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sábado, 4 de janeiro de 2014
Corte de cabelo gratuito
Ao descer do ônibus, devido há uma dor estomacal, não acendi o cigarro costumeiro e caminhei direto para casa. Quando cheguei, minha mãe me recebeu como sempre: sorriso no rosto e perguntou como foi meu dia. Relatei que, apesar dos contratempos, tudo havia transcorrido de maneira perfeita. Perguntei como foi o dia dela. O que ela me falou deixou-me um pouco preocupado. "Esteve um cara no portão hoje. Eu nunca tinha visto ele na volta. Me chamou e pediu para dar um 'apoio' para ele; queria que eu cortasse o cabelo dele de graça. Eu disse que não podia, que estava doente. Ele mandou eu ir para o hospital se estivesse doente e foi embora resmungando." Chamei atenção da minha mãe, dizendo que deve ficar com o portão chaveado nesta época do ano. Conversamos mais um pouco e entrei para meu quarto...
Estava muito cansado, liguei o computador e abri direto meu Facebook. Acompanhei o que meus amigos estavam postando. Como eu curto alguns veículos de comunicação, no meu feed aparece as últimas notícias. Li alguma coisa sobre o Grêmio. Então, levantei e comecei a me preparar para a academia. Botei minha calça e troquei de camisa. Antes de ir para academia, fui escovar os dentes. De repente, minha mãe abriu a porta do banheiro.
- O cara que esteve de tarde no portão, está ali em baixo da arvore, ele e mais 2.
- Não vou mais para academia.
- Vai sim. Eu vou chavear o portão e vou para Sueli tomar chimarrão. Só vou atender mais um freguês.
- Perdi a vontade. Não estou muito bem do estômago. Melhor ficar em casa.
- Tu que sabe...
Retornei para meu quarto e botei uma bermuda. Peguei meu cigarro que estava perto do computador e saí. Passei pelo salão, cumprimentei o freguês e me encaminhei para esquina de casa. Puxei um cigarro do bolso e acendi. Olhei para minha esquerda e avistei três caras parado perto de uma arvore, conforme minha mãe havia descrito. Eu fumava e olhava na direção deles; a arvore impedia que eu identificasse o rosto deles. Passou alguns momentos e ouvi uma voz: "E aí mateusinho, beleza?" Um dos três eu conhecia. Cumprimentei e segui na expectativa de reconhecer os outros dois. Nada. Meu vizinho saiu para rua e se aproximou de mim. Contei para ele os fatos, o que eu estava fazendo parado na esquina. Ele olhou os três e reconheceu, afirmou que era gurizada da banda. Enquanto conversava com meu vizinho, minha mãe saiu de casa e veio falar com nós. Disse que não era nenhum deles...
Caminhei com minha mãe até o armazém da esquina, para ver se encontrava o tal sujeito. Nada. O dono do armazém disse que é um cara que saiu a pouco da cadeia e que estava bebendo o dia todo. Ou seja, um chinelo qualquer, achando que pode intimidar alguém dizendo que saiu da cadeia. Voltamos para casa. Beijei minha mãe e fui para academia. Tranquilo. Sabia que ela estaria na vizinha tomando chimarrão e, provavelmente, o cara não retornaria. Ele deu sorte...
Não sou bandido. Não sou drogado. Não sou policial. Mas conheço bandidos, drogados e policiais; me dou bem com todo mundo. Me criei na Salomé e acho um absurdo alguém falar algo para minha mãe. Não aceito. Eu só preciso fazer uma ligação. Eu só queria ver a cara do vagabundo, para poder tomar providências. Da mesma forma que respeito todos, exijo respeito. Eu nunca mexi com ninguém, por saber que o retorno poderia ser cruel. Então, como ousaram mexer com minha mãe? Acham que por que sou deficiente pode mexer que não dá nada? Não é bem assim que a coisa funciona...
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