Dizem que futebol não se debate. Lenda! Claro que é possível debater sobre futebol, desde que seja uma pessoa educada, mente aberta, pronta para trocar informações. Cada vez é mais simples entender o mundo do Futebol. Antigamente, os jogadores davam sangue pelo time, pela torcida. Nos dias atuais é raro um jogador apaixonado pelo clube. O que manda é o dinheiro, e os empresários decidem o destino de um jogador. Outro aspecto marcante é a política. "Ah, Guerreiro Virtual, eu não gosto de política." Então, naturalmente, tu não entende de futebol. Política no futebol é de fácil entendimento. Não podemos ser hipócritas: vivemos num país onde a corrupção impera. No futebol, a lógica não muda. A maioria dos clubes que caem drasticamente de produção envolve política. O assunto futebol têm diversos temas interessantes. Neste texto quero mostrar a diferença entre quem entende de futebol e quem é fanático. Como sou gaúcho, apaixonado pelo Grêmio, vou escrever um pouco sobre meu time e, claro, o nosso eterno rival: Internacional. Antes de mais nada, quero afirmar que não vou zoar ninguém. Apenas dar exemplos. Existem gremistas fanáticos e colorados fanáticos. O que vou escrever serve para ambos...
Quem entende de futebol enxerga além das quatro linhas. Acompanha notícias sobre contratações e busca compreensão. Sabe que existem lideranças no vestiário que influenciam o time inteiro, de forma positiva ou negativa. Percebe quando algo está errado. Vou falar um pouco do Grêmio, que estava bem com o Roger, jogando um futebol bonito. De repente, do nada, começou a perder muitas partidas. Visivelmente, o Roger estava incomodado com alguma coisa; os jogadores se desentenderam. É um problema político interno, que poucas pessoas sabem o que, de fato, aconteceu. O Roger (sou fã dele), inexperiente, não conseguiu controlar a situação e acabou pedindo para ir embora (O blog de um jornalista afirma que ele foi mandado, mas a direção minimizou e disse que ele pediu). O engraçado é que, os mesmos jogadores, passaram a correr pelo Renato Gaúcho. Quem entende de futebol percebe que a filosofia de jogo do Grêmio segue a mesma: toque de bola, triangulações; mudanças mínimas que o Renato Gaúcho fez, mas que trouxeram grandes resultados. Neste caso, o mérito é dele. Reconheço. Quem entende de futebol pesquisa, conversa, troca informações com outras pessoas, analisa resultados. Jamais briga. Por outro lado, os fanáticos...
Fanatismo não é bom em nenhum caso. No futebol a situação é ainda pior. As pessoas perdem amizades, insultam... Perdem o respeito. Fanático só enxerga o resultado. Se algo sair errado é culpa dos jogadores, do presidente... Esquecem que abaixo do presidente existe um diretor, conselheiros. Decisões não são tomadas através de um único pensamento. Fanático só sabe esculachar os demais times; só o dele é bom. Fanático é limitado e sempre bate na mesma tecla: gazelas para um lado, morangos para outro; Mazembe, Bi-rebaixados; subiu no tapetão, caloteiro... O discurso não muda. "Time grande não cai." Este mantra foi criado pelo Internacional para zoar o Grêmio, que já caiu duas vezes, e nada impede de cair uma terceira, futuramente. E os fanáticos se convenceram que time grande não cai. Se o planejamento for errado, se as contratações forem pífias, qualquer time pode cair. No campeonato Brasileiro de 2016 o Internacional vem sentindo na pele o que faz uma série de equívocos e a falta de um planejamento. Só que os fanáticos não querem saber. Ameaçaram de morte o presidente. Em um jogo que o Internacional empatou quebraram tudo que viam pela frente. Esta é a paixão por um clube? Quebrar o próprio patrimônio? Se tu acha certo ameaçar de morte o presidente do teu clube, quebrar dependências do estádio, recomendo procurar um psicólogo, porque tu tens algum problema psicológico muito sério. Não é normal. Os fanáticos colorados estão apavorados porque o Internacional vai jogar a segunda divisão; os fanáticos gremistas estão felizes com a desgraça alheia; zombam muito, o que faz parte e é divertido dentro dos limites aceitáveis. Se o Internacional tivesse contratado o Mano Menezes, quando demitiu o Argel, talvez, quem sabe, não estaria nesta situação.
Para toda regra existe exceção. Conheço fanáticos que entendem de futebol. Mas é raro. Quero citar dois amigos que conheci em empresas que atuei. Um deles é o Julinho, que conheci no Grupo RBS. Pensa num gremista fanático, que conhece diversos tipos de estatísticas. Era muito engraçado ver ele argumentando. Ele conhece futebol, as políticas internas que acontecem e as contratações. Um fanático bem diferente da maioria. Um colorado querido que conheci, no Sistema FIERGS é o Sérgio. Uma vez estava debatendo com ele e argumentei: "Tu é muito fanático." Ele ratificou: "Sou, e muito." Mas o Sérgio não é um tipo de colorado cego que só enxerga resultados. Não. Conhece muito bem a historia do seu clube e, como o Julinho, entende a política interna e as contratações. São duas pessoas que fogem a regra do fanatismo, pois entendem e debatem. Claro, como fanáticos, algumas vezes são agressivos nos debates. Normal. É só saber conversar e acalmar os ânimos.
Futebol é sempre um assunto gostoso de conversar. Este senhor que vos escreve preserva amizades e não debate com fanáticos. Faça isso. Não estrague amizade para defender teu clube do coração. Afinal, os jogadores nem sabem que tu existe. E mesmo que soubessem, acha que se importam? Eles ganham rios de dinheiro, vivem do bom e do melhor. E tu aí, brigando e perdendo amizades. Tu não vai amar menos teu clube se aceitar uma verdade. Se conversar sobre falhas do teu time. Não tenta lutar contra o óbvio. Eu sou gremista, mas tenho grandes amigos e amigas que torcem para o Internacional. Nada afeta nossa amizade. Os colorados gostam de mim, porque não sou de zombar. Brinco bastante. Quando vejo que estão magoados, nervos a flor da pele, apenas respeito. A zoação faz parte. O importante é saber respeitar...
OBS: Entenda que os jogadores são amigos, independente do time que atuam. Rivalidade só dentro das 4 linhas. Toda zoação é uma brincadeira. Não leve a sério. Futebol é tua diversão, jamais tua vida...