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domingo, 10 de novembro de 2013

A cozinha

A garota mal educada...


Era para ser uma sexta-feira como qualquer outra. O relógio dizia que, em poucas horas, eu estaria na minha casa tomando meu café com leite. Estava tudo tranquilo. Calmo. O universo realizava meu pedido de uma sexta-feira sem complicações. Aproximadamente às 16:00 horas, costumo descer e tomar meu café. Café não, prefiro tomar um chá; dizem que acalma os nervos e, ultimamente, estou mais nervoso que o normal...
Desci as escadas escuras, ao invés de esperar o elevador. Antes de chegar na cozinha, atravessei o saguão, onde estavam pessoas sentadas, com copos de café na mão e sorrindo entre elas. Cumprimentei as que eu conhecia e segui meu destino. Toda vez que vou até a cozinha, em cima da mesa têm alguns pães. Após pegar meu chá na máquina de café, que custa R$ 0,30 centavos, caminhei em direção à cozinha, que fica alguns passos da máquina de café. Quando cheguei na cozinha, havia uma moça lá dentro...
Eu conheço ela de vista, e já tentei puxar assunto certa vez. Contudo, não fui muito feliz na minha tentativa; apenas respostas curtas para as minhas perguntas. Olhei para uma mesa e avistei um saco plástico, com um pão dentro. Um único pão. Será que ela comeria aquele pão? Como saber? Ainda mais que, em cima do saco plástico que o pão estava dentro, tinha uma banana; parecia um aviso: "Não mexa." Minha educação dizia que eu precisava perguntar se aquela garota era dona da banana, por mais que ela estivesse sentada em uma mesa mais afastada. Perguntei:
- Esta banana é tua?
Ela me olhou de cara feia, se limitando a um olhar de reprovação. E ainda seguia com o telefone na mão, encostado no ouvido. Repeti a pergunta. Ela me atacou.
- Como esta banana vai ser minha se estou sentada aqui?
Ela bateu no meu ponto nevrálgico: pessoas mal educadas.
- Apenas perguntei, quanta ignorância... Tá louco.
Desisti do pão e me encaminhei ao saguão, onde encontrei mais conhecidos para conversar e me distrair. Aquela resposta dela não saiu da minha cabeça. Cheguei a uma conclusão...
No mínimo ela estava discutindo com alguém no telefone. As pessoas têm esse problema, de descontar nos outros suas raivas e frustrações. Espero que ela tenha ficado bem; quem sabe eu servi para alguma coisa. É complicado lidar com essas situações. Um dia as pessoas vão entender, que não adianta descontar nos outros os problemas vividos; os problemas continuaram. Se todos resolverem descontar na primeira pessoa que verem na frente, o mundo vai se transformar numa guerra. O mundo já tem problemas faraônicos; procure tratar seus problemas de forma particular, sem descontar em ninguém...

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