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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Central de Cópias 2



Quando o Thiago comunicou que sairia de férias, meu desespero foi total. O Thiago é um anjo, um amigo muito, muito especial. Evitou que eu fizesse besteira num momento de total desespero. O pior de tudo, é que ele avisou faltando 3 dias. Devido há uma falha administrativa, ele precisava sair de férias rapidamente. E quem substituiria o Thiago? Um tal de Serginho. Eu não quis nem saber; queria que o Thiago ficasse de qualquer jeito.
- O Serginho é um cara legal, engraçado. Tenho certeza que tu vai gostar dele. Vai até me esquecer.
- Nunca. Independente de quem for o Serginho, ele não é um anjo. O cara é do mundo, que nem eu. Não vai dar certo.
Assim foi meu dialogo com o Thiago, a respeito do seu substituto...
O Serginho deveria ter aparecido na quarta-feira. Não apareceu. Na quinta-feira, também não. "Que cara irresponsável, nem apareceu para treinar com o Thiago." O pensamento era inevitável. Porém, na sexta-feira, último dia de trabalho do Thiago, lá estava o tal Serginho. Tenho que admitir que o rapaz era estiloso: Careca, usava brinco e corrente de prata; barba, mas sem bigode. Tratei logo de cumprimentá-lo. Me afastei dos 2 e fiquei observando; me pareceu inofensivo. O Thiago foi fazer um atendimento numa impressora do Financeiro e nos deixou sozinhos na sala. A conversa foi básica: idade, onde mora, tempo de empresa... blablabla. Pareceu ser um bom rapaz. Antes de bater meu ponto e ir embora, me despedi do Thiago e desejei boas férias. Olhei para o Serginho e disse: "Segunda é nois." E segunda meus conceitos começaram a mudar...
Aconteceu o que eu não esperava. Conforme conversava com o Serginho, percebia que ele se parecia muito comigo, que gostava das mesmas coisas e que tinha experiências semelhantes. Além do mais, ele tinha um costume peculiar: ficava o tempo todo mexendo no celular. Eu brincava com ele: "Einstein disse: O dia que a tecnologia superar a interatividade humana, vai nascer uma geração de idiotas." Ele dava risada, mas não largava o celular. O aplicativo que ele tanto mexia: Whatsapp. Ficava boa parte da manhã conversando com seus amigos. Para ser honesto, ele conversava muito mais com amigas. O rapaz se dá bem com as mulheres; gosta de uma boa conversa, o que é muito natural...
Eu entrava dançando na Central de Cópias. Ou cantando. O Serginho me olhava e dizia: "Etcha lêle." Ao cantar uma música que ele conhecia, acompanhava; ele regula de idade comigo, ou seja: conhecia as músicas que eu cantarolava. E quando eu dançava? Ele baixava a cabeça de tanto rir. Mas estimulava. "Mete aquela do passinho pra trás. Essa é foda!" Ele dizia que era passinho de 15 anos ou de festa de casamento. Realmente, ele é da mesma época que eu. O Serginho, nos 20 dias que trabalhou no lugar do Thiago, me mostrou uma série de valores que eu havia perdido. Agradeço, e muito, pelo Serginho ter cruzado meu caminho. Uma amizade valorosa, que levarei para toda vida...





Descrever o Serginho não é difícil. É um cara muito, muito engraçado. Mostrou-me vários sites divertidos. Um que gosto, e recomendo: http://www.ahnegao.com.br/ sem falar nos outros. Quando eu ficava rindo de alguma situação, ele dizia: "Que é isso, tá maluco. Vai devagar, negão." E risos e mais risos. Hoje sinto falta dele. O Thiago é o Thiago, e sempre será. Mas o Serginho deixou sua marca. São duas pessoas diferentes. Se eu pudesse, trabalhava com os dois. Serginho, tu é o cara, e tá grande no meu conceito...


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