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segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Alexandre - O Gestor



Não conheci no mercado de trabalho alguém que tenha o perfil semelhante ao do Alexandre. Um perfil, praticamente, exclusivo. Um senhor com mais de 40 anos de idade, cabelo grisalho, olhos castanhos e um sorriso cativante. Entretanto, com um senso de humor invejável, parece um garoto de 20 anos querendo chamar atenção de todo mundo, repleto de piadas prontas e disposto a zuar nos momentos mais críticos. Não posso dizer que é o melhor gestor que já atuei, pois estaria desmerecendo e ferindo egos que tanto me ajudaram ou ajudam. Sem dúvidas, o Alexandre está entre os melhores que conheço no mundo corporativo.  Ele iniciou sua carreira jovem, dedicando-se ao mundo das vendas. Trabalhou como vendedor de carros importados durante 1 ano e 6 meses, apenas para adquirir experiência na carteira. Ciente do que queria e viria à se tornar, trabalhou no banco Santander por 2 anos e meio, e 2 anos no Sicredi, onde  ampliou conhecimentos sobre economia, investimentos; o mercado como um todo. Ele me ensinou sobre técnicas de vendas, técnicas de posse e muitas coisas valorosas. Para ser sincero, ensina até os dias atuais, basta eu ligar ou enviar um email. O que quero escrever e demonstrar, é um valor que ele me passou durante uma cruzada num corredor. Antes de chegar as vias de fato, vou descrever como é o Alexandre. Na verdade, vou tentar...
Quando o Alexandre entrou na Venda Avulsa, em março de 2010, como coordenador da equipe de Jornaleiros de Porto Alegre, me pareceu um cara um tanto estranho. Nos primeiros contatos, estava sempre quieto no seu canto. Uma vez ou outra, entrava na área de Planejamento para conversar com meu gestor, o Fernando Contini. (Depois apelidou, carinhosamente, de frey Nando. Não me pergunte o por quê.) Conforme o tempo foi passando, ele começou a ficar mais, digamos assim, 'engraçadinho'. No momento da sua evolução na equipe, pensei comigo: "Por que contrataram esse cara? Ele é meio louco."  É impossível não rir perto dele. Tudo era motivo para dar risada. Às vezes meu gestor estava concentrado, focado em números e na busca de uma solução. Do nada o Alexandre chegava e perguntava: "Fernando, eu já te falei aquele piada do índio com a melhor memória do mundo? Não? Vou te contar, então." E assim por diante. É o cara que quebra o clima pesado, que descontraí e diverte os colegas. Por trás de inúmeras piadas de loiras, português, bêbado... Existia um homem muito, muito inteligente e com a cultura elevada. Não se engane com o Alexandre. Têm duas graduações e duas Pós, sendo uma delas em Gestão de Pessoas. Como ele mesmo diz, gosta de trabalhar num 'ambiente leve'. Este é o cara que pediu para eu ter calma, paciência, que me puxaria para a equipe dele. Já relatei em outros textos e artigos que eu não soube esperar, que atropelei tudo e enfiei os pés pelas mãos. Inexperiência. O André comentava: "Não sei da onde o Alexandre tira essas piadas. Deve ficar o dia todo catando na internet. Não é possível." Lógico que ele respondia. Sempre em tom debochado e muito divertido. É um cara sensacional. Frases dele marcante: "Não sou lagoa para refrescar bunda de pato." "Não me interessa se o pato é macho ou fêmea, eu quero que bote ovo" Enfim, o legado que ficou e é aplicado...
Certa vez eu estava indo almoçar e encontrei o Alexandre retornando para sala. Sorridente, me desejou um bom almoço. Curioso como sou, resolvi fazer uma pergunta: "Alexandre, me tira uma dúvida: Tu está sempre motivado?" A resposta dele foi curta. Mas entrou no meu coração e na minha mente, de tal maneira, que nunca mais esqueci. "Mateusinho, eu estou sempre motivado. O dia que eu me desmotivar, saio da empresa." Dito isso, virou as costas e seguiu seu rumo. Durante muito tempo fiquei pensando naquela resposta, naquele estilo de vida. Queria aplicar e não conseguia. Moral da historia: Trabalhei desmotivado por quase 1 ano. Fui embora da empresa sabendo que poderia fazer mais. Contudo, o que o Alexandre me ensinou, apliquei e aplico frequentemente; busco estar sempre motivado, independente da situação. No Correio do Povo, por um motivo ou outro, fiquei desmotivado. O que eu fiz? Pedi para ir embora. O gerente do RH solicitou minha permanência. Agradeci, peguei minhas coisas e parti. Mais recentemente, no Grupo Apisul, busquei outra oportunidade no mercado e saí. Eu entendi que pessoas desmotivadas não vão dar o seu melhor no ambiente de trabalho. Agora, toda vez que fico desmotivado, sem pensar duas vezes peço para ir embora. É o que todo profissional deve fazer. Um recado para meus amigos...
Se está desmotivado e acredita que a empresa não merece teu esforço, peça suas contas e vá em busca de novos desafios profissionais. Não permaneça numa empresa por amizades, fundo de garantia ou seja lá o que for. Não faça gracinha para a empresa te demitir: faltas, atrasos, atestados. Tudo isso só gera desgaste de ambos os lados. O verdadeiro profissional evita desgastes desnecessários, porque sabe que o mundo dá voltas e o amanhã é um eterno mistério. Já pensou se precisa retornar para empresa? Vai ser difícil readmitirem um mal funcionário. As amizades que se faz numa empresa, permanecem se forem verdadeiras. Sou bem recebido pelas empresas que já atuei; sou bem visto por ex colegas e gestores. É uma dica de quem já trabalhou desmotivado. Grande abraço ao Alexandre, que me ensinou a trabalhar sempre motivado. Desmotivado? É hora de ir embora...


Eis o Alexandre...



Andando de Rolimã com o Valtemar. É uma figura.

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