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domingo, 22 de maio de 2016

O Primeiro Discurso




Meu primeiro discurso aconteceu no ano de 2007, na formatura do Ensino Médio. Fui escolhido como orador, de forma unanime, afinal, tinha um ótimo relacionamento com meus colegas e não andava com nenhum grupo específico. Naquela época, era metido a escrever. Digo "metido", porque não tinha noção dos tempos verbais, uso adequado das palavras, pontuação e tudo que um bom Português exige. Entretanto, eu já sabia expressar meus sentimentos e fazer as pessoas prestarem atenção nas minhas palavras. De 2007 pra cá, tive outras oportunidades de discursar: Orador na formatura do Ensino Técnico; 2 palestras motivacionais no Hospital Cristo Redentor; e mais duas participações no Grupo Apisul, durante palestras para os colegas, falando sobre Modelo Mental. Na atualidade posso ratificar que tudo evoluiu, desde minha escrita até a forma de expressão perante o público. Houve um acontecimento na formatura de 2007 que ficou gravado na minha memória. No final do texto, publicarei meu primeiro discurso, sem alteração e com os erros de Português. Claro, algumas fotos; mudei muito desde 2007. O primeiro discurso, impossível esquecer.


O último ano do Ensino Médio foi repleto de aventuras. Deficiente físico, louco para acabar os estudos e "curtir a vida". Mais tarde descobriria que os estudos não tem fim. Extrovertido e próximo de todos, lancei meu nome como orador da turma na formatura que se aproximava. Antes disso, já estava envolvido com os preparativos para o grande evento. Não enfrentei resistências e fui escolhido sem dificuldades. Todavia, meus colegas ficaram desconfiados sobre o que eu escreveria. E com razão. Seus pais estariam presentes, familiares e amigos. Solicitei para minha professora de Português, Janaína, que avaliasse meu texto. Foram vários dias pensando, raciocinando uma forma de demonstrar, não só meus sentimentos, como também dos meus colegas. Levei à professora muitos textos e ela corrigia minhas expressões. Até que um dia, finalmente, meu discurso estava pronto. Eu só precisaria ensaiar minhas palavras, o que pratiquei muito de frente para o espelho e enquanto tomava banho. Certa vez li para minha mãe e uma vizinha, repleto de orgulho e totalmente confiante. Seria muito simples. Bastava subir no palco, ler e receber aplausos. Fácil. Não tem como errar, pois eu escrevi. No dia da formatura, tudo que eu imaginava não aconteceu e fui traído pelo meu coração.


Estava sentado observando os demais oradores e seus textos baseados em grandes escritores. A Lisiane, minha colega, perguntou se eu não queria que ele lesse junto. Certamente ela perceberá meu nervosismo. Agradeci e neguei, afirmando que estava preparado. Antes do meu discurso, fizeram algumas homenagens. E aí começou minha emoção. A Telma subiu no palco, com um boque de rosas, e disse que a turma gostaria de homenagear um colega especial. Assim que ela começou a falar, percebi rapidamente que suas palavras eram direcionadas para mim. Ela me chamou e subi no palco, com os olhos lacrimejados. Recebi muitos aplausos. A Telma entregou as rosas e me abraçou forte. Então, calmamente, retirei do bolso da calça o papel onde estava meu discurso. Chegará o grande momento. O público estava cansado, pois os demais oradores haviam feito discursos longos. Ao chegar perto do microfone, confiante, falei assim: "Meu discurso não vai ser longo." Muitos gritaram de alegria. Decidi emendar: "Queremos festa!" Pronto. Felicidade total entre os presentes. Ao desenrolar o papel, minha mão esquerda tremia e meu coração estava acelerado. A partir de então, o que havia imaginado em casa, na frente do espelho e durante o banho, simplesmente desapareceu dos meus pensamentos. Tentei ficar calmo e seguir adiante. O primeiro paragrafo li com certa facilidade. Depois, aconteceu o que jamais imaginei.


Não seria possível errar na leitura de um texto da minha autoria. Inimaginável. Meu coração seguia pulsante. Ele estava feliz. Porém, em alguma linha do segundo paragrafo, meu coração resolveu se calar. Minha voz parou. Fiquei travado, quase chorando. Eu olhava para meu discurso e não sabia onde havia parado. O papel parecia estar em branco. O público ficou em silêncio. Parecia que eu estava em outra dimensão, num mundo paralelo. Não tinha coragem de levantar a cabeça e olhar as pessoas. Tudo não durou mais de 20 segundos, contudo, para mim, parecia que estava horas calado. Meu coração retomou seus batimentos. De forma mágica, as palavras ficaram visíveis diante meus olhos e voltei a ler, exatamente de onde havia parado. Terminei o texto e recebi muitos aplausos; as pessoas gritavam meu nome. Antes de descer do palco, pedi licença para os demais formandos, mas existiam palavras que não estavam no meu discurso que gostaria de dizer. Homenageei minha mãe, agradeci por tudo. Mais aplausos. As coisas não saíram como imaginei, mas devo admitir que tudo terminou da melhor maneira possível. Dia 04 de março acontecerá a formatura do Ensino Superior. Espero que meus colegas permitam que eu seja orador. Vou amar escrever um discurso sobre EAD e as fases que passamos juntos. Que assim seja.



A turma 303



Um ano feliz para grande maioria dos alunos, todos estudaram, fizeram provas, trabalhos, se dedicaram.
Mas infelizmente nem todos passaram, alguns terão que repetir o terceiro ano, pois quem estuda de noite geralmente trabalha e muitos não agüentam a jornada de estudar e trabalhar. A turma 303 pode não ter sido a melhor turma da escola Senador Salgado Filho, mas foi uma turma inteligente, extrovertida, que cativou a maioria dos professores com seu senso de humor.
A grande maioria achou que seria fácil o terceiro ano, afinal seria o ultimo, pensamos que tudo seria uma grande festa e que professores iram facilitar. Mas não foi bem assim como imaginamos. Descobrimos que o terceiro ano é o mais difícil, pois os professores preparam os alunos para grandes desafios: vestibular, faculdade, enfim pensam em nosso futuro profissional.
A turma 303 agradece aos professores que, brincando, nos ensinaram que, brigando, nos fizeram ver nossos erros e enxergando nossos erros evoluímos, não só como estudantes, mas também como seres humanos, e isso é maravilhoso.
A turma 303 parabeniza todos os formandos aqui presentes, e para os convidados deseja uma ótima festa.


Obrigado















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