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sábado, 21 de julho de 2018

Woods




A turma da minha namorada decidiu fazer uma festa para os 100 dias dos formandos. Conseguiram entradas para uma das melhores festas de Porto Alegre (se não for a melhor), a Woods. Quando minha namorada me informou, fiquei um tanto assustado. Primeiro, porque não sei me vestir para festas de tal calibre; segundo, porque custa caro. Ela buscou me acalmar, explicando que tinham conseguido meia entrada. Raramente digo não para Camila, e sei que o momento é mega importante para ela. O processo era simples: Os cards seriam vendidos a 10 reais. Apresentando o card pagaria 25 reais; sem o card, 50 reais. Convidamos um casal de amigos. Na festa estaria a produtora, tirando fotos e filmando os formandos e seus convidados. Com que roupa devo ir? Simples, mas sem perder a elegância: calça jeans, sapato bico fino, camisa bordo e blazer. Certo que não é uma roupa para "curtir" funk, porém é meu estilo e não abro mão.
A festa estava programada para começar às 23 horas. Eu não sabia nada do que poderia acontecer.  Estava ciente que teria um show de um tal de MC Dedé, que nunca ouvi falar. Em nome do meu amor aguentaria uma noite de funk.  Em compensação, conheceria a Woods. Para chegarmos lá, contratei um amigo/vizinho que trabalha na Uber e cobrou um valor dentro do orçamento previsto. Além disso, no caminho, ficou falando sobre o bairro Boa Vista e das pessoas que ali moravam. A massa era formada por empresários e outras tantas pessoas importantes. Chegamos na Woods! Ao descer do carro, olhar aquelas pessoas, a atmosfera do ambiente externo, não demorou muito para ficar vislumbrado. Peguei a mão da Camila e caminhamos em direção as suas colegas que estavam na fila. A partir de então, comecei a analisar tudo que poderia, cada acontecimento: as roupas, as decorações, os seguranças, os processos de entrada e saída, as pessoas. Como imaginei, a festa não começou às 23:00. Demorou mais de 30 minutos para entrarmos. Quando o segurança me revistou, já reparei num processo que não conhecia. Ao entrar imaginei que ouviria muito funk. Estava extremamente errado, o que alegrou minha noite. Escreverei o que vivenciei na Woods. Adorei.

Do outro lado da rua tem um posto de combustíveis. Um posto muito lindo, com uma loja de conveniência acima dos padrões. Do lado, uma farmácia e outros comércios. Avisei a Camila que queria ir ao banheiro e fui à loja de conveniência. Retornando, fiquei feliz ao analisar os homens da festa: a maioria usava jeans, sapato e camisa social. Já acertei no figurino. Perfeito! As mulheres me surpreenderam. Sexta-feira, 13 de julho, estava frio. Entretanto, as mulheres usavam saias, vestidos e até shorts. "Tu deverias ter vindo de saia", comentei com a Camila, que estava linda e elegante, de calça jeans, uma blusa, um casaquinho e salto alto (que não era tão alto).
Os seguranças usavam ternos pretos e camisas da mesma cor. Elegantes. De repente, um colega da Camila argumentou alguma coisa com o segurança. Ele ficou de verificar. No seu retorno, falou que os formandos entrariam pela fila dos camarotes, junto aos seus acompanhantes. Os demais convidados entrariam pela fila normal. Porém, uma colega da Camila reservou um camarote para ela e seus convidados. A fila estava cheia de amigos e amigas dela; bem mais que os formandos. E eu ali, observando tudo ao meu redor e aguardando o momento de entrar e conhecer o ambiente. Então, o segurança liberou a entrada.
Ao me revistar, ele pergunta se tenho uma carteira de cigarro aberta; provavelmente viu eu fumando fora da fila. Respondi que tinha uma aberta e outra fechada. Pediu para ver. Ele olhou atentamente; abriu a carteira de cigarro para ver se tinha algo dentro. Depois, somente analisou a fechada e deixou eu seguir em frente. Avistei o Gustavo e a Pâmela entrando pela outra fila. Caminhei e avistei de longe um balcão, com computadores e recepcionistas. Fui para fila normal, enquanto a Camila ficou na fila dos formandos. A recepcionistas era gentil e direta ao ponto. Entreguei minha identidade e o card que concederia o desconto. Ela me cadastrou no sistema, pegou meu número e entregou um cartão magnético; a consumação. Ao me virar, notei uma escadaria e nela estava um segurança. Acho que seria a entrada para os camarotes. Nós subiríamos as escadas ou atravessaríamos uma porta giratória que tinha logo a frente? Aguardei a Camila junto com o Gustavo e a Pâmela. Não demorou muito para Camila chegar. Ela entregou sua consumação para mim e pediu para eu guardar; estava cinte que, se perdesse, poderia gerar um problema desnecessário e resolvi colocar dentro da carteira.
Peguei a mão da Camila, o Gustavo pegou a mão da Pâmela e nos encaminhamos para porta giratória, conforme orientação de um segurança; a produtora já estava aguardando num lugar reservado. Assim que atravessamos a porta giratória, do lado esquerdo na parede, havia uma espécie de pôster bem grande. Ou melhor, um plano de fundo para as pessoas tirar fotos. Pensei seriamente na possibilidade de parar e tirar uma foto, mas julguei desnecessário e segui em frente. Chegando no salão lembrei imediatamente da minha adolescência, quando saia de noite com meus amigos e minhas amigas. Aquele salão me remetia para os tempos de União, em Alvorada. A diferença é que o União é maior, e tinha duas pistas de dança. Ali, só havia uma. Agora poderia analisar a festa em si, e claro, curtir bastante.

