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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

A chuva e o desespero

Quando chove...

 

Porto Alegre, 11 de novembro de 2013. Às 06:00 minha mãe me acorda, com meu tradicional copo de Toddy. Ela faz um pedido diferente. Ela nunca fez este pedido: "Tem certeza que vai trabalhar hoje? Por que não fica em casa? A chuva está muito forte." Às 06:00 é difícil raciocinar. Optei por não ir trabalhar e voltar a dormir. Horas mais tarde, levanto, escovo os dentes e abro meu Facebook...
As notícias não me assustam: Avenidas, ruas, bairros inteiros alagados. Um verdadeiro caos. Fiz bem em ficar em casa? Sim, eu acredito que sim. Trocando emails com um colega de trabalho, informou-me que a empresa está ilhada; os colegas tiveram que fazer um esforço surreal para conseguir entrar. Acompanhando as notícias na televisão e em sites, quase toda cidade está alagada. O que comove, sem dúvida, são as famílias que perdem boa parte do que conquistaram; bens domésticos, imóveis, roupas... e por aí vai. Mas o que ocasiona tudo isso? Eu não recordo de tantas percas em outros tempos de chuva. O grande vilão disso tudo, está mais perto do que pensamos.

 

 O grande vilão...





A água da chuva deve, obrigatoriamente, ir para os boeiros, certo? Mas não é o que acontece. A água da chuva é suja? Reparem nas imagens, como a cor da água é escura. Então, fica mais que evidente, que os boeiros não são limpos a muito tempo. Quando é época de eleições, seja elas quais forem, o povo se preocupa com mil coisas, menos em limpar os boeiros. Aliás, por que os boeiros sujam tanto? Quem sabe, se tomar vergonha na cara e parar de jogar lixo no chão, certamente ajudaria bastante. Cobrem as pessoas certas, ao invés de ficar jogando pedra em tudo e em todos. Sim, estou me referindo aos políticos, que enxergam a cidade de forma maravilhosa. No município onde moro, Alvorada, as pessoas adoram promessas de asfalto. Quer ser vereador? Prometa asfalto, que muitos votos recebera. O dia que houver uma consciência comunitária, onde as pessoas votem por melhorias, certas coisas deixaram de acontecer. Mas cada um vota pelo que quer, pensando no próprio nariz. As ruas estão alagadas, famílias perdendo tudo. A culpa é da chuva? Cada vez que a previsão for de chuva vai haver este caos? O grande vilão somos nós mesmos, que aceitamos tudo que é proposto. Carrego a certeza que não conseguirei salvar o mundo, nem mudar a visão das pessoas. Mas minha parte eu tento fazer para ajudar. Eu voto em políticos que acredito que vão mudar a comunidade como um todo; não jogo lixo no chão: guardo no bolso, enquanto não acho uma lixeira. Pensa bem antes de votar. Pensa bem antes de jogar lixo no chão. Depois que houver alagamentos não chora. Nós somos os próprios vilões...


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