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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Dona Santa

Minha mãe, minha rainha...



Minha vida poderia ser melhor, se meu pai fosse presente. Aliás, eu nem sei quem é meu pai biológico, apenas sei que tenho raízes em São Borja. Quem eu chamo de pai, quem me criou, na verdade é meu tio; irmão da minha mãe biológica. Mas sempre será meu pai, independente do que acontecer. A única mágoa que carrego, é ele ter se separado da minha mãe quando eu tinha apenas 7 anos de idade. O que ocasionou num fato incomum para um menino de 7 anos: rodar na primeira série. A falta que meu pai me fez, só não foi maior, devido a minha mãe adotiva, dona Santa, ser uma mãe acima da média, conseguindo preencher o vazio que meu pai deixou...
Eu não tive um pai para conversar sobre futebol, mulheres, carros... entre outras coisas. Um dia perguntei para minha mãe: "Mãe, sou gremista ou colorado?" Ela perguntou de qual cor eu gostava mais, vermelho ou azul. Respondi azul, e desde então sou gremista; não tive pai para influenciar no meu time do coração. Minha mãe me deu a melhor educação que um filho pode ter, mostrando-me os exemplos do dia a dia. Inúmeras vezes desejei um brinquedo novo, e ela sempre dizia que tínhamos pouco dinheiro, que no momento não seria possível. Depois de um certo tempo eu ganhava o brinquedo; às vezes não ganhava. Minha mãe é cabeleireira; mesmo beirando os 70 anos, segue firme e forte trabalhando: ela trabalha em casa...
Conforme a idade vai chegando, as dúvidas vão aumentando. Eu queria saber sobre mulheres, sobre como conquistar. Minha mãe acompanhou muitas falhas minhas com as mulheres, até que descobri um grande segredo: minha mãe poderia me dar qualquer dica sobre mulher que eu precisasse; uma mulher entende o que a outra quer perfeitamente.Será que se eu pedisse conselhos ao meu pai, me falaria como conquistar mulheres ou falaria de como ele 'acha certo' conquistar? Minha mãe me ensinou quase tudo que sei sobre mulheres. Mas minha vida teve muitas ocasiões que um pai era necessário...
Imagina, minhas dúvidas sexuais tive que perguntar para minha mãe. Lógico que ela não falou tudo detalhadamente, apenas dizia que, quando chegasse à hora, eu saberia o que fazer. Ela não poderia me ensinar certas coisas, naturalmente. O que importa, é que ela nunca desistiu de mim. Uma pequena historia sobre meu acidente, que poucas pessoas sabem:
Minha chances de escapar daquele acidente eram remotas. Minha situação era tão difícil, mas tão difícil, que os médicos tentaram praticar eutanásia: desligar os aparelhos e fazer meu coração parar de bater. Para tal procedimento, óbvio que precisavam da autorização da minha mãe. A decisão dela foi uma só:
- Enquanto o coração estiver batendo, tenho esperança que ele escape da morte.
Minha mãe não desistiu de mim nem mesmo quando os médicos desistiram. Ela acreditou em Deus verdadeiramente e confiou meu destino nas mãos do senhor...
Minha mãe é minha melhor amiga. Toda vez que tento escrever sobre minha mãe, as emoções são fortes e muitas historias me veem na memória. Não escrevi sobre como aconteceu minha adoção, né? Como ela me conheceu, e como eu pedia colo sempre que via ela. Também não contei sobre a doença muito grave que eu tive com menos de 1 ano de idade; aconteceu algo mágico naquele hospital. Talvez um dia eu escreva muito. É apenas uma pequena apresentação da dona Santa, a mãe que eu amo mais que tudo...

2 comentários:

  1. Emocionante, esta tua mãe é uma guerreira!!! Uma benção de Deus na tua vida!!!

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  2. Sou fã da mãe e do filho!!!Amo essa duplinha!!!

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