O primeiro passo foi encontrar a produtora. Não foi difícil; estava do lado direito de quem entra, próximo a chapelaria. Havia um pequeno camarote, que, pelo que entendi, o acesso era livre; talvez, somente talvez, por isso os formandos entraram antes. As colegas da Camila começaram a tirar fotos. Eu sentei e aguardei. Enquanto isso, o Gustavo e a Pâmela estavam do outro lado, pegando uma bebida. A Camila e eu tiramos uma foto. Eu gosto de tirar foto beijando. Perguntei para fotógrafa se podia tirar foto beijando. Ela aprovou e já beijei meu amor. Então, a Camila pediu para que chamasse o Gustavo e a Pâmela para tirar foto com ela. Atravessei o salão e fui lá chamar eles. Nós três posamos para as fotos, com a finalidade de marcar aquele momento especial. Enquanto isso, a música tocava de forma alucinante. Músicas antigas com batidas atuais; músicas atuais com batidas alucinantes. Eu estava eufórico. Peguei o celular e comecei a tirar fotos e filmar. Meu grande problema surgiu: não sabia postar mais de uma historia no Instagram. Que desespero! Minha comunicação nunca me deixa na mão, alinhada ao meu poder de observação.
Fomos para pista e começamos a dançar. Nem parecia que a Camila e eu namoramos a quase 7 anos. Fiquei agarrado e beijando muito. Conforme o tempo passava, a festa enchia cada vez mais. Em determinado momento chamaram os formandos para mais uma sessão de fotos e um brinde; só os formandos. Fiquei dançando com o casal de amigos, tirando fotos. De repente, notei que uma colega da Camila estava com um Iphone tirando fotos e postando no Instagram. Não pensei duas vezes, chamei ela e me apresentei. Perguntei como poderia postar historias no Instagram, argumentei que só sabia postar uma. Devido ao som alto, ela não me entendeu. Imediatamente tirei o meu Iphone do bolso e mostrei para ela; em menos de 10 segundos ela entendeu e já estava me explicando como fazer. "Sou muito burro", pensei. Tem o ícone de uma câmera bem em cima, era só clicar ali. Agradeci e fiquei tirando fotos e filmando; até me arrisquei entrar ao vivo, mas não gostei e apaguei. Passaram-se uns 15 minutos e a Camila retornou. Ficamos dançando e, lógico, beijando muito. Aquelas músicas estavam demais.
Um garoto passou por mim e me empurrou, fui para cima da Camila. Alto, magro, vestia um moletom cinza. Não gostei. Mas vi que ele logo se posicionou para tirar uma foto com seus amigos. Talvez, na pressa de tirar foto, acabou me empurrando. Para sorte dele sou mais velho, tranquilo. Senão, certamente quebraria a cara dele. Sentiria a fúria de um deficiente. Apanharia de um homem que só mexe um braço; seria constrangedor para ele (risos). O que importa é a festa, sem essa de confusão por besteira; e nem tenho condições de suportar uma briga. E a festa estava ótima. Muita gente bonita; homens e mulheres. Um detalhe saltava os olhos: mais mulheres do que homens. Elas dominavam a festa. Só mais uma observação entre tantas, porque só queria curtir a festa com meu amor e mais nada.

