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terça-feira, 3 de junho de 2014

A pior segunda-feira



Madrugada de sábado para domingo, mais de 02:00 da manhã. Eu estava pesquisando sobre aplicativos para meu Smartphone. Cada vez que encontrava um aplicativo interessante, abria meu face e deixava uma mensagem para Camila, minha namorada querida; usaria a internet dela para baixar os aplicativos. Entre um copia e cola, e outro, eis que me chamam no bate papo. Fiquei muito surpreso: quem me chamaria de madrugada? A Camila estava acordada? Mas ela dorme cedo! Era meu colega de trabalho, trazendo uma notícia nada agradável. Eu queria que fosse mentira. Não só eu, mas todos colegas do Cadastro...
"Tu sabe da Lamone?" Não vi nenhuma maldade na pergunta. Apenas respondi: "Não sei. Não tenho ele no face." O que ele me disse segundos depois, fez meu coração acelerar... Fiquei sem reação. "Ela faleceu." Que? Não é possível, tem que ser brincadeira. O Launi disse que, infelizmente, ela sofrerá uma parada respiratória. Imediatamente chamei a Janice, que estava conversando com meu colega. Questionei logo: "Me diz que o Launi está brincando. Diz que está tudo bem." Ela ratificou tudo que o Launi havia dito anteriormente. Meus olhos se encheram de lágrimas. Que vida injusta. Muito, muito cruel. Não posso ser hipócrita para dizer que éramos grandes amigos, mas ela sempre me tratou bem, com aquele sorriso lindo que ficará na memória de todos. Uma menina, uma mulher, dona de casa e mãe, apesar de ser jovem: 23 anos. A segunda-feira seria péssima...
Ao chegar na empresa, como de costume, fumei meu cigarro calmamente. Alguns minutos depois, o coordenador Diogo chegou, cabisbaixo, apenas acenou em minha direção; era nítido que estava abalado. Eu sabia o clima que encontraria assim que chegasse no setor. Observei o Éder atravessar a rua e caminhar onde eu estava. Conversamos um pouco, toquei meu cigarro fora e subimos. Após sairmos do elevador e entrarmos na sala, o Éder foi para seu setor e eu para o meu. Uma cena marcante: A Jéssica abraçando a Fernanda, e juntas chorando copiosamente. Silêncio. Simplesmente, silêncio. Olhos vermelhos, semblantes sérios, como se esperassem alguém que não mais viria.  O sentimento existente no ambiente tomou conta de todos. Neste dia não houve piadas, brincadeiras... Nem um único sorriso. Cobranças referente ao trabalho, também não existiram. Um grande choque para todos, que jamais imaginavam uma perca deste tamanho. Mais ou menos às 16:00 horas, os coordenadores ordenaram que a operação parasse. Ficamos todos unidos na sala, ouvindo uma breve oratória sobre nossa perca. Damos as mãos e escutamos nosso coordenador Talles, que é Cristão, orar pela Lamone. Depois rezamos um pai nosso. Um momento que ficará para sempre no meu coração...
A Lamone deixou um legado. Paz, alegria, persistência; lutou para ser Técnico 2, e conseguiu. O legado que deixaste, além das palavras anteriores, reforçou uma teoria minha, que busco aplicar constantemente: dizer mais vezes o quanto as pessoas são importantes. Amar mais vezes, ao invés de de sentir inveja ou outro sentimento negativo. O amanhã pertence a Deus, a vida é muito curta; nunca saberemos nosso futuro. O Cadastro nunca mais será o mesmo, sempre faltará alguma coisa. Vamos seguir nossas vidas sorrindo, pois é a melhor forma de lembrar dela, do que ela significou e representa nos nossos corações. Lamonier, como diria o Gustavo, apelido carinhoso que marcou as muitas tardes divertidas. Que ela descanse em paz, que esteja num plano melhor, onde nos encontraremos novamente, um dia, cedo ou tarde. Lamone eterna...



2 comentários:

  1. Acredito que onde estiver...irá ter orgulho de suas palavras... Abraço brother!
    Will Souza

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    1. Palavras sinceras. Muitas pessoas homenagearam ela, a melhor forma que encontrei, foi escrever o que senti e sinto.
      Grande abraço.

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