Sexta-feira eu estava sentado na frente do computador revisando a matéria para prova. Meu celular estava carregando, em cima da impressora, que, no momento, não está sendo utilizada. O relógio marcava 15:30 e costumo pegar o ônibus 16:30; gosto de chegar cedo na faculdade, ainda mais que estou desempregado. Falando sobre emprego, todo desempregado aguarda ansiosamente uma ligação, e no meu caso não é diferente. Cada vez que toca meu celular as esperanças se renovam. Aliás, toda vez que vibra, já que constantemente está no modo silencioso. De repente, ouvi um barulho familiar. Era meu celular vibrando em cima da impressora e a tela acesa. Número Privado. "Trabalho.", pensei rapidamente. Quando atendi a ligação, havia algo errado. Mais do que errado, era totalmente fora de contexto. Não imaginei passar por isso. Veja o que aconteceu e como reagi diante uma situação que muitos se perdem e correm perigo.
Tratava-se de uma voz feminina um tanto diferente. Forçada. Pedia socorro e alegava estar machucada. "Quem se machucou?", me auto-questionei. Mas minha pergunta seria respondida de forma surpreendente. O Dialogo a seguir durou menos de 2 minutos:
Voz Misteriosa [Feminina]: - Socorro! Eu estou machucada, eles bateram em mim. Me ajuda!
Eu: - Quem está machucada?
Voz Misteriosa [Feminina]: - Sou eu, pai, vem me buscar.
Eu: - Aonde tu está?
Voz Misteriosa [Feminina]: - No carro deles. Vem me buscar, pai.
Eu não tenho filha ou filho; nem casado sou. Mesmo assim, resolvi dar corda para aquela situação, deixei acreditarem que estavam me enrolando. Então, de repente, uma voz masculina começou a falar comigo.
Voz Misteriosa [Masculina]: - Vai querer salvar a vida da tua filha ou vou ter que acabar com a vida dela?
Eu: - Quanto tu quer?
Voz Misteriosa [Masculina]:- Eu quero 10 mil reais.
Eu: - Troco pra bala. Dinheiro não falta. O que mais tu quer?
Voz Misteriosa [Masculina: - E quanto tem aí?
Eu: - Primeiro tu pede 10 mil, agora quer saber quanto eu tenho? Não interessa, o dinheiro é meu. E quer saber? Tu é muito burro. Quer matar? Pode matar. Tô nem aí...
Desliguei o celular e fui tomar banho, afinal, o ônibus não espera e a prova me aguardava. Chamei minha mãe e contei a historia, rindo bastante. É a primeira vez que ligam para o meu celular, porém, tempos atrás, já haviam ligado para minha casa e tentaram enrolar minha mãe. Atendi a segunda ligação, enrolei eles e cortei. Simples, fácil e prático. Quando tu receber ligações assim, do pessoal do presidio, o primeiro passo é não se desesperar e buscar um controle emocional. Esse tipo de golpe, pode ter certeza de uma coisa: eles não sabem nada sobre ti ou teus parentes. Nunca fale nomes, profissão ou possíveis lugares. Tranquilidade. Se ficar com muito medo, desligue o telefone e busque informações sobre a "pessoa sequestrada" por eles. Mantendo o controle, garanto que eles vão se enrolar sozinhos. Espero que não aconteça com ninguém, mas, se acontecer, saiba agir.
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