As pessoas nos surpreendem em diversas ocasiões. Mas aquele cara ultrapassou os limites, fazendo eu chorar lendo aquele bilhete..
Dia 01 de fevereiro de 2012 é uma data inesquecível; o dia que fui desligado da Zero Hora, meu primeiro emprego. Chorei muito, muito; estava ciente que meu mundo nunca mais seria o mesmo. Eu não sabia o que fazer, parece que uma parte foi arrancada de mim. Demorou muito tempo para aceitar que não faria mais parte da equipe. Dolorosa verdade, que trouxe um grande aprendizado, me levando a conhecer outras realidades, outras pessoas...
Eu tinha um colega que não éramos grandes amigos; ele dava risada das minhas piadas e eu das dele. Sempre houve uma relação amistosa, sem nenhuma espécie de problema. Algumas vezes discutíamos, mas em poucas horas já estava tudo bem. Um dia meu gestor convocou nós 2 para uma reunião. Chegando lá, o assunto não poderia ser outro:
- O que está acontecendo entre vocês? Se caso vocês não se toleram, terão que, no mínimo, se respeitar dentro da empresa. Lá fora vocês podem se matar, mas aqui não.
Meu colega olhou surpreso. Eu nem sabia o que dizer. Meu colega começou argumentando.
- Nada a ver. O Mateus e eu discutimos, às vezes, mas não é nada demais. Até estávamos brincando sobre futebol, assim que nos encontramos. Mas podemos maneirar...
Lógico que concordei com ele. Na verdade, sempre foi algo natural, nada que fizesse ele me esperar na saída para acertarmos a moda antiga. Não, o cara é muito educado, sabe se posicionar nas horas certas; o problema era quando me posicionava no lado oposto, questionando os argumentos...
Um dia emprestei um livro para ele ler. Eu sabia que ele não ia ler, pois estava sempre envolvido com os trabalhos da faculdade. Porém, quando fui desligado, eu pedi o livro de volta...
No dia da minha despedida, muitas pessoas da equipe estavam de folga, além de uma estar de férias. Eu chorei muito, sentado na minha estação de trabalho. Peguei o telefone e liguei para alguns ramais, e segui chorando copiosamente. Olhei para meu colega, e ele simplesmente alcançou o livro. Pensei comigo: "Estou indo embora da empresa, e nem assim ele demonstra algum tipo de emoção? É um trouxa..."
Chegando em casa entrei no MSN. Passado alguns minutos, ele me chamou:
- Como está?
- Triste, mas tenho que seguir em frente.
- Gostou dos R$ 100,00 que deixei dentro do livro? É para te apoiar neste momento difícil.
Nossa, o cara botou dinheiro no meio do livro? Não é que ele gosta de mim. Em pensar que julguei errado as atitudes. Ao abrir o livro, não encontrei dinheiro, mas sim, um bilhete. Após ler o bilhete, desabei em choro. Desse dia em diante, passei a respeitar muito, muito ele. Ele demonstrou um sentimento e tanto. Às vezes vou na Zero Hora rever velhos amigos, afinal, tenho passe livre na empresa e sou sempre bem recebido por todos. Não divulgarei o nome dele, mas divulgarei o bilhete. Te amo, meu querido ex colega de trabalho e sempre amigo.
E aí Mateusinho!
Quer dizer, Mateus! Acho que ta mais do que na hora de colocar o "Mateusinho" de lado...
Mais do que na hora de você colocar em prática as tuas vontades, para, aos poucos, ir conquistando tuas realizações materiais e não materiais.
Mateus, tu sempre fala em superação, não é?
Pois este é o momento!
Viva essa nova fase - mas viva com alegria!
Ficar se lamentando pelo passado é perda de tempo!
Te desejo muita paz e sucesso!
Abraço!
Fev/2012
É Matheus tu é um cara especial... ao mesmo tempo que passou por muitas coisas na vida, consegue ter as vezes a ingenuidade de um menino.
ResponderExcluirTenho certeza que a vida tem algo especial reservado pra ti meu amigo, e eu torço para que este momento chegue e não seja único.
um abraço kra.
Ederson Bassani
Obrigado, meu amigo. Não tenho palavras para descrever a emoção que sinto ao ler tuas palavras. Tu és a pessoa que mais converso na empresa. Fico feliz que tenha enxergado meu coração em um período tão curto. Grande abraço, meu amigo!!
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