocar a pessoa certa no meu caminho e evitar que eu fizesse alguma besteira. Basta ter fé e acreditar...


segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

A melhor psicóloga do mundo





No dia 16 de setembro de 2008, conheci uma profissional diferente. Thiana Duarte é um ser humano como qualquer outro, mas com uma grande diferença: Ama o que faz. Quando ela me viu a primeira vez, eu estava de calça jeans e tênis, jaqueta da Adidas fechada até o pescoço; usava brincos e uma corrente de prata. Achava que estava lindo para o primeiro dia de trabalho no administrativo de uma grande empresa... 
Um dia, quando tive uma reunião com ela e a pessoa que me reabilitou do INSS, comentei sobre a maneira como as pessoas se vestiam dentro da empresa. Ela foi cautelosa e elegante: "Não tem nada errado na maneira que tu se veste. Com o passar do tempo, de tanto acompanhar o dia a dia das pessoas, mudará a maneira de se vestir. Isso se tu quiser, e se sentir vontade. Roupa não quer dizer nada. Tudo ao seu tempo..." Passou alguns meses e, realmente, mudei meu jeito de vestir... 
É a única psicóloga que deixei entrar na minha mente. Ela usou uma técnica eficaz para conseguir minha confiança; conversou e buscou entender meus problemas. Depois dela, nunca mais permiti que invadissem meu psicológico. Por incrível que possa parecer, sou fiel à psicologia da Thiana. Na verdade, tornou-se uma amiga e acompanhou minha desenvoltura profissional. Passado tantos anos, tantos acontecimentos, e meus sentimentos de gratidão seguem intocáveis. Ela sabe tudo que aconteceu comigo, pois não tenho medo de depositar total confiança; ela demonstrou em outras oportunidades o quanto extima minha amizade...

Trocando emails sobre mercado de trabalho, decido escrever sobre minhas angústias, o peso que carrego por erros passados; impossível retornar e corrigir, mas é possível fazer um futuro melhor. Ela retornou o email pedindo para eu entrar em contato urgente, e orientou a perdoar-me e dar uma chance de novas conquistas. Ela acredita muito no meu potencial e não cansa de dizer que tenho um futuro brilhante pela frente; ela diz que sou um funcionário ímpar...
Tenho inveja das pessoas que trabalham com ela. Queria ter essa chance, nem que seja uma vez. Hoje não estou mais no grupo RBS, nem ela. Mas sei que terei sempre o apoio, a psicologia sincera e honesta. Sem falar que tenho o celular dela, para quando quiser conversar e falar sobre o mercado de trabalho. Liguei apenas uma vez, por não querer incomodar com meus problemas. Sempre atenciosa, otimista e feliz. A melhor psicóloga do mundo eu conheci...

domingo, 1 de dezembro de 2013

Aprendendo a gostar de Rock



Em meados de 1999, conheci um cara que fez meu gosto musical mudar. Na época eu gostava muito de jogar fliperama e buscar novos desafiantes. Eu não sabia, mas havia um fliperama próximo da minha casa: bastava descer duas quadras. Comecei a frequentar todos os dias e, naturalmente, uma bela amizade nasceu entre eu e o proprietário. O nome dele é Márcio; estatura média, branco, bochechudo, usava óculos, e assim como eu, era apaixonado por games. Na locadora havia um rádio. Naquele rádio, durante o tempo que fosse só escutava-se rock: Guns N´ Roses, Metallica, Nirvana, Black Sabbath... Entre outras. Sempre gostei de músicas eletrônicas, pagode, rap, enfim, o tipo eclético. Portanto, ficar ouvindo aquelas músicas, era uma tortura, um sacrifício...
Com o passar do tempo, e com nossa amizade cada vez mais firme, sempre que o Márcio fechava a locadora, eu ficava lá dentro com ele; esperava ele tomar banho e saíamos caminhar pela rua. Eu não sei, não entendo, nem nunca vou entender uma situação a qual o Márcio me submetia. Talvez fosse um teste. Ou pura inocência? Toda vez que ele ia tomar banho, eu ficava no quarto dele esperando ele voltar. Porém, antes dele sair, guardava todo o dinheiro bem na minha frente; na última gaveta do guarda-roupa. Eu nunca mexi em nada. Se foi um teste, acredito que passei...
E quando ele saia do banho e ligava o rádio do quarto dele, adivinha o que ele ouvia? Exatamente: Rock. De tanto ouvir, comecei a gostar de algumas músicas. A primeira banda que gostei: Guns N´ Roses: Dont´ Cry. Até hoje escuto essa música. Depois passei a escutar outras bandas. O Márcio ficava emocionado contando-me sobre como as bandas começaram; mostrava os clips e fica repleto de orgulho. Era minha vez de mostrar a ele minhas músicas...
Não sei exatidar como aconteceu, mas o Márcio começou a escutar músicas eletrônicas. E, acredite se quiser: dançou pagode. Que loucura. Ele me ensinou a gostar de Rock, e eu ensinei ele a gostar de outras músicas. Quem sabe ele escutava apenas para agradar o amigo. Mas fingia bem, pois poderia jurar que ele gostava. O Márcio, meu grande amigo e fiel escudeiro. Tenho tantas historias para contar. Uma hora dessas escreverei sobre aquele 'pega' de moto com os guris, quando quase morremos esmagados entre uma Fiorino e uma Kombi. 125 km/h fizemos uma curva. Quanta loucura, quanta ousadia. Outra hora eu escrevo...
      Não é que nossa amizade acabou. Pelo contrário, ainda somos amigos, mas em outra proporção. O Márcio casou, tem uma filha linda; não podemos ficar mais colados um no outro. Ele tem 32 anos e eu 28. Somos velhos o bastante para saber lidar com esse tipo de situação. Sei que ele carrega no coração as inúmeras aventuras que vivemos juntos. Isto é amizade: compreender as razões do outro...