E o funk começou. Até que era um funk diferente, que agitava a festa e tinha umas batidas muito legais. Mas funk sempre é funk. Olhei o relógio: quase 03:00 da manhã. "Vamos embora", conversei com a Camila e o casal de amigos. Quando nos encaminhamos para saída, a Pâmela lembrou que tinha deixado seu casaco na chapelaria e entrou na fila para pegar. Enquanto isso, a Camila e eu esperávamos um pouco afastados da fila.
Tinha uma menina alta, com uma saia bem curta, encostada na parede que servia de plano de fundo para fotos. Daí, apareceu um garoto, conversou um pouco e beijou. Ele encostado na parede. Que beijo. Estava preocupado com o que poderia acontecer, entretanto, outra cena perto do banheiro das mulheres estava acontecendo que chamou minha atenção. É uma estratégia muito velha (eu nunca usei, mas já vi muitos homens fazendo). É simples e idiota. O homem fica parado perto do banheiro das mulheres, quando elas saem, eles pegam na mão (às vezes vão além da mão) na expectativa de conseguir um beijo. "Ela fez xixi, agora é tudo mais fácil", é o que devem pensar. Não existe lógica nessa estratégia. E os seguranças chegaram; o rapaz estava cambaleando de bêbado. Tentou argumentar alguma coisa. O segurança se irritou e ordenou que saísse, dando um soco na costela do rapaz; doeu em mim. Foi um soco discreto que poucas pessoas notaram. Os amigos do rapaz chegaram, conversaram com o segurança e se afastaram, junto com seu amigo. Não demorou 5 minutos e já havia outro rapaz perto do banheiro das mulheres, usando a mesma estratégia. Com certeza alguma mulher reclamaria com o segurança e tudo recomeça.
Quando o casal retornou, a Pâmela com seu casaco, passamos pela porta giratória em direção à saída. O Gustavo e eu fomos para fila pagar as consumações; muitas pessoas estavam indo embora. Assim que saímos para rua, olhamos o movimento e mais pessoas estavam prestes a entrar; muitas pessoas. E a maioria, mulheres. Fomos para o posto pegar o carro do Gustavo. A festa tinha acabado para nós. Uma experiência incrível.

Resumo sobre a Woods: Uma festa sensacional, com pessoas bonitas e um ambiente maravilhoso. A organização dispensa comentários. Uma administração perfeita, processos simples e eficientes. A Woods fica localiza num bairro nobre, portanto, para curtir a festa é preciso estar ciente que vai gastar um dinheiro considerável. Eu não bebo (raramente), a Camila e o Gustavo também não. A Pâmela bebeu uma caipira. Não sei dizer o preço das bebidas, mas sei que a caipira é 20 reais, uma garrafa de água é 10 reais. Os "famosos Kit" devem ultrapassar 300 reais; o camarote superior deve ser 100 reais ou mais. Se uma água é 10 reais, uma cerveja deve ser 20 ou 25. Não sei dizer exatamente e não quero chutar, apenas uma lógica, que pode variar para mais ou menos. Se for na Woods com muitos amigos e muitas amigas, se todos dividirem, vai sair barato e podem amanhecer bebendo e dançando. Conheci a Woods num dia de Show de Funk. Se tivéssemos ido uma semana antes, poderíamos curtir o show dos Inimigos da Hp; grupo de pagode que gosto. Também têm shows sertanejos. Não tenho dúvida que nesses eventos tudo é mais caro. A oferta aumenta para controlar a demanda. Normal! Se eu recomendo? Com certeza. Se não é a melhor festa de Porto Alegre, deve estar entre as 3 melhores. De acordo com meu ponto de vista e analise, acho difícil uma festa ter tanta organização. Parabéns aos Administradores.


CRÍTICAS, ELOGIOS OU SUGESTÕES:

mateuspazz@gmail.com




Na saída.


Beijos no meu amor!





Uma música sensacional.




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